Verrugas: o que são, tipos, como se pega e como tirar
As verrugas são uma condição comum que afeta a pele, principalmente as mãos e os pés. Se você tem uma verruga, provavelmente, já quis saber como foi a transmissão e como retirá-la.
O que são verrugas?
De acordo com a Dra. Julia Ocampo Lyra Da Silva, médica dermatologista da Doctoralia, as verrugas são bolinhas de células infectadas por pelo vírus HPV – Papiloma Vírus Humano.
“Quando uma célula é infectada por esse vírus, ela prolifera de forma anormal e acelerada — resultando nesse tumor benigno que chamamos de verruga”, explica a especialista.
Assim, elas podem surgir em qualquer idade e em qualquer local do corpo, com variadas estruturas. No entanto, normalmente, as verrugas aparecem no rosto, no pé, na virilha, na região genital ou nas mãos.
Sintomas
O principal sintoma da verruga é o aparecimento de bolinhas em um ou mais locais do corpo, segundo a dermatologista.
Dessa maneira, a médica acrescenta que uma pessoa pode ter apenas uma verruga ou pode ter várias no corpo. Além disso, essas bolinhas podem aparecer isoladas ou formar placas maiores: “porém, as verrugas não causam sintomas sistêmicos como a febre, por exemplo, nem são lesões dolorosas”, complementa.
Contudo, existem as verrugas plantares, popularmente conhecidas como olho de peixe, que podem doer e sangrar quando a pessoa caminha. As verrugas anogenitais também podem gerar um pouco de coceiras na região, mas as verrugas normais costumam ser assintomáticas.
Tipos de verrugas
De acordo com a Dra. Julia Ocampo, existem diferentes gêneros de verrugas, que são causados por alguns tipos de HPV: “tem mais de 150 tipos diferentes de HPV descritos atualmente”, lembra.
Confira os tipos de verrugas mais comuns nas pessoas:
- Verruga plana: são lesões pequenas, de superfície plana e podem aparecer em grande número. É causada pelos tipos 3 e 10 principalmente;
- Verruga do açougueiro: correspondentes ao tipo viral HPV 7, forma benigna e denominada pela prevalência maior nas mãos de açougueiros e em outros profissionais que lidam com carne;
- Verruga Vulgar (mais conhecida): pelos tipos de HPV 1, 2 e 4. São lesões elevadas, endurecidas, de superfície áspera e coloração esbranquiçada.
- Verruga filiforme: mais facilmente encontrada nas pessoas idosas.
- Verruga genital: encontrada na região genital ou perianal. São lesões mais macias e, quando localizadas nas mucosas, podem ser úmidas.
Causas
O papilomavírus humano (HPV) é o causador das verrugas. Esse vírus pode entrar na pele do paciente por meio de uma micro lesão ou micro-machucado, que pode ou não ser invisível aos olhos, de acordo com a dermatologista da Doctoralia.
“Esse vírus se instala nesse ponto e a verruga começa a crescer a partir daí”, esclarece a especialista.
Por isso, é importante informar que os vírus HPV só provoca o aparecimento de verrugas quando existe algum local na pele que permita a sua entrada no organismo, como arranhões, pele seca, unha encravada ou feridas.
Transmissão
Segundo a Dra. Julia Ocampo, o papilomavírus humano (HPV) pode entrar na pele por meio do contato de pessoas e objetos contaminados com pequenos cortes e machucados.
Desse modo, o contato com o vírus causador das verrugas também pode vir de um simples apertar de mãos até uma relação sexual.
Além disso, pacientes com baixa imunidade são mais vulneráveis ao aparecimento das verrugas. Por isso, o pico de ocorrência ocorre entre 12 e 16 anos.
Tratamentos
As verrugas podem retroceder espontaneamente, dentro de meses, ou persistirem por muitos anos na pele. Em crianças e adolescentes, as verrugas podem sumir sem necessidade de medicação ou cirurgia. Mas em adultos, as verrugas não costumam desaparecer sem tratamento.
Ainda de acordo com a Dra. Juliana, as verrugas anogenitais são mais difíceis de serem tratadas. “Pode ser necessária não só uma combinação de terapias como, em muitos casos, cirurgias para a retirada das lesões”, aconselha.
Além disso, a especialista comenta que por causa do risco de provocar câncer, as verrugas anogenitais devem ser tratadas com muita atenção.
Assim, apesar de parte das verrugas poderem desaparecer ao longo do tempo, a Dra. Julia Ocampo recomenda tratá-las para evitar que se disseminam pelos pequenos machucados que podem surgir na pele.
“Podemos cuidar em casa com remédios prescritos pelo dermatologista ou removê-la por meio de procedimentos feitos em consultórios médicos, tais como crioterapia, eletrocoagulação e retirada cirúrgica da lesão”, sugere a médica.
Leia também: Vacina do HPV: quem pode tomar e outras dúvidas sobre o vírus
Prevenção contra verrugas
De acordo com a dermatologista, prevenir a contaminação é difícil. Mas é possível evitar contaminar outra pessoa quando identificamos uma verruga em nosso corpo.
Portanto, algumas formas de prevenção são:
- Manter as verrugas cobertas por um curativo para evitar que a lesão se dissemine por meio de pequenos traumas e lesões;
- Evitar piscinas de uso comunitário;
- Usar preservativos como camisinha feminina, que tem uma superfície maior de proteção que a camisinha masculina;
- Tomar vacinas contra o HPV.
- Evitar tocar nas verrugas de outras pessoas, sem ter a pele devidamente protegida com luvas;
- Não usar toalhas ou objetos pessoais de outras pessoas.
Dúvidas comuns
Confira abaixo algumas perguntas comuns sobre as verrugas, que podem desmistificar esse problema.
- As verrugas podem desaparecer de repente? Segundo a dermatologista, a verruga pode desaparecer sozinha: “mas não é possível precisar a que tempo isso vai ocorrer, se é que vai acontecer”, informa.
- Existe alguma relação entre verrugas e imunidade? Sim, a Dra. Julia Ocampo confirma que os pacientes com baixa imunidade são mais suscetíveis ao aparecimento da condição.
- Qual é a verruga viral? Toda verruga é uma lesão necessariamente viral.
- Elas são transmissíveis? São altamente transmissíveis. Por ser causada por um vírus, é importante evitar tocar diretamente nas regiões lesionadas para evitar a infecção.
- As verrugas são transmitidas por animais? Não são transmitidas por animais.
Fonte: Dra. Julia Ocampo Lyra Da Silva, dermatologista da Doctoralia. Formada em Medicina pela UERJ e especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia.