Sedar a gestante na cesárea  é comum? Especialistas explicam

Recentemente, o tenebroso caso do anestesista Giovanni Quintella Bezerra, preso após sedar uma gestante durante a cesárea e estuprá-la, trouxe o debate a respeito da necessidade de sedação neste tipo de via de parto.

É preciso sedar a parturiente na cesárea?

De acordo com Luciana Delamuta, ginecologista e obstetra, dificilmente a parturiente precisa ser sedada para passar pela cesárea. Isso porque o intuito é que a mãe fique acordada para poder interagir com a equipe médica, conversar com o seu acompanhante e, claro, presenciar a chegada do seu bebê ao mundo, como lembra Rejane Santana, também ginecologista e obstetra.

Casos em que  a sedação é necessária

Assim, a sedação acontece apenas em casos específicos, como a gestante ter alguma cardiopatia congênita, doença do coração ou fazer uso de medicamentos anticoagulantes. Além disso, o sedativo pode ser necessário em urgências obstétricas, como uma cesárea de emergência devido ao descolamento de placenta, ou quando a cirurgia vai demorar mais tempo do que o esperado.

Então, qual é a anestesia indicada no parto?

De acordo com a anestesiologista Ana Cláudia Monteiro, a raquianestesia é a mais usada na cesárea.  A especialista explica que esse método usa menos remédio para fazer efeito e age mais rápido. Ele é aplicado na coluna, em um espaço chamado subaracnóideo. Após a injeção, a gestante perde a sensibilidade da parte de cima do umbigo para baixo e a musculatura da parede abdominal relaxa para a cirurgia acontecer.

O efeito da anestesia dura, em média, de três a quatro horas e pode causar algumas reações adversas. A paciente pode sentir sonolência, náuseas e vômitos, além de coceira no corpo, dor de cabeça e abdominal, necessitando de outros medicamentos para controle do incômodo no pós-operatório.

Os efeitos colaterais da raquianestesia