Como preparar os seios para amamentar

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17 de Agosto, 2023
Como preparar os seios para amamentar

Para as futuras mães que estão a espera da chegada de seus bebês, muitas vezes, a amamentação se apresenta como uma incógnita. Será que haverá produção suficiente de leite? Como será a adaptação do bebê nesse processo? Terei rachadura nos mamilos? Com tantas preocupações pelo caminho, os meses de gestação podem ser uma oportunidade para antecipar alguns cuidados importantes. A seguir, confira como preparar os seios para amamentar.

Desafios da amamentação

“Amamentar é diferente para cada pessoa, pode ser mais fácil para algumas mães e mais difícil para outras. Depende de vários fatores – físicos, psicológicos e sociais. Pode ser realmente desafiador se não tiver um pré-natal adequado ou se houver dificuldades relativas às mamas, por exemplo, como lesões nos mamilos”, explica a Dra. Mirela Rozza, pediatra do Hospital Municipal Infantil Menino Jesus.

Por outro lado, o leite materno possui múltiplos benefícios para a saúde do bebê, como anticorpos e células de defesa que protegem contra infecções respiratórias, intestinais e alergias. A amamentação também é importante para reduzir a morbidade e a mortalidade infantil, já que diminui o risco de adoecimento da criança e, caso ela fique doente, a gravidade será menor e o risco de morte também

“Bebês amamentados têm risco menor de doenças crônicas não-transmissíveis, como obesidade, hipertensão arterial sistêmica, dislipidemias, diabetes tipo 1 e 2 e síndrome metabólica, seja na infância, adolescência e na vida adulta. O leite materno também diminui a incidência de cáries e má-oclusão”, completa Rozza.

Como preparar os seios para a amamentação

Agora que você já conhece os benefícios do aleitamento materno, confira como se preparar para vivenciar esse momento de conexão com o seu bebe:

1 – Conte com a ajuda do sol 

Além de ser bom para a saúde e contribuir com a produção de vitamina D, a exposição solar nos seios ajuda a prepará-los para a amamentação. Isso porque o sol contribui com a formação de melanina, o que deixa a pele mais preparada e resistente para a amamentação. Vale considerar que normalmente, essa é uma área pouco exposta ao sol, por isso, 15 minutinhos por dia já são suficientes para obter os benefícios.

Por outro lado, a exposição deve ser cuidadosa dando prioridade para os horários mais seguros, ou seja, antes das 10h da manhã ou após às 16h. 

2- Higienize os seios corretamente 

Se engana quem pensa que o seio precisa ser higienizado com esfregões ou sabonetes específicos. Na verdade, isso pode retirar a proteção natural da pele e aumentar os riscos de rachaduras lá na frente.

A melhor forma de mantê-los sempre limpos é lavá-los somente com água durante o banho. Depois, lembre-se de secá-los cuidadosamente com ajuda de uma toalha. Além disso, mantenha os sutiãs sempre limpos, realizando as trocas após 2 ou 3 usos. 

Por fim, a própria pele já é capaz de prover a hidratação suficiente, por isso, o uso de cremes ou óleos também são dispensáveis

3- Preparar os seios para amamentação: faça massagens

Os movimentos circulares em ambos os seios podem ser feitos antes e depois do bebê começar a mamar. Eles ajudam a evitar ou aliviar o empedramento. Mas lembre-se de fazer a massagem com calma e paciência, permitindo que o seio corresponda gradualmente aos estímulos. 

4 – Escolha o sutiã correto

Para mamilos menores ou invertidos, aposte em sutiãs com pequena abertura na altura dos mamilos. Além disso, desde a gestação os sutiãs já devem ser específicos para a fase, com alças mais grossas, confortável e que comporte completamente os seios.

5 – Preparar os seios para amamentação: Invista em uma alimentação de qualidade

Para garantir o combo prevenção de doenças, aumento adequado de peso e desenvolvimento saudável do bebê, priorize no cardápio tudo o que for natural. Até porque é na própria natureza que a gente encontra os nutrientes mais importantes nessas fases. Além disso, a vitamina A, fundamental para o bom funcionamento do organismo dos pequenos, está presente na abóbora, no leite (inclusive no leite materno!), na cenoura e no mamão.

Vitamina B12 e ômega 3 são outra dupla que não pode ficar de fora do prato. Alimentos como nozes, abacate, linhaça e azeite carregam esses componentes. Assim, para completar, cálcio, ácido fólico e zinco dão aquela força para a saúde do bebê. A dica é apostar em opções como vegetais verde-escuros, gergelim e feijão

Dica: varie, faça um prato colorido e dê bastante espaço para os vegetais. Pois, o ideal, ainda, é preparar os próprios alimentos ou comprar o que for comer de estabelecimentos com origem conhecida. Isso evita toxinas e bactérias e garante um preparo mais saudável. 

O que não fazer 

A pediatra explica ainda que algumas ações podem levar à dificuldade de amamentar, como, por exemplo, esfregar esponja ou escova de dentes nos mamilos, o que pode causar lesões e dor. “Os erros de pega e posição são a causa mais frequente de dor na amamentação. A dor e o estresse também podem inibir o reflexo de ejeção do leite, diminuindo sua produção. 

Além disso, alguns itens não são recomendados, como bicos de silicone, chupetas, mamadeiras e conchas de silicone, que podem causar candidíase mamária, confusão de bicos e prejudicar a amamentação”, revela.

Pouco leite?

Outra queixa frequente das mães é o “pouco leite”, mas a médica explica que a maioria das mulheres têm leite suficiente para nutrir o bebê. No entanto, a produção pode cair se houver palpites de que o leite é fraco e que o bebê está “passando fome”, pois isso causa estresse, preocupação e insegurança na mãe, diminuindo a produção de leite materno.

O diagnóstico de “pouco leite” ou hipogalactia só pode ser dado por um profissional após uma investigação detalhada e a observação da mamada completa. “Deve-se corrigir a causa da hipogalactia, por exemplo, orientando sobre a pega correta, aumentando a oferta do seio materno, disponibilizando as duas mamas na mesma mamada, melhorando a dieta, a ingestão hídrica da mãe e também aumentando o descanso materno. Em casos especiais, pode-se introduzir medicação para aumentar a produção e/ ou introduzir relactação”, diz a pediatra.

Veja também: Alimentação da gestante e lactante: o que comer e o que não comer

Fonte: Dra. Mirela Rozza, pediatra do Hospital Municipal Infantil Menino Jesus.

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