Dermatite atópica: o que é, sintomas, tratamentos e como conviver

Saúde
16 de Janeiro, 2023
Dermatite atópica: o que é, sintomas, tratamentos e como conviver

Inflamação crônica na pele por ressecamento e muita coceira: essas são as principais características da dermatite atópica (DA), doença que é mais comum em crianças e adolescentes, mas que também pode afetar adultos, com manifestações diferentes em cada faixa etária.

Nas crianças e nos bebês, as lesões avermelhadas costumam ser mais simétricas e espessas e aparecem no couro cabeludo, na testa e na região lateral do rosto. Nos adolescentes, as áreas mais afetadas são as dobras do pescoço, atrás dos joelhos e os cotovelos.

Já no público adulto, a dermatite pode aparecer em qualquer parte do corpo, inclusive no rosto, como as pálpebras.

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Causas da dermatite atópica

A doença é crônica, e desencadeada por múltiplos fatores. Desse modo, os pacientes com asma, rinite alérgica ou disfunções imunológicas estão mais suscetíveis à doença – e isso também vale para o caso das crianças.

Além disso, exposição a banhos quentes, amaciantes ou hidratantes com corantes podem agravar o problema. Estresse, suor excessivo e uso de roupas justas ou de tecidos como lã também são fatores desencadeantes de eventuais crises.

Sintomas da doença

A dermatite costuma ter como principal sintoma a pele seca acompanhada de coceiras e feridas na pele, causadas pelo ato de coçar-se.

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“O quadro é variável dependendo do tempo de doença e da gravidade, deste modo pode haver, por exemplo: áreas avermelhadas com ferimentos ou até áreas espessas, que surgem após períodos de coceira prolongada”, ressalta o site da Sociedade Brasileira de Dermatologia. A página da SBD ainda destaca que 70% das crianças que manifestam a condição na infância não levarão o problema para a vida adulta.

A dermatite atópica em crianças pode se manifestar sozinha ou em um conjunto com problemas respiratórios — tendência que leva o nome de atopia, de acordo com as informações contidas no site da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), filiada da Sociedade Brasileira de Pediatria. O órgão ainda complementa que “na maior parte das crianças, a dermatite atópica começa na primeira infância, e tende a desaparecer próximo da adolescência. Em cerca de 20% dos casos, pode permanecer durante a idade adulta.”

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Trata-se de uma doença contagiosa?

Não. Como explica o site da Sociedade Brasileira de Dermatologia, a dermatite atópica tem origem genética e crônica, ou seja, não é transmitida por contato. Desta forma, não há necessidade de restrição de contato com pessoas que tenham esse diagnóstico.

Além disso, parte da população acredita, erroneamente, que o quadro é contagioso, fazendo com que muitos pacientes ainda sofram preconceito.

De acordo com dados de uma pesquisa feita pela SBD, 46% da população crê que uma criança com dermatite atópica não possa ter contato com outras crianças.

Por conta disso, a entidade fez uma campanha para aumentar o conhecimento da população sobre a doença e educar os pacientes sobre a identificação de sintomas, o diagnóstico e a importância de procurar um médico dermatologista ou alergista.

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Fatores desencadeantes

Ainda segundo o site da Sociedade Brasileira de Dermatologia, alguns fatores podem agravar ou desencadear o quadro de DA. Entre eles, estão:

  • Suor excessivo (ambiente quente, variações repentinas de temperatura e roupas quentes);
  • Baixa umidade no ambiente (aumenta o ressecamento da pele);
  • Roupas de lã, tecidos sintéticos e ásperos (aumentam o prurido);
  • Banhos longos com água quente (ressecam a pele);
  • Uso de sabonetes em excesso associado ou não ao uso de buchas;
  • Situações de estresse (aumentam o prurido).

Existe cura para a dermatite atópica?

Por ser uma doença multifatorial e crônica, a dermatite atópica não tem cura.

Contudo, os tratamentos disponíveis atualmente são capazes de controlar algumas de suas manifestações, como a coceira, além de ajudarem a reduzir a inflamação da pele e prevenir as recorrências.

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Tratamento para dermatite atópica

O tratamento da dermatite atópica pode variar de acordo com o perfil do paciente e a fase da doença.

A página da SPSP afirma que não há cura, mas é possível controlar o problema. “Ainda não existe tratamento que cura a dermatite atópica; porém, pode-se conseguir um controle bastante satisfatório”, explica o site oficial.

De acordo com o site da SBD, a base do tratamento para a doença, quando ela está controlada, é o uso de emolientes ou hidratantes, para melhorar a barreira natural da pele.

Já nos períodos de crise (quando os sintomas são mais agressivos), o paciente pode ser tratado com antibióticos, corticoides ou imunossupressores. Este último é usado somente em casos graves, nos quais a coceira leva a lesões que deixam a pele “em carne viva” e aumentam o risco de infecção.

Por fim, é importante manter as consultas regulares com médicos para garantir um cuidado e orientações individualizadas para cada caso.

Fontes: Sociedade Brasileira de Dermatologia; Vanessa Mussupapo, dermatologista do Hospital Israelita Albert Einstein e membro da SBD; Silvia Soutto Mayor, coordenadora do Departamento de Dermatologia Pediátrica da SBD; Nayara de Abreu, dermatologista pela Universidade Federal de Juiz de Fora.

Referências:

Joshua L. Owen, Paras P. Vakharia, Jonathan I. Silverberg: “The Role and Diagnosis of Allergic Contact Dermatitis in Patients with Atopic Dermatitis“;

Martin Glatz, Jay-Hyun Jo, Elizabeth A. Kennedy, Eric C. Polley, Julia A. Segre, Eric L. Simpson, Heidi H. Kong: “Emollient use alters skin barrier and microbes in infants at risk for developing atopic dermatitis“.

PP-UNP-BRA-0945

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