Álcool é ainda mais danoso para fígado de pessoas com sobrepeso
Reduzir a ingestão de bebidas alcoólicas é importante para todos os adultos — isso porque o excesso de álcool está relacionado a diversos problemas, principalmente aqueles que dizem respeito à saúde do nosso fígado. Contudo, uma nova pesquisa apontou que pessoas com sobrepeso ou obesidade devem ter uma preocupação ainda maior com a substância, uma vez que ela tende a ser mais prejudicial para esses grupos específicos.
Assim, a revisão sistemática, feita por pesquisadores britânicos, mostrou que o risco de doença hepática crônica tende a ser maior para pessoas com IMC (índice de massa corporal) maior do que 25 e que bebem mais do que oito doses por semana.
Comparados com participantes de peso normal, os indivíduos com excesso de peso tiveram 3,3 vezes mais chances de desenvolver a condição, enquanto os indivíduos com obesidade, 5,4 vezes.
Desse modo, a doença hepática crônica ocorre quando o fígado é exposto a diferentes formas de lesão, que persistem por no mínimo seis meses, e podem trazer consequências graves.
Além disso, outro estudo, publicado na Journal of Hepatology, já apontava a mesma relação: para os que possuem IMC acima de 35, o efeito tóxico do álcool para o fígado dobra — duas garrafas de vinho por semana se tornam quatro no que diz respeito ao fígado.
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Ademais, outro ponto que também deve ser observado, além do peso, é a gordura corporal. De acordo com a pesquisadora sênior do CISA (Centro de Informações sobre Saúde e Álcool), a biomédica Marilia Reis, o etanol não é solúvel em gorduras. Portanto, uma porcentagem muito pequena do álcool ingerido é retida no tecido adiposo.
Assim, após o consumo do mesmo número de bebidas, pessoas com o mesmo peso, mas com níveis de gordura corporal diferentes, terão concentrações distintas do composto no sangue. “A pessoa com mais gordura corporal apresentará, assim, uma concentração de álcool mais alta. O que trará, desse modo, impactos mais negativos, uma vez que a substância ficará mais tempo em seu corpo.”
Fonte: Marilia Reis, biomédica e, além disso, pesquisadora sênior do CISA (Centro de Informações sobre Saúde e Álcool).