Vacina rotavírus: para que serve e quando tomar
A vacina rotavírus tem como principal função proteger crianças contra a rotavirose, uma infecção debilitante capaz de causar desidratação severa. A princípio, bebês de dois meses podem receber a imunização, que é dividida em alguns ciclos de aplicação para garantir a eficácia. A seguir, veja os tipos de vacina rotavírus e todas as informações necessárias para proteger a saúde das crianças.
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O que é e como tomar a vacina rotavírus
O imunizante possui dois tipos: o monovalente (vacina oral rotavírus humano G1P1) e o pentavalente (vacina oral rotavírus humano G1, G2, G3, G9 e G12). O primeiro é fornecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e protege contra um tipo de vírus do rotavírus, que é o mais comum entre as crianças. Por outro lado, o pentavalente contém cinco tipos diferentes de rotavírus. Ou seja, protege contra cinco variações da virose e está disponível apenas em redes privadas.
Normalmente, a vacina monovalente é administrada em duas doses e a pentavalente em três, sendo que ambas podem ser aplicadas a partir da sexta semana (dois meses). No entanto, é importante que a vacinação completa não ultrapasse o final do sétimo mês de vida. Veja as recomendações para seguir o cronograma de imunização corretamente:
- Primeira dose: pode ser tomada a partir da 6ª semana de vida até os 3 meses e 15 dias de idade.
- Segunda dose: aplicada com no mínimo 30 dias de intervalo da primeira e é ideal que seja tomada até os 7 meses e 29 dias de idade. Dessa forma, se o calendário for respeitado, o bebê deverá receber a segunda dose aos quatro meses de idade.
- Terceira dose: essa fase faz sentido apenas para a vacina rotavírus pentavalente, que deve ser tomada aos 6 meses de idade.
Quanto à disponibilidade da vacina, é possível encontrá-la em qualquer unidade básica de saúde do SUS; caso opte pela vacinação em rede privada, basta entrar em contato com a clínica, normalmente indicada pelo pediatra do bebê.
Existe algum tipo de reação à vacina rotavírus?
De acordo com a Glaucia Finoti, coordenadora da enfermaria de pediatria do Hospital Santa Catarina, em São Paulo (SP), algumas crianças podem ter reação ao imunizante. “É normal ter gases e alterações na cor e consistência das fezes na primeira semana após a aplicação da vacina”, esclarece a profissional.
À primeira vista, os sintomas não costumam ser preocupantes, mas caso haja febre persistente e muita indisposição da criança, é desejável consultar o pediatra para prescrever medicamentos para aliviar o desconforto. Além da vacina rotavírus, veja aqui outras imunizações indispensáveis para as crianças.
Existem contraindicações para a vacina?
De acordo com Finoti, a vacina rotavírus possui algumas contraindicações, cuja principal são possíveis reações alérgicas. Logo, é essencial observar se a criança teve algum episódio alérgico para avaliar se há contraindicação ou não. Outro ponto sensível está relacionado às malformações intestinais e à mães portadora de algum tipo de imunodeficiência.
Afinal, o que é o rotavírus?
Crianças com idade entre 6 meses e 2 anos são mais vulneráveis ao rotavírus, um vírus integrante da família Reoviridae que provoca a rotavirose, com diarreia severa de cheiro forte e ácido, febre alta, irritação do ânus e vômitos. De forma geral, a transmissão do vírus ocorre por meio de alimentos e bebidas contaminadas e pelo contato com pessoas infectadas. Por exemplo, uma situação comum de infecção ocorre nas creches e escolinhas, onde crianças saudáveis e contaminadas interagem, facilitando a proliferação do vírus.
Uma dúvida bem comum é se o rotavírus ataca apenas crianças. Porém, adultos também podem ser vítimas da infecção, que pode ter os sintomas agudos e normalmente confundido com uma simples intoxicação alimentar. Assim, tanto adultos quanto crianças devem ter auxílio médico correto para avaliar o origem da contaminação, que é feita por meio de exames laboratoriais.
Atenção aos sintomas e tratamento
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o vírus é responsável por quase 215 mil mortes de crianças com menos de cinco anos a cada ano no Brasil. Portanto, precisa ser tratada rapidamente, pois a desidratação é intensa e difícil de ser controlada. Caso a infecção seja grave, o organismo da criança rejeita a ingestão de líquidos e alimentos, e os sintomas podem durar entre 8 e 10 dias. Assim que houver qualquer suspeita, é necessário consultar o pediatra ou ir a uma unidade de atendimento hospitalar para receber o devido tratamento.
Como providência, o médico poderá indicar o soro de reidratação oral, água, chás, sucos, água de coco em colher ou copo, além de fracionar a alimentação do bebê em porções menores. Já para as crianças que estão sendo amamentadas, é essencial que a mãe faça esse procedimento mais vezes na fase da diarreia, pois a amamentação é a estratégia mais eficiente para impedir a desidratação do bebê.
Como evitar o rotavírus
A Secretaria da Saúde do Distrito Federal lista algumas formas de evitar o rotavírus.
- Descarte corretamente as fraldas sujas: evite deixá-las expostas na lixeira. Por isso, armazene-as em uma sacola específica e bem fechada.
- Higienize e ferva as mamadeiras e chupetas antes de oferecê-las à criança.
- Evite a ingestão de água que não seja potável e verifique se as superfícies da cozinha estão limpas.
- Por fim, priorize o aleitamento materno, especialmente nos primeiros seis meses de vida, pois a amamentação aumenta a resistência do bebê contra doenças.
Fonte: Glaucia Finoti, coordenadora da enfermaria de Pediatria do Hospital Santa Catarina, em São Paulo (SP).