Adoçante: Quais os tipos, riscos e como usar

Alimentação Bem-estar
30 de Setembro, 2019
Adoçante: Quais os tipos, riscos e como usar

Com o açúcar sendo o vilão protagonista da dieta e do emagrecimento, o adoçante veio para “salvar” a alimentação. Pelo menos essa é a crença de muita gente que está sempre de olho nas alternativas mais saudáveis e atenta aos ponteiros da balança. 

Mas, essa afirmação não é completamente verdadeira. Na verdade, ela é bem relativa, pois nem todo adoçante é saudável quanto pensamos. 

Muitos adoçantes são carregados de aditivos químicos que trazem prejuízos para a saúde, caso sejam consumidos em excesso.

Por causa dos efeitos colaterais, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabeleceram limites para a ingestão diária de adoçantes artificiais. Entretanto, há grandes dificuldades em quantificar o real consumo dessas substâncias, uma vez que elas estão presentes em vários alimentos ultra processados, como aqueles prontos para consumir ou aquecer, sem a indicação da sua quantidade.

 Veja como fazer a escolha mais sábia (e as ciladas também) para manter o foco da dieta.

Adoçantes sem segredo

Atualmente existem 7 tipos de adoçante registrados na Anvisa e, portanto, são seguros para o consumo humano. São eles:

  • Sucralose: é uma versão modificada da sacarose. Geralmente é utilizada em produtos de padaria, bebidas, chicletes, gelatinas e sobremesas congeladas à base de leite. No dia a dia, é uma opção para receitas que vão ao forno por causa de sua resistência à temperatura. Também é vendida como adoçante de mesa, podendo adoçar cafés, vitaminas, iogurtes etc.
  • Esteviosídeo: produzido com as folhas de Stevia (que também é seu nome comercial), uma planta nativa da América do Sul, é uma das opções mais naturais de adoçantes, sem nenhuma contraindicação. Se tornou a preferida da indústria de produtos fit e saudáveis justamente por essa característica. Gelatinas, doces, sorvetes com essa proposta geralmente levam o ingrediente na fórmula. Outra apresentação é em forma de adoçante de mesa, com várias possibilidades de uso (cafés, bebidas, cremes etc).
  • Aspartame: um dos primeiros adoçantes a se tornar popular na mesa das pessoas. Pode ser usado em diversas receitas, exceto as que precisam ser assadas porque suas propriedades se alteram a altas temperaturas. Pessoas com fenilcetonúria, uma doença genética rara que acumula fenilalanina no organismo e causa retardo mental, devem evitar o aspartame. Esse tipo de adoçante é carregado de fenilalanina, que piora o quadro. Gestantes também devem evitar o consumo. Embora não exista um estudo específico, acredita-se que o uso excessivo do aspartame está ligado a doenças como o câncer.
  • Acessulfame de potássio (ou acessulfame K): outro substituto do açúcar, principalmente em pratos assados, doces ou salgados. Seu uso requer dosagem moderada, porque altas quantidades dele dão sabor amargo aos alimentos. Não há contraindicação. 
  • Sacarina: “prima” da sacarose, é parecida com o açúcar refinado em termos de sabor, mas com poder adoçante superior – um pouquinho do ingrediente é  o suficiente para garantir a doçura. Ideal para ser usada em receitas que precisam de cocção. Presente em refrigerantes, geleias, sorvetes e outros produtos industrializados, além da versão para consumo do dia a dia (de mesa, como já falamos nas outras opções). Pessoas hipertensas devem evitar a sacarina, pois o adoçante possui sódio na composição.
  • Ciclamato: assim como a sacarina, é derivado do petróleo, mas com menos poder adoçante em relação ao açúcar convencional. Suas propriedades e recomendações de consumo são idênticas a sacarina. Uma curiosidade:  no fimda década de 1960, surgiu a hipótese de que o ciclamato poderia ser responsável pelo câncer de bexiga. Mas segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, há aproximadamente 475 estudos científicos comprovando que o ciclamato não é carcinogênico (ou seja, não é causador de doenças cancerígenas). 
  • Neotame: menos conhecido da lista, é um tipo de adoçante de uso geral e intensificador de sabor de alimentos. Pode ser utilizado como substituto do açúcar em produtos assados.

Leia também: Açúcar causa inflamação no organismo?

Qual é a melhor escolha?

De todos os mencionados, a sucralose e a estévia são os mais recomendados, pois são adoçantes naturais e com menos substâncias químicas. 

Porém, procure um nutricionista para avaliar a melhor forma de consumi-los e suas quantidades ideais.

Adoçante emagrece?

Esses produtos podem ajudar a cortar calorias da dieta, mas podem atrapalhar em alguns casos e até aumentar o desejo por doce. 

Em 2015, o jornal científico da Associação Médica Canadense publicou uma revisão de 37 estudos que identificou, por exemplo, uma possível associação entre adoçantes e um maior índice de massa corporal, o famoso IMC.

Assim, para emagrecer não basta usar adoçantes. É preciso vigiar a dieta como um todo.

Fonte: Milena Lopes, nutricionista da Clínica NutriCilla. Pós-graduada em nutrição clínica pelo GANEP.


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