Tetralogia de Fallot: o que é, causas, sintomas e tratamento
A tetralogia de Fallot é uma condição que vem desde o nascimento e que pode se classificar como um conjunto de quatro anomalias na região do coração. Assim, elas podem ser detectadas ainda nos exames pré-natais do bebê, durante a gestação.
Essas quatro anomalias são:
- Obstrução da saída do ventrículo direito: os ventrículos são as camadas do coração responsáveis por bombear o sangue. Quando elas são obstruídas desde o nascimento, o sangue responsável por sair nos pulmões acaba sofrendo alterações;
- Cavalgamento da aorta no septo: a aorta é uma das principais artérias do corpo humano. Quando ela surge do lado contrário, leva o nome de cavalgamento, ou seja, dificulta a ação de bombeamento de sangue no coração;
- Defeito do septo ventricular perimembranoso (DSV) com desalinhamento: entre os dois ventrículos do coração, existe um septo que os separa. Quando ele aparece de forma diferente, pode causar um problema na circulação;
- Hipertrofia ventricular direita: essa costuma ser a anomalia mais rara no feto ou no recém-nascido. Nela, um dos ventrículos que deveria bombear o sangue para o pulmão está hiperartrofiado, ou seja, aumentado, o que dificulta a circulação sanguínea.
Tetralogia de Fallot: causas
Existem múltiplas causas relacionadas ao surgimento da tetralogia de Fallot em recém-nascidos. Muitas estão ligadas a outras síndromes e alterações nos cromossomos, especialmente as chamadas trissomias, que podem ocorrer nos de número 13, 18 e 21, principalmente.
Além disso, há casos ligados à síndrome de DiGeorge, uma doença decorrente de imunodeficiência. Contudo, existem causas que as gestantes podem evitar. A primeira é em relação ao uso de álcool durante a gestação, que estaria relacionada à tetralogia de Fallot no feto.
Outra é a presença de rubéola, uma infecção viral contagiosa cuja prevenção se dá por meio da vacinação adequada.
Sintomas
Os mais comuns variam, dependendo do grau de cada anomalia no coração do recém-nascido. Mas desde pequenos, os indivíduos com tetralogia de Fallot podem apresentar indícios de cianose, que é a má circulação do sangue que causa cor acinzentada nas extremidades dos dedos e nas unhas.
Além disso, outros sintomas decorrentes podem incluir falta de ar, mal-estar e pouca oxigenação nos tecidos do corpo humano. Vale ressaltar que essas consequências afetam principalmente o pulmão, mas a causa deve ser investigada pelo viés cardíaco.
Se não identificada, os sintomas também podem evoluir para quadros de insuficiência cardíaca congestiva (ICC).
Tetralogia de Fallot: tratamento
O médico irá identificar se o feto possui sintomas da tetralogia de Fallot desde o pré-natal, por meio de um exame ecocardiográfico na gestante. Uma vez que for comprovada a presença dessa condição, o tratamento pode ser feito de forma cirúrgica e complexa, em uma ou duas fases.
Visto que é uma doença genética multifatorial, não dá para preveni-la em todos os casos. Ainda assim, vale a recomendação para que as gestantes não bebam álcool e sigam o calendário de vacinação com as doses de rubéola.
Fonte: Dr Nelson Douglas Ejzenbaum. Médico pediatra e neonatologista e membro da Academia Americana de Pediatria.