Uma a cada três crianças brasileiras está acima do peso, diz estudo
Um estudo recente, publicado no The Lancet Regional Health – Americas, apontou que o sobrepeso vem aumentando entre as crianças brasileiras. De acordo com o artigo, uma a cada três pessoas nascidas entre 2008 e 2014 está acima do peso. Além disso, os “pequenos” estão cerca de 1 centímetro mais altos em comparação às gerações anteriores.
A pesquisa foi realizada por especialistas do Centro de Integração de Dados e Conhecimento para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), em colaboração com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a University College London.
Para a análise, os cientistas observaram as medidas de mais de cinco milhões de crianças brasileiras entre 3 e 10 anos de idade. Elas foram divididas em dois grupos:
- Nascidos entre 2001 e 2007;
- Nascidos de 2008 a 2014.
Além disso, os cientistas também consideraram as diferenças entre os gêneros. Isto é, estimou-se uma trajetória média de IMC (índice de massa corporal) para as meninas, e outra para os meninos.
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Cresce sobrepeso entre as crianças brasileiras
Como resultado, a equipe constatou que as crianças nascidas entre 2008 e 2014 são, em média, um centímetro mais altas do que os nascidos entre 2001 e 2007 (quando comparadas as mesmas idades).
Com relação ao IMC, os autores descobriram que 30% dos meninos e 26,6% das meninas que nasceram entre 2008 e 2014 estão com excesso de peso ou obesidade. Essas porcentagens são maiores do que as observadas no grupo de 2001 a 2007 (26,8% e 23,9%, respectivamente).
Isso quer dizer que, atualmente, cerca de uma a cada três crianças brasileiras está acima do peso recomendado para a sua idade. Esses números são ainda mais impactantes quando comparados com dados de 1980 e 1990, que apontavam que apenas 5% da população infantil apresentava sobrepeso ou obesidade.
“Esses resultados indicam que o Brasil, assim como todos os países do mundo, está longe de atingir a meta da OMS de ‘deter o aumento’ da prevalência da obesidade até 2030”, explicou a pesquisadora e líder da investigação Carolina Vieira ao site da Fiocruz.