Golden hour: entenda o que é e por que ela é tão necessária

Gravidez e maternidade Saúde
24 de Junho, 2022
Golden hour: entenda o que é e por que ela é tão necessária

Você sabia que a primeira hora de vida do recém-nascido é tão importante que ela recebe um nome exclusivo? Este é o caso da expressão “Golden Hour” que, em tradução livre, significa “hora douradora” ou “hora de ouro”. Ela remete aos 60 minutos logo após o nascimento do bebê.

A pediatra intensivista Gabriela Bonente, idealizadora do site Cuidar Intensivo, explica que a golden hour é baseada em três pilares, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). “São eles: o clampeamento tardio do cordão umbilical (um a três minutos após o parto), promoção e manutenção do contato pele a pele e início precoce do aleitamento materno”, enumera a especialista.

Dessa forma, para colocá-la em prática, recomenda-se posicionar o bebê na altura do abdômen ou mais próximo ao peito da mãe imediatamente após o seu nascimento. Essa técnica pode ser feita tanto se a via de parto foi vaginal quanto cesariana.

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Os benefícios da golden hour para mãe e bebê

Para o recém-nascido:

O incentivo do contato pele a pele entre a figura materna e o pequeno traz consequências positivas profundas para o desenvolvimento do bebê. Segundo a pediatra Rossiclei de Souza Pinheiro, presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da SBP, a prática ajuda o recém-nascido a se adaptar melhor ao novo mundo que ele está conhecendo logo após o parto.

Desse modo, a tendência é que ele enfrente menos estresse ao nascer e apresente menos choro. Além disso, observa-se que ele tem uma termorregulação melhor, ou seja, a temperatura do seu corpo se equilibra com mais facilidade e há menos incidência de hipotermia.

Ainda de acordo com Gabriela, a prática da hora dourada também diminui os riscos de mortalidade do bebê bem como potencializa a sua imunidade e a formação da flora intestinal.

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Para a amamentação:

Ao mesmo tempo, a golden hour garante vantagens diante do aleitamento materno. “O contato pele a pele tem demonstrado apoiar o início da amamentação e mantê-la exclusiva até o sexto mês de vida do bebê, reduzindo a suplementação de fórmula no hospital”, esclarece Rossiclei.

Só é importante ter em mente que isso não significa que o pequeno irá começar a mamar logo que é colocado no colo da mãe. Segundo a pediatra, o recém-nascido traça uma jornada de nove passos até chegar ao aleitamento materno de fato:

  • Primeiro, ele chora ao nascer e, então, é colocado em contato com a mãe;
  • Em seguida, o bebê relaxa e fica quieto no colo;
  • Depois, ele desperta. Nesta fase, percebe-se pequenos impulsos da cabeça do recém-nascido para cima e para baixo;
  • Chega-se à fase ativa, em que ele movimenta os lábios e move tanto a cabeça quanto os outros membros do corpo;
  • Então, ele passa a se rastejar, movimento que o leva até o peito e mamilo da mãe;
  • Descansa, em uma pausa entre os estágios;
  • Posteriormente, ele passa a se familiarizar com os seios materno. Faz sons de solicitação e move a mão e a boca até o peito. Além disso, pode colocar o dedo na boca, tocar a língua no mamilo, lambê-lo e, enfim, tentar sugá-lo;
  • Assim, chega-se a oitava etapa que é quando o recém-nascido consegue mamar de fato. Normalmente acontece após 30 minutos de vida;
  • Por fim, o bebê volta a descansar junto com a mãe.

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Para a mãe:

Já em relação a saúde da figura materna, Gabriela explica que a hora dourada diminui a incidência de hemorragia uterina. Isso ocorre porque há a liberação do hormônio ocitocina com a descida do leite materno, o qual é responsável pelas contrações do útero e consequentemente evitar seu sangramento excessivo.

“Além disso, há a redução do estresse materno bem como menor risco de depressão pós-parto”, completa a especialista.

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Quando a prática da hora dourada não é recomendada?

Com tantos benefícios listados, a prática da hora de ouro só não deve ocorrer caso haja risco de vida tanto para a mãe quanto para o bebê. Por exemplo, “se ele estiver com dificuldade respiratória, hipotônico (quando o corpo está molinho) ou se o recém-nascido tem alguma má-formação congênita que precise de cuidados de reanimação neonatal”, esclarece Rossiclei.

Caso o pequenino não apresente nenhuma destas condições, a golden hour é mais do que recomendada. Inclusive, sabe-se até mesmo que prematuros que nascem bem, respirando regularmente e com boa vitalidade, devem ser colocados no contato pele a pele.

“Existiu um tempo em que o bebê nascia e os profissionais de saúde já o levavam para longe da mãe para avaliar, pesar e fazer outros procedimentos que até são necessários. No entanto, na maioria dos casos, eles podem esperar depois de 60 minutos”, finaliza a pediatra.

Fontes: Dra. Gabriela Bonente, pediatra intensivista e idealizadora do site Cuidar Intensivo e Dra. Rossiclei de Souza Pinheiro, pediatra presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

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