Clamídia: o que é, sintomas, transmissão e tratamento

Saúde
10 de Junho, 2022
Clamídia: o que é, sintomas, transmissão e tratamento

Você já ouviu falar sobre clamídia? Um tipo de Infecção Sexualmente Transmissível (IST) mais comum em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são 127 milhões de casos por ano

Essa doença é silenciosa, por isso a maioria dos infectados por clamídia não tem sintomas, mas transmite a doença.

De acordo com a Dra. Tatielle Teixeira Lemos, ginecologista no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, a clamídia é uma condição classificada como IST, ou seja, Infecção Sexualmente Transmissível.  

“A clamídia é causada por uma bactéria, chamada Chlamydia trachomatis, e afeta homens e mulheres”, ensina. 

Causas

A causa da clamídia é a bactéria Chlamydia trachomatis, que pode ser transmitida através da relação sexual sem camisinha, seja ela oral, vaginal ou retal. 

Dessa forma, pessoas que se relacionam sem proteção podem apresentar maior risco de ter a doença. Por isso, é muito importante usar camisinha durante os atos sexuais para não ter clamídia e outros tipos de ISTs. 

A clamídia também pode passar de mãe para filho durante o parto, quando a grávida tem a infecção e não realiza o tratamento adequado, podendo gerar graves problemas para o recém-nascido, como asma, conjuntivite, pneumonia neonatal, otite média, apneia, doença pulmonar obstrutiva e síndrome da morte súbita.

Sintomas da clamídia na mulher 

Em muitos casos, pacientes com clamídia não apresentam sintomas da condição, o que faz com que a doença não seja notada. Por isso, o recomendado é realizar check-ups ginecológicos e urológicos pelo menos uma vez por ano.

No entanto, existem alguns sintomas de clamídia que são comuns, de acordo com a ginecologista. Confira: 

  • Ardência ao urinar;
  • Dor durante as relações sexuais;
  • Dor forte na região genital e no pé da barriga;
  • Vontade mais frequente de ir ao banheiro para urinar;
  • Corrimento amarelado ou claro e sangramentos espontâneos fora do período menstrual ou que acontecem durante as relações sexuais.

Sintomas da clamídia no homem 

Apesar da infecção normalmente ser assintomática, quando aparecem os sintomas em homens são similares com os sinais aparentes nas mulheres. São eles:

  • Ardência ao urinar;

Dor nos testículos;

  • Vontade mais frequente de ir ao banheiro para urinar;
  • Dor durante as relações sexuais;
  • Eliminação de pus e de secreção por meio da uretra;
  • Corrimento amarelado.

Possíveis complicações 

A Dra. Tatielle Teixeira Lemos conta que a principal complicação da infecção por clamídia nas mulheres é a progressão da bactéria em direção ao útero, trompas e ovários, pois pode provocar a doença inflamatória pélvica (DIP), assim como sequelas subsequentes como gravidez ectópica e a infertilidade

“Alguns estudos sugerem que a infecção por Chlamydia trachomatis é um fator de risco para câncer de colo de útero, além de aumentar o risco de aquisição e de transmissão do HIV em até dez vezes”, alerta a médica. 

Além disso, a especialista acrescenta que os homens podem desenvolver complicações como inflamação da próstata (prostatite) ou inflamação nos testículos (orquiepididimite):  “impedindo a passagem de espermatozoides, como também a possibilidade da infertilidade”.

Tratamentos para a clamídia 

A boa notícia é que a clamídia tem cura e o tratamento é feito por meio do uso de antibióticos que matam a bactéria. 

“Lembrando que o tratamento deve se estender aos indivíduos com quem a pessoa teve relações sexuais. Além disso, há a possibilidade de reinfecção, caso o parceiro não seja tratado”, avisa a ginecologista.

Segundo a Dra. Tatielle Teixeira Lemos, se a pessoa for novamente infectada, deverá passar pelo tratamento de novo, já que o corpo não cria imunidade contra essa bactéria.

“Normalmente, é recomendado que a pessoa se abstenha de ter relações sexuais durante o tratamento da clamídia”, indica a especialista.

Diagnóstico da clamídia 

Para explicar como é feito o diagnóstico da clamídia, conversamos também com a Dra. Ana Rita de Tullio Gomes Garrido, ginecologista e obstetra, membro do Departamento Científico de Ginecologia e Obstetrícia da SMCC (Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas).

De acordo com ginecologista, o diagnóstico é feito através do exame de secreção genital, tanto no homem quanto na mulher, chamado de PCR.

A colheita para esse tipo de exame é feita pela primeira urina da manhã ou após intervalo mínimo de duas horas sem urinar em um frasco sem conservante. Dessa forma, o recomendado da quantidade a ser colhida é de no mínimo 5 ml e no máximo 20 ml, caso contrário a amostra estará muito diluída, prejudicando a análise.

Dessa forma, diagnóstico também pode ser feito por exame laboratorial, em uma amostra de sangue, que detecta a presença de anticorpos específicos para a bactéria, já que desde o momento da contaminação é possível observar atividade do sistema imune combatendo as bactérias.

Como prevenir? 

A obstetra indica que o principal meio de prevenção contra a clamídia é o uso de preservativos e tratamento do parceiro/a.

Além de praticar sexo seguro com proteção, outras recomendações são:

  • Procurar ajuda médica, assim que manifestar algum sintoma que possa sugerir uma doença sexualmente transmissível;
  • Evitar o contato sexual com múltiplos parceiros;
  • Seguir criteriosamente a orientação do médico sobre a duração do tratamento e as doses dos medicamentos.

“É necessário procurar ajuda quando tiver quaisquer sintomas relacionados com a doença para o diagnóstico correto e tratamento precoce”, aconselha a médica membro do Departamento Científico de Ginecologia e Obstetrícia da SMCC. 

Clamídia tem cura?

Por fim, sim, a clamídia tem cura. mas é importante ressaltar que é possível ser contaminado mais de uma vez. Por isso, a importância da prevenção e a procura do tratamento precoce.

No entanto, para garantir a cura, durante o período do tratamento é aconselhado que se evite o contato íntimo desprotegido.

Assim, a infecção por clamídia pode ser curada da mesma forma até mesmo em pessoas com HIV, não existindo necessidade de outro tipo de tratamento ou internamento.

Fonte: Dra. Tatielle Teixeira Lemos, ginecologista no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia. Dra. Ana Rita de Tullio Gomes Garrido, ginecologista e obstetra, membro do Departamento Científico de Ginecologia e Obstetrícia da SMCC (Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas).

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