Dieta LSHP: estudo analisa cardápio rico em potássio e baixo em sódio
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), cerca de 30% dos brasileiros são hipertensos. E como a prevenção e o correto tratamento da também chamada “pressão alta” envolvem, além de outras abordagens, uma alimentação adequada, muito se tem falado sobre a dieta LSHP.
LSHP é a sigla em inglês para low sodium, high potassium — isto é, baixo sódio, alto potássio (em tradução livre). Tanto o sódio quanto o potássio são minerais encontrados em diversos alimentos que consumimos no dia a dia e que têm influência direta sobre a nossa pressão arterial.
Isso acontece por conta de alguns mecanismos. Um exemplo é uma estrutura presente nas células conhecida como bomba de sódio-potássio. Quando há potássio em quantidades adequadas no organismo, mais sódio ela excreta do corpo (através da urina).
Esse processo ajuda a diminuir a pressão arterial e a controlar melhor a liberação de adrenalina e noradrenalina pelo sistema nervoso central — dois hormônios que também têm relação com o estreitamento dos nossos vasos sanguíneos.
Por isso, a ideia da dieta LSHP consiste em caprichar na ingestão de potássio, e reduzir a presença do sódio no cardápio. Mas será que ela funciona mesmo? Foi o que um estudo buscou investigar.
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Estudo sobre a dieta LSHP
A pesquisa foi feita por cientistas da Universidade de Cambridge e publicada no Journal of Nutritional Science. Para isso, eles compararam a dieta LSHP com mais de setenta metodologias famosas por trazerem benefícios à pressão arterial — como a da Indonésia e a DASH.
Na LSHP, foram contabilizados alimentos ricos em potássio que somaram cerca de 4700mg do mineral por dia. Por outro lado, a quantidade de sódio no cardápio ficou em 1500mg/dia.
Para você ter uma ideia, nas outras dietas, verificou-se uma média de 2000mg de potássio e 2300mg de sódio diariamente.
Mas as vantagens descobertas não param por aí. A LSHP teve significativamente mais fontes de carboidratos, proteínas e fibras do que as outras.
Ela também se mostrou rica em fontes de outros minerais além do potássio, como o magnésio, o cálcio e a vitamina C. Além disso, se destacou como uma alimentação com menos gorduras totais e saturadas. Por fim, os especialistas também perceberam mais benefícios para a saúde intestinal.
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Cuidados
Apesar dos resultados animadores da dieta LSHP, é preciso lembrar que nem toda estratégia alimentar vale para todas as pessoas. Isso porque qualquer mudança no cardápio deve ter a indicação e o acompanhamento de um profissional capacitado, especialmente se você convive com a hipertensão.
Ademais, exagerar nas doses de potássio, e restringir radicalmente o sódio, também pode trazer prejuízos para o corpo. A hipercalemia, por exemplo, acontece quando o primeiro mineral está em excesso no corpo, e pode levar a disfunções renais sérias.