Vacinação das crianças: por que não deixar de imunizar os pequenos?

Saúde
17 de Outubro, 2022
Vacinação das crianças: por que não deixar de imunizar os pequenos?

O Brasil sempre foi referência mundial em vacinação, entretanto, no pódio da imunização, o país caiu muitas posições. Nos últimos anos, a cobertura vacinal mostrou resultados preocupantes. Assim, doenças que já não eram vistas há anos voltaram a preocupar a saúde pública. Afinal, por que é tão importante realizar a vacinação das crianças?

A vacinação das crianças é essencial

De acordo com Flávia Cohen, infectologista, o esquema de vacinação existe justamente para proteger as crianças de doenças altamente contagiosas e que comprometem a saúde. Ou seja, serve para criar um sistema imunológico bom e que realmente vai defender os ataques das doenças. “As defesas do corpo dos pequenos ainda estão em desenvolvimento, não são tão fortes. A vacinação criará uma barreira contra os vírus e bactérias que existem”, conta. 

Dessa forma, a vacinação deve começar na maternidade, sendo a vacina Bacilo Calmette-Guerin (BCG), contra a tuberculose, a da Hepatite B, contra o vírus que afeta o fígado, bem como a vacina contra a meningite, os imunizantes mais importantes para os recém-nascidos.

Ao longo dos meses e anos, outras vacinas são aplicadas, como a tríplice tetraviral, que protege contra o sarampo, caxumba, rubéola e varicela. Além disso, as vacinas para o rotavírus, hepatite A, poliomielite e pneumococia 13 completam a lista de imunizantes que não podem faltar nos pequenos. 

Mas se todos os imunizantes são tão importantes, por que os pais e responsáveis estão negligenciando as crianças dessa maneira? “Como as doenças vacináveis estão mais controladas, acaba que a população não vê essas doenças na sociedade, na comunidade. Então, elas acreditam que tudo bem não vacinar por não haver a presença dessa doença”, diz Pedro Cavalcante, pediatra e médico da família. 

Para os especialistas, a fake news foi um forte potencializador da desistência de imunização. “Muitas informações equivocadas estão sendo disparadas nas redes sociais, o que acaba assustando muitos pais e fazendo com que eles não levem os seus filhos para a vacinação. É importante pesquisar a fundo, em estudos que são feitos por especialistas para entender os benefícios das vacinas para as crianças e para o sistema imunológico delas”, completa a infectologista Flávia Cohen. 

Imunização infantil merece superatenção 

Pedro Cavalcante ressalta que o Brasil tem o programa de vacinação mais completo do mundo. Entretanto, atualmente, a cobertura vacinal brasileira não se encontra em uma boa situação. De acordo com a Agência Senado, a imunização infantil está em seu nível mais baixo dos últimos 30 anos. Veja alguns dados:

  • Em 2021, 60% das crianças receberam vacinas contra a hepatite B, tétano, difteria e coqueluche;
  • No mesmo ano, cerca de 70% das crianças tiveram imunização contra a tuberculose e paralisia infantil;
  • Por fim, nem 75% do público-alvo foi vacinado contra o sarampo, caxumba e rubéola em 2021.

A falta de vacinação aparece como um efeito dominó: quando um imunizante não é aplicado, a tendência é de que outros também não sejam. Vale lembrar que diversas vacinas estão disponíveis gratuitamente em postos de saúde da rede pública.

A recomendação do Ministério da Saúde é que, no mínimo, 90% a 95% de crianças brasileiras estejam imunizadas. Como resultado da baixa adesão às vacinas, doenças como a poliomielite (paralisia infantil), meningite e sarampo voltaram a aparecer em 2022. A pólio havia sido erradicada na década de 1990.

Por fim, vale reforçar que as vacinas contra a Covid-19 são seguras e eficientes na proteção contra o vírus nos pequenos. A imunização para os pequenos entre 6 meses e 4 anos com comorbidades foi autorizada na segunda semana de outubro pela Anvisa. 

Fonte: Flávia Cohen, infectologista da Clínica FVC;  Pedro Cavalcante, especializado em pediatria pelo Instituto da Criança da USP e Médico de família. Médico do Departamento de Pediatria do Hospital D’OR São Luiz, de São Paulo.

Referências: Agência Senado; Ministério da Saúde

Sobre o autor

Gabriela Ferreira
Jornalista e Repórter da Vitat.

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