É preciso emagrecer para engravidar, como Jojo Todynho quer fazer?
Recentemente, a cantora Jojo Todynho, ex-participante de “A Fazenda 13”, dividiu com o público que pretende ter um filho com o seu marido, Lucas Sonza. Todavia, a artista explicou que pretende emagrecer para engravidar.
“Vou entrar em um projeto de seis meses para perder 40 quilos para poder engravidar. Poderia engravidar no peso que eu estou, minha saúde está ok, mas é melhor”, disse a Deborah Secco, durante o Baile da Vogue 2022.
De acordo com a perspectiva médica, a decisão de Jojo pode fazer com a sua jornada gestacional seja menos desafiadora. Isso porque, segundo Cintia Cercato, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM – SP), o excesso de peso está associado a diminuição da fertilidade.
“Dessa forma, as mulheres com obesidade têm mais dificuldade para engravidar tanto de forma natural quanto por meio de técnicas de reprodução assistida”, esclarece a médica. Um dos motivos que levam isso acontecer é que o excesso de peso afeta a produção hormonal. Inclusive, muitas dessas figuras femininas têm o quadro de anovulação crônica, ou seja, nem todos os seus ciclos menstruais são acompanhados de ovulação.
Além disso, de acordo com Fabiana Guimarães, nutricionista funcional e especialista em saúde da mulher, mulheres com sobrepeso ou obesidade podem ter mais dificuldade para engravidar devido ao seu perfil inflamatório. “A quantidade de gordura desajustada aumenta a produção de citocinas inflamatórias que alteram o funcionamento adequado do organismo”, detalha.
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Emagrecer para engravidar: é preciso perder quantos quilos?
Dessa forma, Cintia explica que perder peso faz parte dos cuidados pré-gestacionais indicados para uma gravidez saudável. No entanto, não é preciso desespero. Os riscos de complicações já diminuem se a mulher eliminar 10% do quanto pesa e monitorar para não engordar em excesso durante a gestação.
Esses cuidados são necessários porque o sobrepeso e a obesidade durante a gestação podem trazer consequências tanto para a mãe quanto para o bebê que está em formação.
Para a figura materna, o excesso de peso antes da gravidez ou ainda durante os nove meses está associado a maior risco de:
- Doença hipertensiva;
- Pré-eclâmpsia;
- Hemorragia puerperal;
- Infecção urinária;
- Parto prematuro por complicações metabólicas;
- Parto cesárea devido ao feto ser maior;
- Infecção na cicatriz da cesárea;
- Tromboembolismo no pós-parto.
Já para o bebê que acabou de chegar ao mundo, o sobrepeso e a obesidade materna podem ocasionar a macrossomia fetal, isto é, quando o pequeno tem mais de quatro quilos ao nascer. Além disso, ele também pode apresentar dislipidemia (níveis elevados de gorduras no sangue), hipoglicemia neonatal, trauma fetal, defeitos no tubo neural, prematuridade, sofrimento fetal e entre outras condições.
A longo prazo, Cintia também sinaliza que estudos já constataram que a obesidade materna aumenta três vezes as chances da incidência da obesidade infantil.
Fontes: Cintia Cercato, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM – SP), Fabiana Guimarães, nutricionista funcional com foco em emagrecimento (reeducação alimentar), saúde da mulher, além de nutrição esportiva, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Instituto Nascer e Pfizer.