Alergia ao ovo: Conheça os sintomas e como identificar
A alergia ao ovo não é incomum e acontece quando o sistema imunológico identifica o alimento como um corpo estranho, especialmente por causa da clara (a parte branca) devido à presença de proteínas alergênicas. Assim, resulta em uma reação alérgica, com efeitos colaterais que podem variar.
Apesar da clara ser a causa mais comum de reação alérgica, a gema, grande fonte de zinco e outros minerais, também pode causar o mesmo problema.
A princípio, o ovo é conhecido por sua abundância em proteínas, diversas vitaminas (principalmente as do complexo B) e ômega-3, ácido graxo importante para a saúde do coração. Porém, devido às reações alérgicas que ele pode provocar, algumas pessoas precisam deixar de consumí-lo.
As reações alérgicas não se restringem ao ovo de galinha e também podem ser causadas pelo ovo de codorna, de pata, de ganso, bem como de peru.
Como é feito o diagnóstico
Perdendo apenas para o leite de vaca, o ovo é o alimento que mais causa alergia durante a infância. Por isso, o diagnóstico costuma acontecer logo nos primeiros meses de vida, entre os 6 e os 12 meses de idade. Entretanto, a alergia pode desaparecer naturalmente durante a adolescência sem que haja a necessidade de um tratamento específico.
Para maior segurança, o teste que diagnostica a alergia deve ser feita no hospital. É chamado de teste de provocação: ingere-se um pedaço do alimento e o médico observará a ocorrência (ou não) dos sintomas típicos da reação alérgica. O teste cutâneo e a verificação da presença de anticorpos no organismo também são possíveis formas de diagnosticar essa alergia.
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Principais sintomas de alergia ao ovo
Não necessariamente todos os sintomas serão apresentados, mas alguns dos sintomas mais comuns são:
- Coceira e vermelhidão na pele
- Náusea, vômito e dor de estômago
- Coriza (inflamação da mucosa nasal)
- Dificuldade na respiração
- Tosse seca e chiado ao respirar
Ainda, os sintomas não são somente decorrentes da ingestão do alimento, mas também podem ser causados pelo simples contato do mesmo com a pele ou da inalação.
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Por isso, é importante sempre checar o rótulo dos alimentos, pois é possível que eles contenham ovo e você nem saiba. Felizmente, o ovo pode ser substituído mesmo em receitas em que ele parece ser essencial e insubstituível, como bolos, pães, massas, biscoitos, carnes empanadas e até mesmo a receita da maionese pode ser adaptada para os alérgicos.
Esse tipo de alergia alimentar tem cura?
O médico explica que a cura da alergia é algo muito individual. “Às vezes, uma pessoa adquire alergia a ovo ou a outros alimentos e segue com esse problema pelo resto da vida. Em outras ocasiões, por adaptação do sistema imunológico, a alergia vai cessar durante a infância ou durante a adolescência.”
Além disso, existem tratamentos que alegam reduzir ou curar a alergia, mas isso deve ser sempre feito com a indicação e orientação do médico pediatra ou alergista, que vai avaliar a situação e verificar o que pode ser feito e se existe um tipo de tratamento específico para aquele caso.
Como prevenir a alergia a ovo?
De acordo com o médico, o cuidado com a alimentação precisa ser feito desde a primeira infância. “De acordo com as associações de pediatria, a introdução ao ovo, assim como de outros alimentos alergênicos, como amendoim e peixe, devem ser feitas gradativamente, a partir do quarto mês de idade”, explica Roberto Debski.
Dessa forma, o sistema imunológico vai se fortalecendo, se adequando com o tempo de vida do bebê e, se for feita essa introdução próxima aos seis meses, o risco de desenvolvimento de alergias parece ser menor. “Então, essa introdução não deve ser feita antes”, completa.
Alergia ao ovo X vacina da covid-19
A Associação Brasileira de Alergia e Imunologia destaca que “não há qualquer evidência ou relato de que alguma das vacinas contra a COVID-19 cause reações graves em pacientes com alergia alimentar”. Outro ponto relevante abordado pela associação é se o paciente pode sofrer uma anafilaxia ao tomar a vacina da COVID.
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“Se você tem histórico de anafilaxia a alguma vacina ou a algum componente das vacinas em uso, sim, esse risco existe. Importante frisar que: não se tem observado reações anafiláticas com as vacinas em uso no Brasil no momento; e pessoas com alergia respiratória, dermatite atópica ou alergia alimentar não são consideradas de risco para anafilaxia por vacinas, a não ser que apresentem reações a algum dos componentes destas vacinas”, explica o especialista.
Dessa forma, se uma pessoa já tiver apresentado previamente um quadro de anafilaxia, particularmente causada por alguma outra vacina, é fundamental que converse com o médico antes de receber as vacinas contra a COVID-19.
Por fim, é fundamental deixar claro que o uso de antialérgico antes de tomar a vacina não é indicado. Isso porque eles não têm o poder de prevenir uma reação grave e ainda podem mascarar possíveis sintomas iniciais que podem aparecer. Dessa forma, a aplicação é recomendada somente em situações de alguma reação alérgica. Além disso, grande parte das reações a qualquer vacina são leves e não têm natureza alérgica.
Fonte: Roberto Debski, médico clínico geral – CRM 58806 SP