Bulimia: O que é, sintomas e tratamentos para o distúrbio

Bem-estar Equilíbrio
15 de Julho, 2019
Bulimia: O que é, sintomas e tratamentos para o distúrbio

A bulimia é um distúrbio que se caracteriza por episódios recorrentes e incontroláveis de consumo de grandes quantidades de alimentos, seguidos de reações inadequadas para evitar o ganho de peso, tais como indução de vômitos, uso de laxativos e diuréticos, jejum prolongado e prática exaustiva de atividade física. Por isso, saiba mais:

O que é bulimia (ou bulimia nervosa)?

Também chamada de bulimia nervosa, a condição leva o paciente a estar sempre preocupado com a aparência e o peso.

Por isso, a pessoa geralmente se vale de alguns recursos nada saudáveis para não engordar. Estes, por sua vez, provocam complicações no organismo, ou seja, destruição do esmalte dos dentes, inflamação na garganta, sangramentos, problemas gastrintestinais, rasgos no esôfago devido ao excesso de vômitos ou desidratação

De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico feito pela Associação Americana de Psiquiatria, a bulimia é um transtorno alimentar que pode acometer homens e mulheres. Porém, apesar de afetar ambos os sexos, sua incidência é maior no gênero feminino. Assim, de acordo com uma pesquisa feita pelo jornal The New York Times em 2017, 85% dos pacientes com bulimia são do sexo feminino.

Qual a diferença entre anorexia e bulimia?

Muitas vezes confundidas, a bulimia e a anorexia são diferentes. Assim, na bulimia ocorre a compulsão por alimentos seguida por métodos compensatórios.

Por outro lado, na anorexia, o paciente deixa de se alimentar, perdendo peso rapidamente, chegando às vezes a um estado de desnutrição severa que pode levar à morte.

Apesar de diferentes, os dois transtornos podem ter pontos em comum, como a dismorfia corporal: preocupação excessiva pelo corpo, fazendo com que a pessoa sobrevalorize pequenas imperfeições ou imagine essas imperfeições, resultando num impacto muito negativo para a sua autoestima.

Conheça as causas da bulimia

“As causas mais comuns são baixa autoestima e insatisfação profunda consigo mesmo. Ou seja, a busca pelo peso ideal e o medo de engordar. Da mesma forma, há ainda sentimentos como fracasso, incapacidade e impotência diante do peso, do corpo e da alimentação”, explica o nutricionista Alan David Nicolau.

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Fatores de risco para a bulimia

Além disso, existem fatores que aumentam a probabilidade de desenvolver bulimia:

  • Ser do sexo feminino;
  • Ter idade entre 11 e 20 anos;
  • Apresentar obesidade;
  • Ser diagnosticado com ansiedade;
  • Desenvolver alterações de humor;
  • Ter histórico de obesidade na família;
  • Ter membros da família com variações de humor;
  • Apresentar baixa autoestima;
  • Estar infeliz com peso e tamanho;
  • Por fim, ter emprego ou carreira em que a aparência física é muito importante.

Bulimia: Sintomas

  • Preocupação excessiva com o peso e a forma;
  • Perder o controle sobre o que come;
  • Visitas frequentes ao banheiro ao longo ou depois das refeições;
  • Comer em excesso até sentir desconforto ou dor;
  • Vômitos autoinduzidos por inversão dos movimentos peristálticos ou colocando o dedo na garganta;
  • Fazer uso de diuréticos e laxantes após comer;
  • Uso exagerado de enxaguantes bucais, pastilhas e chicletes de menta (eles ajudam a mascarar o hálito de vômito);
  • Calos nas costas das mãos ou nas juntas dos dedos (isto é, uma espécie de cicatriz de repetição causada pelo ato de provocar o vômito colocando os dedos na garganta);
  • Sensação clara de desconforto ao comer na frente de outras pessoas;
  • Dietas severas intermediadas por repentinas perdas de controle que levam à ingestão compulsiva de alimentos;
  • Uso de suplementos diários para a perda de peso;
  • Ademais, flutuação de peso corpóreo.

Possíveis complicações da bulimia

A bulimia nervosa, se não tratada, pode gerar consequências relacionadas aos atos compensatórios do paciente — ou seja, as atitudes que ele adota depois dos quadros de compulsão. Vomitar demais, por exemplo, leva ao refluxo e a problemas sérios do estômago (como gastrite e úlcera), além de deterioração nos dentes (e nas gengivas e bochechas) e até prisão de ventre crônica.

Já quem faz uso de laxantes para emagrecer, por outro lado, pode sofrer de desidratação, inflamação intestinal e desnutrição. Nos dois casos, contudo, as pessoas correm o risco de apresentar depressão, insônia, mudanças de humor e ausência de menstruação.

Bulimia: Tratamento

O nutricionista, assim como uma equipe multiprofissional formada por psicólogos e psicanalistas, vai ajudar o paciente a reeducar a sua alimentação, apresentando os alimentos de forma positiva. Da mesma maneira, medicamentos antidepressivos podem ser úteis, especialmente se ocorrerem distúrbios como depressão e ansiedade

Entenda melhor sobre as frentes do tratamento para a bulimia:

Terapia e ajuda psicológica

A psicoterapia é importante para ajudar o paciente a lidar de outras formas com as emoções que provocam os quadros de compulsão alimentar. Além disso, o psicólogo estabelece estratégias de consciência corporal para acabar com a dismorfia. Nas sessões, há ainda a possibilidade de superação de traumas passados (que possivelmente desencadearam o transtorno). Elas podem ser indicadas uma ou duas vezes por semana, acompanhadas ou não da terapia de grupo.

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Acompanhamento nutricional

“O profissional deve fazer com que o paciente entenda que é preciso equilíbrio na alimentação. Entretanto, em muitos dos casos de bulimia, a pessoa segue uma dieta rígida e apresenta episódios de compulsão. Assim, é importante apresentar um plano alimentar equilibrado para, aos poucos, esses episódios irem diminuindo”, explica Alan David Nicolau. 

Não existem alimentos específicos que ajudem a tratar a bulimia. Entretanto, uma alimentação equilibrada, determinada de acordo com as necessidades energéticas da pessoa, pode ser uma grande aliada. “Porém, o mais importante é a pessoa ter o entendimento de que uma alimentação restrita não vai ajudá-la a alcançar o seu objetivo, e sim, prejudicá-la”, orienta o especialista. “Assim, o ideal é trabalhar alimentos saudáveis, procurando evitar frituras, excesso de alimentos ricos em carboidratos simples, gorduras e sódio”, completa. Entenda melhor sobre as frentes do tratamento para a bulimia

Medicamentos

Os remédios remédios só são indicados caso o psiquiatra entenda que a bulimia nervosa é uma consequência de algum outro problema, como depressão e ansiedade crônica. É importante que o paciente faça uso desses medicamentos apenas com a prescrição de um especialista.

Rede de apoio

Por fim, mas não menos importante, é preciso contar com a ajuda de amigos, colegas e familiares. Seja para falar sobre sentimentos ou pedir ajuda em momentos mais difíceis, o paciente necessita de uma rede de apoio forte.

Objetivos a serem alcançados durante e após o tratamento

  • Voltar à faixa de peso normal para idade, altura e sexo;
  • Ter uma alimentação adequada quali e quantitativamente. Além disso, flexibilidade de acordo com situações sociais;
  • Não ter comportamentos compensatórios;
  • Não obedecer ao medo de engordar e à distorção da imagem corporal;
  • Saber identificar a doença e suas consequências.

Dicas para vencer a bulimia

  • Siga uma dieta saudável com orientação de um especialista;
  • Informe-se: frequente os grupos de apoio existentes e conheça as complicações que podem ser causadas pela doença;
  • Procure ajuda médica novamente caso tenha alguma recaída;
  • Aceite uma imagem realista de corpo;
  • Por fim, exercite-se de forma saudável, sem exageros.

Leia também: Pequenos hábitos para controlar a ansiedade e emagrecer

Fonte: Alan David Nicolau, nutricionista graduado pelo Centro Universitário São Camilo e pós-graduado em fisiologia do exercício e treinamento resistido aplicados à saúde.

Referências: American Psychiatric Association. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders – DSM. 5 ed. Washington D/C, 2013.

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