Entre as consequências da Covid-19 para o público infantil, descobriu-se que a pandemia aumentou as chances da presença do diabetes tipo 2 em crianças. A conclusão foi encontrada por um estudo conduzido pelo Centro de Pesquisa Biomédica Pennigton, em Louisiana, nos Estados Unidos.
Os pesquisadores perceberam que o isolamento social, uma das medidas mais importantes para o controle de casos do coronavírus, fez com que crianças e adolescentes ficassem mais sedentárias. Com isso, os dois públicos acabaram desenvolvendo distúrbios do sono e passaram a comer mais alimentos processados. Esse segundo comportamento, por sua vez, foi o que aumentou a presença do diabetes tipo dois entre os pequenos.
Em suma, para chegar a essa conclusão, os cientistas analisaram os prontuários de admissões por diabetes em um hospital infantil em dois intervalos de tempo. Eles compararam os casos de março a dezembro de 2019 em relação ao mesmo período no ano de 2020.
Dessa forma, eles perceberam que a taxa de hospitalização foi de 0,27% em 2019. Em outras palavras, de 3.000 crianças, oito foram internadas em decorrência do diabetes. Já em 2020, esse número saltou para 0,62%, o que significa 17 indivíduos do público infantil hospitalizados devido a condição.
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Em janeiro deste ano, uma pesquisa conduzida pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, já começava a desenhar a relação entre a Covid-19 e diabetes em crianças.
O estudo analisou dados de 1,5 milhão de pacientes com menos de 18 anos, coletados entre março de 2020 a junho de 2021. Assim, concluiu-se que crianças infectadas pela Covid-19 eram de 31 a 166% mais propensas a desenvolverem diabetes tipo 1 ou 2 depois de 30 dias da infecção pelo vírus.
Esse cenário mostra-se ainda mais delicado quando sabemos que a resistência à insulina é pior entre os adolescentes. Isso significa que há uma dificuldade de ação do hormônio no organismo. Como resultado, o pâncreas passa a produzir mais insulina para levar glicose às células. Assim, o jovem pode acabar desenvolvendo pré-diabetes ou diabetes tipo 2.
Além disso, é mais difícil tratar a condição em adolescentes. Um dos motivos que explica isso é o fato do diabetes estar sendo desenvolvido em um período de intensas transformações, inclusive, fisiológicas.
Portanto, por mais que crianças e adolescentes estejam menos suscetíveis ao coronavírus, deve-se protegê-las da doença para que não vivam as possíveis sequelas a longo prazo do contágio.