Bebê gigante nasce com 7,3 kgs no Amazonas: Entenda os riscos 

Gravidez e maternidade Saúde
02 de Fevereiro, 2023
Bebê gigante nasce com 7,3 kgs no Amazonas: Entenda os riscos 

Recentemente, em Parintins, no Amazonas, uma mulher deu à luz um bebê com um tamanho impressionante. Angerson nasceu com 7,3 quilos e 59 centímetros e chamou a atenção nas redes sociais pelo peso incomum. Apesar de ter nascido grande demais, a criança está bem e não apresenta complicações de saúde. A explicação para a condição do bebê gigante é chamada macrossomia e, ainda que muitas pessoas achem bonitinho e curioso ver uma criança gordinha, a Dra. Carolina Cunha, médica ginecologista e obstetra, aponta que o excesso de peso não é um bom indicador e oferece riscos à saúde.

“Devemos entender que o bebê macrossômico não é fofinho e bonitinho por ser gordo. Ele é um bebê doente”. Para se ter uma ideia da diferença da criança, o peso médio de um bebê gira em torno de 3 quilos logo após o nascimento, portanto, Angerson está 4 quilos acima da média. Mas afinal, quais são os riscos que um bebê gigante pode enfrentar? 

bebê gigante 2

Foto: Divulgação/Hospital Padre Colombo

Bebê gigante: O que é macrossomia fetal?

A Dra. Carolina Cunha explica que a macrossomia fetal é um problema definido quando o bebê pesa acima de 4 quilos. As principais causas são mães com diabetes e obesidade. No entanto, existem outros fatores que podem levar a essa condição, por exemplo: múltiplas gestações, pais muito altos, gravidez prolongada e bebês do sexo masculino têm tendência a serem maiores.

Em uma entrevista anterior à Vitat, o Dr. Nelson Douglas Ejzenbaum, pediatra, neonatologista e membro da Academia Americana de Pediatria, aponta a relação entre diabetes e obesidade com o desenvolvimento da macrossomia.

“A mãe que tem diabetes gestacional faz com que a criança tenha um aporte de glicemia maior. Com isso, ela tem que produzir mais insulina, a qual é confundida com o hormônio do crescimento”, detalha Dr. Nelson.

Leia mais: Diabetes gestacional: Afinal, o que é, diagnóstico e tratamentos?

Quais são as consequências da condição para mãe e bebê?  

Primeiramente, a macrossomia fetal pode fazer com que a via de parto seja obrigatoriamente uma cesárea. Dessa forma, garante-se mais segurança tanto para a mãe quanto para o bebê que está a caminho. Dessa forma, em um parto natural,  a criança pode não conseguir passar pelo canal vaginal. 

Em geral, quando a condição está ligada à diabetes gestacional mal controlada, o bebê pode ter uma série de complicações depois do nascimento. Assim, o principal é o risco de hipoglicemia, aponta a Dra. Carolina. Esse distúrbio metabólico pode causar complicações como lesões cerebrais. Portanto, quando a criança desenvolve hipoglicemia, pode ficar apática, com tremores e até ter convulsões.

Dessa forma, outra consequência da macrossomia fetal  é a possibilidade de ele acabar sofrendo fraturas no nascimento, como a da clavícula, caso a via de parto seja normal. Assim, o mesmo pode acontecer em relação ao estiramento do plexo braquial, grupo de nervos localizado entre o pescoço e ombro.

Cuidados com o bebê gigante

A Dra. Carolina aponta que ainda na gestação é possível identificar o bebê macrossômico pelo tamanho da barriga e através dos exames de ultrassom, que estimam o peso pelo cumprimento da criança. Portanto, a ultrassom é o que confirma a condição. O diagnóstico precoce é essencial para fornecer o acompanhamento e cuidados de saúde, como controle da diabetes e obesidade da mãe. 

Por fim, a neonatologista também alerta sobre a possibilidade do bebê macrossômico sofrer de hipoglicemia neonatal. Assim, resumidamente, é quando ele acaba tendo uma queda brusca dos níveis de glicose entre 24 a 72 horas após seu nascimento.

“Dessa forma, um controle que temos que ter em relação é o de açúcar no sangue para que a criança não tenha hipoglicemia, que pode levar a lesão cerebral e convulsão”, esclarece Dr. Nelson. Assim, os bebês gigantes passam por uma avaliação mais criteriosa da equipe médica com a realização de exames e controle da hipoglicemia.

Fonte: Dra. Carolina Cunha, médica ginecologista e obstetra da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. Dr. Nelson Douglas Ejzenbaum, pediatra, neonatologista e membro da Academia Americana de Pediatria.

Referências:

Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

Instituto Nascer

Manual MSD – Versão para profissionais da saúde

Sobre o autor

Tayna Farias
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em gravidez e maternidade

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