Por que o estresse nos faz comer mais? Veja o que a ciência diz a respeito

Alimentação Bem-estar
14 de Julho, 2023
Por que o estresse nos faz comer mais? Veja o que a ciência diz a respeito

Depois de um dia estressante, você só quer descansar e relaxar. E então, já vai logo pedindo comida preferida ou abusa na quantidade de fast food com a justificativa “eu mereço”. Embora essa cena seja muito comum, na verdade, esse hábito pode ser extremamente prejudicial de acordo com um segundo estudo publicado na revista científica Neuron. Segundo os pesquisadores, a combinação entre estresse e alimentação hipercalórica gera mudanças no cérebro que aumentam o desejo por comida, especialmente doces ou gordurosos, favorecendo o ganho de peso. Saiba mais a seguir! 

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Como o estresse favorece o ganho de peso? 

Para entender o mecanismo por trás desses hábitos alimentares, os pesquisadores do Instituto de Pesquisa Médica Garvan, na Austrália, investigaram como diferentes áreas do cérebro de camundongos reagem ao estresse sob várias dietas. Eles descobriram que, em animais estressados com uma dieta rica em gordura, a área do cérebro responsável por reduzir a resposta recompensatória do cérebro, chamada de habênula, permanece inativa.

“Com os sinais de recompensa relacionados à alimentação ativos, os camundongos foram encorajados a se alimentar por prazer, sem responder aos sinais de saciedade”, detalha a nutróloga.

Além disso, ao permitirem que os animais escolhessem entre água natural ou água adoçada artificialmente, os pesquisadores também observaram que os camundongos estressados com uma alimentação rica em gordura consumiram três vezes mais sucralose do que aqueles que, apesar da mesma dieta, não estavam sob estresse.

Portanto, isso sugere que o estresse ativa o mecanismo de recompensa ao comer e também impulsiona o desejo por alimentos doces e saborosos.

Resultados duas vezes maiores

Esses camundongos estressados em uma dieta gordurosa também apresentaram ganho de peso 2 vezes maior do que os animais na mesma dieta, mas sem estresse. O motivo identificado foi uma molécula chamada de NPY. “NPY, ou neuropeptídeo Y, é um dos peptídeos mais abundantes do sistema nervoso que está relacionado à ingestão de alimentos e tem seus níveis modulados pelo estresse”, afirma a Dra Marcella.

Por fim, quando os pesquisadores impediram que a molécula ativasse as células cerebrais da habênula, os camundongos estressados com uma dieta rica em gordura consumiram menos comfort foods. Portanto, resultou em menor ganho de peso.

Outras consequências do ganho de peso

O ganho de peso não é a única consequência dessa ingestão exagerada de alimentos hiperpalátaveis durante momentos de estresse. Além disso, esses itens podem favorecer o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, diabetes e hipertensão, por exemplo.

“Procure sair de uma rotina de estresse diário. Pratique exercícios físicos moderados e prazerosos, experimente atividades introspectivas, como yoga ou meditação, adote bons hábitos de sono e tenha momentos de lazer e espiritualidade. Tudo isso sem esquecer, é claro, da alimentação balanceada”, finaliza a Dra. Marcella Garcez.

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Fonte: Dra. Marcella Garcez, médica nutróloga e Diretora da Associação Brasileira de Nutrologia.

Referência: Revista científica Neuron.

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