Endometriose: O que é e como tratar com ajuda da alimentação
A primeira menstruação marca um novo ciclo para a mulher (ou a menina). Assim, ter uma nova rotina de higiene, precisar carregar absorventes na bolsa, usar a compressa de água quente com frequência e sentir uma enxurrada de novos hormônios, sensações e sintomas são algumas mudanças vividas por elas. Mas quando a cólica é incapacitante, pode ser um sinal de alerta para a endometriose, doença que apesar de ocorrer no sistema reprodutivo, é muito afetada pela nossa alimentação.
Por isso, neste sétimo episódio da segunda temporada do podcast De bem com você, da Vitat, a ginecologista Bárbara Murayama e a nutricionista Juliana Gropp conversam com Cris Dias e tiram dúvidas para auxiliar mulheres que sofrem da doença. Portanto, não perca:
Conheça as convidadas
Bárbara Murayama é médica ginecologista especialista em miomas, endometriose e cirurgia minimamente invasiva. Além disso, ela é professora de yoga, e fala sobre como a prática pode contribuir para a saúde e a qualidade de vida da mulher em sua página do Instagram.
Juliana Gropp é nutricionista formada pela Faculdade de Saúde Pública da USP. Especializada em nutrição nas doenças crônicas não-degenerativas e em nutrição clínica. Ademais, possui título de especialista em terapia nutricional pela Brazilian Society of Parenteral and Enteral Nutrition (BRASPEN) e em fitoterapia pela Associação Brasileira de Nutrição (ASBRAN).
Endometriose e alimentação: Entenda a doença
A endometriose é uma doença que atinge cerca de 10% das mulheres brasileiras e que pode levar a complicações se não tratada adequadamente. O problema? Muitas vezes, ela é uma inimiga invisível e passa despercebida por muitos anos.
“É uma condição feminina que acomete uma em cada dez mulheres no mundo. Nela, a camada interna do útero (endométrio) está em outros lugares do corpo (qualquer região). E onde o endométrio fica, ele gruda, inflama, responde aos hormônios mensalmente (como se fosse menstruar). Contudo, não tem como ele descamar e causar a menstruação nessas regiões, ocasionando reações inflamatórias (como lesões, aderências e cicatrizes internas) no corpo”, explica a ginecologista.
A doença é multifatorial, ou seja, a sua causa envolve fatores genéticos, familiares, hormonais, poluição, alimentação pró-inflamatória, sedentarismo, saúde intestinal e até taxa de gordura corporal. Todos eles influenciam na gravidade do quadro.
Ela é uma das principais causas de dor pélvica crônica, isto é, uma espécie de cólica muito forte que dura mais de seis meses. “Isso pode desencadear estresse pós-traumático, ansiedade e até depressão. Sem contar um aumento na infertilidade”, alerta a médica. Outros sintomas incluem:
- Cólica forte;
- Dor na relação sexual;
- Menstruação alterada (fluxo intenso e irregular);
- Mudanças no padrão da micção (xixi);
- Humor inconstante;
- Constipação e gases;
- Por fim, dores no ciático, no pé e no ombro.
O tratamento passa pelo controle dos sintomas. Isso pode envolver o uso de anticoncepcionais e analgésicos, dormir bem, adotar hábitos saudáveis, fazer terapia comportamental e até fisioterapia do assoalho pélvico. Mas se os sintomas não passarem, há a indicação de cirurgia, que retira o tecido inflamado.
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Endometriose e alimentação
Os alimentos têm um papel muito importante na diminuição da inflamação do corpo e, consequentemente, no alívio dos sintomas da endometriose. O ideal, então, é apostar em um cardápio que vai amenizar o estresse oxidativo das células, como antioxidantes, fitoquímicos e bioativos. Eles podem ser encontrados sobretudo nas vitaminas e nos minerais dos ingredientes de origem vegetal.
“É interessante pensar também nas sementes, que são ricas em fibras e colaboram com a saúde intestinal, ajudam na excreção de hormônios e são fáceis de encaixar na rotina”, acrescenta a nutricionista.
Por outro lado, é muito importante reduzir o consumo dos itens considerados pró-inflamatórios. Por exemplo:
- Gorduras saturadas (presentes nas carnes vermelhas);
- Gorduras trans (ultraprocessados);
- Bebidas alcoólicas;
- Além disso, embutidos (mortadela, salame, presunto, peito de peru).
A prática regular de atividade física é outro ponto essencial para o controle da endometriose.
Sobre o De Bem Com Você
No podcast da Vitat, Cris Dias conduz conversas descomplicadas com especialistas e convidados para você descobrir como ficar de bem com você. A cada semana, um episódio novo será lançado. Confira os outros temas aqui!
E tem para todos os gostos: os bate-papos também ficarão disponíveis nas plataformas de áudio Spotify, Deezer, Google e Apple.