Covid matou mais crianças de até 3 anos do que 14 doenças em dez anos
Na última segunda-feira (25), o Observatório de Saúde na Infância – Observa Infância (Fiocruz/Unifase) trouxe mais uma evidência a respeito da importância da imunização infantil contra o coronavírus. De acordo com o levantamento feito pela iniciativa, entre 2020 e 2021, a Covid matou mais crianças de até 3 anos do que 14 doenças em dez anos.
A princípio, para fazer a análise de quais seriam as enfermidades tidas como parâmetro, os pesquisadores Patricia Boccolini e Cristiano Boccolini basearam-se na Lista Brasileira de Mortes Evitáveis para menores de 5 anos. Em outras palavras, são doenças que podem ser fatais, no entanto, possuem vacinas disponíveis no país. Assim, as 14 condições citadas são:
- Neurotuberculose;
- Tuberculose miliar;
- Tétano neonatal;
- Tétano;
- Difteria;
- Coqueluche;
- Poliomielite;
- Sarampo;
- Rubéola;
- Hepatite B;
- Caxumba;
- Rubéola congênita;
- Hepatite viral congênita;
- Meningite meningocócica do tipo B.
De acordo com a análise, estas doenças mataram 144 crianças de seis meses a três anos entre 2012 e 2021. Já a Covid-19 levou ao falecimento de mais do que o triplo deste público, com 539 vítimas infantis em dois anos de pandemia. Assim, elas representam cerca de duas em cada cinco menores de cinco anos que vieram a óbito devido ao coronavírus entre 2020 e 2021.
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Covid matou mais crianças de até 3 anos: então, como está a vacinação infantil?
Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso da CoronaVac em crianças de três a cinco anos. Em seguida, a decisão foi encaminhada para o Ministério da Saúde, que integrou a vacina no Programa Nacional de Imunizações (PNI).
De acordo com as duas instituições, as crianças devem receber o mesmo o imunizante dos adultos. Em outras palavras, não foi preciso criar uma dose pediátrica para proteger o público infantil contra o coronavírus. Dessa forma, o esquema vacinal desta faixa etária será de duas aplicações, em um intervalo de 28 dias entre elas.
Ainda segundo orientações do MS, os estados brasileiros deveriam começar a imunização dos pequenos pelos imunocomprometidos. Depois, deve-se fazer por idade, começando com quem tem quatro anos e após três. “Neste momento, crianças a partir de 5 anos de idade deverão ser vacinadas com a vacina Pfizer, nos esquemas já recomendados”, informou a nota técnica do órgão federal.
Referências:
Observatório de Saúde na Infância – Observa Infância (Fiocruz/Unifase)