Câncer de tireoide: Aline Gotschalg revela diagnóstico da doença

Saúde
03 de Agosto, 2022
Câncer de tireoide: Aline Gotschalg revela diagnóstico da doença

Considerado o câncer mais comum da região da cabeça e pescoço, o câncer de tireoide ocorre quando células com mutações crescem   na tireoide, glândula responsável por produzir  hormônios que equilibram o ritmo do nosso organismo.

A presença de nódulo na tireoide é comum. Estima-se que 60% da população brasileira tenha nódulos nessa região em algum momento da vida. Mas isso não significa que eles sejam malignos. Apenas 5% são cancerosos. Além disso, quando descobertos precocemente, o índice de cura supera os 95%. Foi o que aconteceu com a influenciadora e ex-BBB Aline Gotschalg, de 31 anos. Em seu perfil no Instagram, ela revelou que recebeu o diagnóstico da doença, fez o tratamento e agora está curada do câncer na tireoide.

“Câncer de tireoide. Receber esse diagnóstico não foi fácil. Tive muito medo e confesso que foram dias difíceis por aqui. Mas agora, sou só gratidão! Vivi uma experiência que justifica minha fé e não poderia deixar de compartilhá-la com vocês. Eu nunca havia feito antes um exame de ultrassom na tireoide e ouvi uma voz (como não acreditar que temos nosso Anjo da Guarda?) para realizá-lo juntamente com todos os meus outros exames periódicos, muito importantes para um controle preventivo de doenças, principalmente as mais silenciosas. E foi então que descobrimos um tumor maligno na tireoide. Sou grata por tê-lo descoberto precocemente. O diagnóstico precoce salva vidas”, escreveu.

A ex-BBB também fez um alerta sobre a importância do check up médico. “O câncer de tireoide é uma doença muitas vezes silenciosa e que afeta três vezes mais mulheres do que homens, principalmente aquelas na faixa entre os 20 e os 65 anos. Por isso, gostaria de deixar aqui um alerta para todos vocês se cuidarem. Façam exames periódicos e estejam sempre atentos a sua saúde!”, afirmou.

Causas e fatores de risco para o câncer de tireoide

Segundo dados do Global Cancer Observatory, em 2020, os cânceres de tireoide ocuparam a nona posição em incidência no mundo, atrás de mama, pulmão, câncer colorretal, próstata, estômago, fígado, colo de útero e esôfago. A causa exata do câncer de tireoide, porém, ainda não é conhecida. Conheça alguns fatores de risco:

  • Pessoas que passaram por tratamentos com radiação para a cabeça, pescoço ou tórax, especialmente na infância ou adolescência, bem como quem teve contato com materiais radioativos (por exemplo, habitantes de Chernobyl);
  • Indivíduos com história familiar de câncer de tireoide;
  • Quem possui um grande nódulo ou em rápido crescimento;
  • Idade superior a 40 anos;
  • Associação com dietas pobres em iodo.

Ter um fator de risco, no entanto, não significa que o indivíduo terá câncer de tireoide, já que algumas pessoas que desenvolvem a doença não têm nenhum fator de risco. Ainda assim, ter um nódulo de tireoide com qualquer um desses fatores de risco requer avaliação.

Quais são os tipos de câncer de tireoide?

Existem 4 tipos de câncer na tireoide: O papilífero, o folicular, o medular e o anaplásico. Conheça as características de cada um:

  • Papilífero: É o tipo mais comum, sendo originário das próprias células da tireoide que sofrem mutações. Geralmente, tem um crescimento lento. 
  • Folicular: É o segundo tipo mais comum, e tem associação com dietas pobres em iodo; 
  • Medular:  Ocorre, sobretudo, dentro de um mesmo grupo familiar. Por isso, é interessante que os familiares do indivíduo que apresentam a doença também façam exames regularmente. Se não for tratado, pode acabar se espalhando para os ossos, por exemplo.
  • Anaplásico: É o mais agressivo, pois se desenvolve rapidamente. Se não for tratado com rapidez e agilidade, poderá se espalhar para outras áreas do corpo, como fígado e pulmões, por exemplo.

Sintomas do câncer de tireoide

A maioria das pessoas com câncer de tireoide não têm sintomas. Entretanto, caso existam sintomas, os principais são:

  • Presença de nódulo na parte da frente do pescoço;
  • Rouquidão;
  • Dificuldade de engolir;
  • Sensação de peso no pescoço;
  • Dificuldade para respirar;
  • Tosses com engasgos.

Diagnóstico precoce

O diagnóstico precoce do câncer é uma estratégia para encontrar o tumor numa fase inicial e, assim, possibilitar melhores resultados em seu tratamento. Dessa forma, é possível encontrar um nódulo em si mesmo, fazendo o autoexame de tireoide ou descobri-lo durante o exame clínico de rotina. 

Inicialmente, em todas as avaliações  de rotina, o médico deve avaliar a história clínica e o exame físico do paciente. Em geral, o endocrinologista é quem tem mais prática para palpação da tireóide, mas qualquer médico pode estar habilitado. Caso, na palpação da tireóide, descubra-se um nódulo, o médico solicitará a ultrassonografia do pescoço para confirmação.    

Caso haja a presença do nódulo, este é avaliado pelo ultrassonografista de acordo com suas características. Se o nódulo tem características suspeitas, é feita punção aspirativa para confirmar ou descartar o diagnóstico de câncer. De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, a punção é realizada com uma agulha fina inserida no nódulo para retirar células ou fluidos que serão analisados no microscópio. Dessa forma, é um teste muito preciso para identificar nódulos cancerosos ou “suspeitos”, além de diagnosticar, inclusive, o tipo de câncer. Se o diagnóstico de câncer for confirmado, o tratamento de escolha é a cirurgia, e o cirurgião de cabeça e pescoço é o mais habilitado para este procedimento.

5 passos simples para o autoexame de tireoide

O autoexame é simples e ajuda a identificar nódulos e cistos na glândula. Saiba como fazê-lo:

  1. Você precisa estar na frente de um espelho.
  2. Olhe atentamente para a região inferior do pescoço, um pouco acima das clavículas e abaixo do gogó (nosso pomo de Adão). É lá que mora sua tireoide.
  3. Em seguida, incline a cabeça para trás levemente, de modo que você ainda consiga visualizar bem a região da tireoide, pois assim conseguimos esticar a pele do pescoço e facilitar a observação.
  4. Tome um copo d’água e engula.
  5. Enquanto engole, olhe para o seu pescoço. Veja se há alguma nodulação ou saliências nesta área quando engolir.

Tratamento do câncer de tireoide

O tratamento varia, dependendo do tipo de câncer e se ele se espalhou. As opções de tratamento incluem:

  • Cirurgia: Retira-se a glândula da tireoide parcial ou totalmente, além dos nódulos linfáticos anormais. Em alguns casos, remove-se também os linfonodos próximos, mesmo aqueles que não estiverem visivelmente anormais. Após a cirurgia, se for retirada totalmente a tireoide, a pessoa terá que usar a vida toda o hormônio tireoideano para substituir os hormônios que não serão mais produzidos pela tireoide.
  • Terapia com iodo radioativo: Esse tratamento consiste em ingerir uma pequena quantidade de iodo radioativo para destruir o tecido tireoidiano não removido pela cirurgia . O iodo também pode tratar o câncer de tireoide que se espalhou para os nódulos linfáticos e outras partes do corpo. O tratamento é seguro, com poucos efeitos colaterais. 
  • Radiação externa: Para eliminar as células cancerosas e diminuir os tumores, a radiação é dirigida para os nódulos de uma fonte externa ao corpo. Este tipo de tratamento é menos comum, sendo indicado apenas para algumas pessoas, sobretudo aquelas que têm câncer avançado e não podem fazer cirurgia.
  • Quimioterapia: É o uso de drogas para eliminar as células cancerosas. A quimioterapia pode ser benéfica para pacientes com tumor anaplásico e medular de tireóide, mas raramente é utilizada para tratar as outras formas, exceto em estudos clínicos para doença avançada.

Como prevenir?

A melhor forma de prevenir o câncer de tireoide avançado, de acordo com os especialistas, é realizar o diagnóstico precoce, fazendo o auto-exame de tireoide e consultas de rotina para exame físico. Além disso, se você acha que tem um nódulo de tireoide, consulte um endocrinologista (o especialista em condições relacionadas aos hormônios) para diagnóstico e tratamento. Em resumo, para se proteger, mantenha hábitos saudáveis, consulte seu médico e faça exames regularmente.

Fontes: Instituto Nacional do Câncer (INCA), Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Centro de Oncologia Oswaldo Cruz e Rede D’or São Luiz.

Sobre o autor

Fernanda Lima
Jornalista e Subeditora da Vitat. Especialista em saúde

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