Sintomas da parada cardíaca: metade dos pacientes apresenta sinais

Saúde
16 de Novembro, 2023
Sintomas da parada cardíaca: metade dos pacientes apresenta sinais

Metade dos pacientes que sofrem uma parada cardíaca fora do hospital apresenta pelo menos um dos sintomas do problema nas horas ou dias anteriores. Isso é o que mostra um novo estudo americano publicado no The Lancet e feito pelo Cedars-Sinai Health System, em Los Angeles. O objetivo dos autores era ajudar a identificar sinais precoces, já que esse evento tem uma altíssima taxa de mortalidade, chegando a 90% quando ocorre fora de uma unidade de saúde.

Embora o infarto seja a causa mais associada a uma parada cardíaca, outras condições como doenças congênitas do coração e arritmias também podem estar por trás do problema. Já os casos relacionados a traumas e uso de drogas foram excluídos da pesquisa.

Leia também: Consumo excessivo de alimentos ultraprocessados aumenta risco de depressão

Sintomas da parada cardíaca: como funcionou o estudo

Os autores fizeram um estudo observacional avaliando dois conjuntos de pacientes que acionaram serviços de emergência relatando sintomas similares e que tinham testemunhas do evento capazes de relatar como eles se sentiam no momento do evento ou horas antes. Um deles, com cerca de 400 indivíduos, de fato tinha sofrido uma parada cardíaca. Eles foram comparados a um grupo controle com mais de 1.100 pessoas que apresentaram outros problemas de saúde. Assim, conseguiram delinear quais seriam os sintomas mais associados a problemas no coração.

Entre os cardíacos, metade apresentou um sintoma horas antes ou no dia anterior. Os mais comuns foram dor no peito e falta de ar, que apareceram em mais de 30% dos casos. Além de transpiração intensa e uma espécie de convulsão, caracterizada por alterações nos movimentos e na visão. Os homens tiveram mais dor no peito, falta de ar e transpiração excessiva, enquanto as mulheres sentiram mais falta de ar. Tontura, problemas abdominais, fraqueza e náusea foram menos comuns do que no outro grupo de pacientes.

Embora os autores reconheçam as limitações da metodologia – incluindo imprecisões nos relatos dos sintomas e o fato de comparar dois grupos não necessariamente com as mesmas características — os dados reforçam os indícios mais comuns que merecem atenção redobrada. Um estudo anterior já havia demonstrado que apenas uma minoria (cerca de 19%) procura ajuda médica antes de um colapso, nos primeiros sinais de que há algo errado.

Leia também: Zepbound: como funciona a nova caneta contra a obesidade?

Sinais diferentes em homens e mulheres

“Estudos mostram que homens e mulheres podem apresentar sintomas diferentes antes de uma parada cardíaca por infarto”, diz a cardiologista Patrícia Guimarães, do Hospital Israelita Albert Einstein. “Questões anatômicas, biológicas, além das diferenças hormonais contribuem para alterações nos vasos do coração”, explica.

Por isso, elas costumam sentir mais os chamados sintomas atípicos. Por exemplo, falta de ar, fraqueza, náuseas, dor nas costas e até no pescoço e mandíbula – e não necessariamente a dor no meio do peito. Mas a cardiologista explica que todo sintoma novo ou diferente, ou ainda, que chame a atenção, merece uma investigação.

Vale lembrar que a melhor forma de evitar um ataque cardíaco é a prevenção precoce, com um acompanhamento feito por especialista. “Cada indivíduo é diferente e tem sintomas diferentes. Por isso, cada um deve ter uma estratégia para prevenir e detectar precocemente problemas cardíacos”, frisa a médica.

“É importante a individualização do tratamento, levando em conta a história de vida, os antecedentes familiares, hábitos e a presença de outros fatores de risco, como hipertensão e colesterol alto. O médico vai traçar uma estratégia para cada um, incluindo exercícios, dieta e medicamentos, se for preciso.”

Diante de um paciente com suspeita de parada cardíaca, a primeira coisa a ser feita é chamar o socorro – seja bombeiros ou Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). “Nosso ímpeto é querer ajudar, mas o atendimento sozinho não adianta. O socorro envolve um trabalho em equipe e chamar ajuda é o que faz o atendimento mais preparado chegar a tempo. Isso é o que salva vidas”, ressalta a cardiologista.

Fonte: Agência Einstein.

Leia também:

Com o tempo seco, endocrinologista dá dicas para enfrentar os sinais de desidratação
Saúde

Tempo seco: o que fazer ao enfrentar sinais de desidratação?

Diante do clima seco, da baixa qualidade do ar – agravada pelas queimadas – e das altas temperaturas, os sinais de desidratação tendem a se manifestar

Entenda porque dormir mal pode afetar a mente e diminuir sua produtividade
Bem-estar Equilíbrio Saúde

Como dormir mal afeta a mente e reduz a produtividade

Descubra como a falta de sono impacta diretamente a saúde mental e reduz a produtividade, afetando funções como memória, concentração e tomada de decisões

Veja dicas de como acabar com a procrastinação e aumentar a produtividade
Bem-estar Equilíbrio Saúde

Como acabar com a procrastinação: 7 dicas para aumentar a produtividade

Aprenda a organizar suas tarefas e a lidar com distrações para aumentar a produtividade no dia a dia com estas 7 dicas simples