Transtornos de ansiedade: o que são e quais os principais tipos

Bem-estar Equilíbrio
10 de Novembro, 2022
Transtornos de ansiedade: o que são e quais os principais tipos

Os transtornos de ansiedade tornaram-se uma preocupação de saúde pública. Dados do Relatório Mundial de Saúde Mental 2022¹, da Organização Mundial da Saúde (OMS), mostram que, juntamente com a depressão, a ansiedade cresceu 25% ao redor do mundo somente no primeiro ano de pandemia. O Brasil, inclusive, é considerado um dos países mais ansiosos da América, ocupando o primeiro lugar no ranking elaborado em 2018² pela Organização.

As informações merecem atenção, uma vez que o problema pode gerar consequências nada agradáveis na vida de quem convive com ele. “Chegando até a paralisar nossas ações ao ponto de provocar um estado de descontrole emocional, podendo levar à exaustão física e/ou psíquica e produzindo sintomas fisiológicos”, complementa o psicólogo analítico Kleber Marinho.

Por isso, é muito importante conhecer os principais tipos de transtornos de ansiedade, bem como os seus sintomas. Confira mais sobre o assunto:

O que é a ansiedade?

De acordo com o especialista, o termo geralmente é utilizado para identificar a emoção relacionada a sentimentos como tensão, preocupação, nervosismo, apreensão ou medo diante de situações enfrentadas ao longo da vida por todos nós — uma prova, entrevistas profissionais, falar em público, perdas afetivas, problemas de saúde, desemprego… E por aí vai.

“Em tese, a ansiedade deveria ser considerada como um recurso essencial e benéfico, pois é uma reação normal ao estresse. Isto é, uma espécie de defesa orgânica que nos coloca em estado de alerta, prontidão e disposição”, afirma o psicólogo.

Ou seja, na teoria, ela nos ajuda a antecipar um momento que ainda não aconteceu. O que pode ser bom: se você está se preparando para uma apresentação no trabalho, planejando a sua festa de aniversário ou envolvido na resolução de algum conflito. Não seria interessante imaginar possíveis contratempos para tentar minimizar as chances dos mesmos acontecerem?

A questão é que, muitas vezes, a emoção acaba sendo exagerada. “O problema começa quando não conseguimos manter em equilíbrio a ‘dosagem’, a intensidade e a graduação da ansiedade vivenciada no dia a dia”, diz Kleber Marinho. Em vez de nos dar aquela coragem para “partir para a ação”, o sentimento pode virar um transtorno, muitas vezes incapacitante.

Principais sintomas e tratamento

Os sinais dos transtornos de ansiedade podem variar de acordo com o tipo. Mas eles englobam desde insônia leve, nervosismo e sudorese; até falta de ar, taquicardia, medo intenso e sensação de estar morrendo.

O tratamento também muda de acordo com cada caso e exige um diagnóstico clínico individual. “Contudo, toda pessoa que passa por qualquer sofrimento psíquico deve ser levada a sério e precisa ser encaminhada para uma avaliação psicológica. Um profissional capacitado conseguirá avaliar a necessidade de atendimento psiquiátrico e/ou outras terapias correlatas”, explica o especialista.

Tipos de transtornos de ansiedade

Kleber Marinho explica os principais:

Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)

“É uma preocupação exagerada atrelada ao sentimento de excessiva ansiedade”. Nesse caso, essa sensação é persistente, de longa duração (pelo menos seis meses), e merece investigação clínica quando for recorrente.

Geralmente, a preocupação é desmedida, ou seja, gera desgastes físico e emocional que não condizem com a situação. “Muitas vezes, nem mesmo existe um problema plausível que justifique tal ansiedade, pois ela é fantasiosa.”

Transtorno de Pânico (TP)

“O TP é caracterizado por crises de ansiedade que ocorrem sem aviso prévio, de modo súbito e intenso, provocando forte sensação de medo e/ou mal-estar e frequentemente acompanhadas de sintomas físicos”. Não existe necessariamente um lugar próprio ou um contexto específico para as crises, cuja duração costuma ser relativamente breve (no máximo 30 minutos).

Fobias (social e específicas)

A Fobia Social acontece quando a pessoa evita encontros sociais por conta de sentimentos como nervosismo e medo excessivo do contato com outros indivíduos — mesmo que sejam conhecidos. “Ela apresenta receio de julgamentos e de críticas alheias, o que geralmente está ligado à baixa autoestima, à insegurança e à necessidade de pertencimento.”

Por outro lado, as Fobias Específicas possuem um causador principal do medo extremo. Por exemplo, a claustrofobia, que é a fobia gerada por ambientes fechados e/ou cheios.

Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) e Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC)

O psicólogo explica que os dois deixaram de fazer parte dos transtornos de ansiedade e ganharam outras nomenclaturas.

Contudo, o Estresse Pós-Traumático costuma aparecer semanas ou mesmo meses após um evento que causou o trauma. O indivíduo fica em um constante estado de alerta e revive na sua cabeça os fatos que o marcaram.

Sintomas como alterações do sono, irritabilidade, falta de apetite e consumo de drogas ou bebidas alcoólicas costumam ser os primeiros a aparecer. Ansiedade, síndrome do pânico, depressão e outros transtornos psiquiátricos também podem surgir, principalmente em situações mais graves.

Por fim, o TOC inclui crises de obsessões e compulsões. As obsessões são pensamentos, imagens e ideias que invadem a mente da pessoa sem que ela perceba. Já as compulsões são ações repetitivas que servem como uma forma de acalmar a mente.

Por exemplo, se uma pessoa com um medo irracional de bactérias tocar em uma maçaneta, em seguida, ela lava as mãos diversas vezes para não se contaminar.

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Fonte/bibliografia:

Referências:

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