Pele mais firme, cabelos mais bonitos e unhas mais fortes. Estes são apenas alguns dos benefícios que o colágeno proporciona. Trata-se da proteína estrutural mais abundante no organismo. No entanto, sua suplementação deve ser recomenda por um médico, já que nem todos os pacientes têm indicação.
O colágeno é um tipo de proteína de origem animal importante para o organismo. Dessa forma, desempenha diversas funções. A pele, por exemplo, possui 75% de colágeno. O corpo é composto por milhares de aminoácidos (cerca de 3 mil) e contém mais de 20 tipos deles. Cada um desempenha um papel, como:
Fortalecer tendões, ligamentos e ossos;
Formar cartilagens, como a ponta do nariz e as orelhas;
Manter a firmeza da pele, evitando flacidez precoce, linhas e rugas de expressão;
Formação de ossos e dentes.
Quem deve tomar colágeno?
Pacientes que mais se beneficiam do uso de colágeno hidrolisado são aqueles acima de 40 anos, com alguma doença osteomuscular ou que tem uma baixa ingesta proteica na dieta. Mas a recomendação deve ser feita a partir de uma conversa com o dermatologista.
A ingestão do colágeno também é indicado para atletas de alto rendimento por melhorar a mobilidade articular, diminuindo as dores do treino.
Envelhecimento e a queda do colágeno
A produção de colágeno no organismo começa a entrar em declínio a partir dos 30 anos – cerca de 1% ao ano. Então, percebe-se flacidez na pele, porque a proteína é substituída por um tecido menos elástico. Unhas e cabelos mais quebradiços também pode ser um sinal dessa queda. Dos 50 anos em diante, a queda é bem mais drástica. Com o passar do tempo, sobretudo na velhice, é comum haver problemas nas articulações por causa dessa deficiência.
O processo se agrava com o envelhecimento extrínseco que ocorre, principalmente, pela exposição crônica e descontrolada ao sol, tabagismo, alterações hormonais, doenças crônicas, dieta e poluição.
Os riscos da exposição solar
A exposição solar aguda ou crônica inibe o fibroblasto de produzir colágeno e aumenta a degradação das fibras existentes. Portanto, mais importante que a suplementação de colágeno é a fotoproteção rigorosa da pele com uso de filtros solares para evitar o envelhecimento. Ou seja, não vale apenas consumir colágeno achando que vai ficar com a pele sem rugas. O uso do protetor solar também é fundamental.
O colágeno é encontrado em aves, porcos e bois, sendo a pele, cartilagens e tendões os membros mais ricos do nutriente. O Brasil é um dos maiores consumidores do mundo, e hoje o mercado oferece três tipos:
Tipo 2: é o mais predominante nas cartilagens. Embora seja mais difícil de ser obtido, existem alguns suplementos com uma fórmula específica para estimular sua produção. Além disso, é um ótimo suplemento para quem tem problemas nas cartilagens e articulações.
Hidrolisado: é o mais conhecido e mais fácil de ser aproveitado pelo organismo. Uma pesquisa da USP avaliou os efeitos desse tipo de colágeno em mulheres de 45 a 60 anos por 90 dias. O estudo revelou melhora na firmeza e na elasticidade da camada mais profunda da pele das voluntárias. Pode ser encontrado em pó ou em cápsulas.
Pepto colágeno: é um um tipo que chega aos peptídeos de colágeno (conjunto de aminoácidos), que são moléculas ainda menores e de mais fácil absorção. Também, muitos estudos mostram que o pepto colágeno possui benefícios potencializados.
Quantidade recomendada por dia
A dose recomendada pode variar, mas o consenso é de 10 gramas por dia. Entretanto, é indispensável procurar a ajuda de um nutricionista para avaliar a quantidade adequada às suas necessidades. Afinal, o colágeno em excesso pode causar sobrecarga renal.
Alimentos que ajudam na produção de colágeno
O colágeno pode ser consumido em forma de suplementos ou por meio da alimentação. Veja algumas fontes que não podem faltar na dieta.
Promove uma pele mais elástica e, consequentemente, com menos chances de desenvolver estrias.
Ajuda a reduzir a celulite e seu aspecto inflamatório.
Atua no fortalecimento de unhas frágeis, promove maior resistência, espessura, crescimento e brilho aos cabelos, e a pele adquire mais tônus e hidratação.
Diminui as chances de desenvolver problemas nas articulações, como desgastes nas cartilagens entre os ossos.
Outro destaque é que ele desempenha um papel fundamental na reconstrução e no fortalecimento do revestimento do trato digestivo, pois contém aminoácidos, como glicina e glutamina, essenciais para o seu reparo.
Assim, pesquisas mostram que o nutriente pode corrigir a disfunção da barreira intestinal e reduzir a inflamação local. Um estudo de 2020 (Journal of Functional Foods) encontrou uma correlação entre a suplementação de peptídeos de colágeno e a saúde da microbiota intestinal, com aumento da produção de ácidos graxos de cadeia curta, que atuam diretamente na reparação do órgão.
Como potencializar os resultados do colágeno
Primeiramente, beba bastante água, pois a desidratação também reflete a saúde da pele, assim como é importante para outras funções do organismo;
Não deixe de aliar a ingestão de fontes de colágeno a alimentos ricos em vitamina C, que nutriente que participa da produção da proteína;
Evite o consumo de frituras, porque o óleo se transforma em gordura trans. Assim, seus efeitos no corpo provocam inflamações que acionam os radicais livres, que impactam negativamente na produção de colágeno.
Tratamentos estéticos
Vale lembrar também, que o estímulo à produção de colágeno pode ser alcançado com procedimentos dermatológicos. Nesse caso, injeta-se na pele do rosto ou corpo bioestimuladores de colágeno, melhorando a flacidez da face, glúteos, braços, coxas e abdome. Uma boa conversa com o médico dermatologista pode esclarecer o melhor tratamento para seu caso.
Perguntas frequentes sobre colágeno
Possui efeitos colaterais?
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, o colágeno é considerado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) como um suplemento alimentar. Dessa forma, até o momento, não foram descritas contraindicações ou efeitos colaterais relacionados ao seu uso.
Afinal, o colágeno engorda?
Além de não engordar, o colágeno pode contribuir para o emagrecimento, sobretudo na versão em pó. Isso porque ele preenche o estômago rapidamente, ou seja, faz com que o processo de esvaziamento aconteça mais devagar, prolongando a sensação de saciedade. Com isso, você consome menos calorias e pode até perder aqueles quilinhos que tanto deseja.
Elimina as estrias e a flacidez?
O uso de colágeno oral pode sim evitar a flacidez. “No caso do colágeno oral, por exemplo, alguns estudos mostram até 5% de aumento na produção da substância”, comenta a Dra. Maria Paula Del Nero, dermatologista pela SBD em entrevista anterior à Vitat.
Além disso, o uso de cremes à base de ácidos, como retinóico e glicólico, também ajuda no estímulo às fibras de colágeno. Existem, ainda, medidas simples que ajudam a evitar a flacidez precoce. Evitar o sol é uma das principais. Se não for possível evitar, o uso do protetor solar é obrigatório, bem como evitar fumar, já que o hábito contribui para o surgimento da flacidez.
Uma alimentação equilibrada ajuda na ingestão de antioxidantes, essenciais para a saúde da pele, assim como uma boa hidratação oral, ou seja, beber bastante água.
Por outro lado, algumas soluções caseiras, como massagem com rolo de jade, não são capazes de estimular um novo colágeno. “Eles ajudam na drenagem facial e permitem que os cremes sejam melhor absorvidos”, finaliza a médica.
A gelatina é rica em colágeno?
Muita gente acredita que a gelatina ajuda a proteger a pele, as unhas e os cabelos porque contém colágeno em sua fórmula. Contudo, os produtos que costumamos encontrar nos supermercados trazem uma quantidade muito baixa de proteína – entre 0,76 e 2 gramas de colágeno a cada 120 gramas de gelatina.
Além de não conter a forma correta de colágeno, a sobremesa é geralmente carregada com altos níveis de corantes e aromas artificiais, açúcar e adoçantes para terem mais sabor. Dessa forma, em termos nutricionais, o benefício da gelatina industrializada para o corpo é praticamente nulo.
Qual o melhor horário para tomar?
Não há evidência cientifica de horário melhor para consumo. Por isso, o nutriente pode ser ingerido a qualquer horário do dia.
Colágeno X menopausa
A menopausa causa a queda dos hormônios responsáveis pela menstruação e gravidez (estrogênio e progesterona). Como o estrogênio tem relação íntima com a síntese de colágeno, a pele também sofre. Há, então, a drástica diminuição do colágeno e dos glicosaminoglicanos (GAGs), que são os polissacarídeos da pele. Um deles é o ácido hialurônico, responsável pela hidratação da pele em sua camada mais profunda.
Dessa forma, nos primeiros cinco anos após a menopausa, o colágeno dos tipos 1 e 3 reduz em até 30%. E, a cada ano na pós-menopausa, a espessura da pele diminui 1,13%, enquanto o conteúdo de colágeno diminui 2,1%. Como consequência, a pele fica mais seca e áspera, com perda de firmeza e elasticidade. Por isso, para amenizar os efeitos, é fundamental consultar um médico para iniciar o melhor tratamento.
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