Síndrome do choque tóxico e absorventes internos: entenda a relação

Saúde
05 de Setembro, 2022
Síndrome do choque tóxico e absorventes internos: entenda a relação

Já é sabido que não trocar o absorvente por um longo período é prejudicial à saúde. Mas você sabia que o hábito também pode desencadear uma condição rara chamada síndrome do choque tóxico? Entenda o que é, quais são as causas e tratamentos.

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O que é a síndrome do choque tóxico?

Trata-se de uma infecção bacteriana causada por toxinas que, ao entrarem em contato com a corrente sanguínea, podem causar uma inflamação. Mas afinal, qual é a relação com os absorventes? Na verdade, o risco diz respeito, sobretudo, aos absorventes internos, ou seja, aqueles indicados para uso em piscinas ou na praia, além dos coletores menstruais. Isso porque, durante sua colocação, eles podem causar pequenos cortes na vagina. Assim, somado ao hábito de ficar um longo tempo sem substituí-lo ou higienizá-lo, propicia que as bactérias entrem no organismo.

No entanto, bactéria também pode entrar em contato com a corrente sanguínea de outras maneiras, como:

  • Feridas cirúrgicas;
  • Cortes e machucados que não são tratados corretamente;
  • Infecções no corpo ou na pele, como mastite, sinusite e infecção na garganta
  • Após o parto

Quando a causa da síndrome é um absorvente interno, ocasionalmente, a síndrome retorna mais de uma vez. Cada episódio tende a ser mais leve. Para reduzir o risco de recidivas, as mulheres que tiveram a síndrome devem suspender o uso de absorventes internos.

Sintomas

Os principais sintomas da síndrome do choque tóxico incluem:

  • Febre alta
  • Arrepios
  • Diarreia
  • Erupção cutânea semelhante a uma queimadura solar ou pontos vermelhos na pele
  • Pressão baixa
  • Olhos vermelhos
  • Descamação da pele nas solas dos pés ou palmas das mãos

Diagnóstico e tratamento

O primeiro passo no diagnóstico da síndrome do choque tóxico é uma consulta com um médico. Após avaliação dos sintomas, ele solicitará exames de sangue para confirmar o diagnóstico. Além deles, a ressonância magnética (RM) ou tomografia computadorizada (TC) podem ser úteis para verificar os locais de infecção.

Dessa forma, o tratamento é feito a partir de antibióticos por via intravenosa. A paciente, em geral, precisa ser hospitalizada para acompanhamento da pressão arterial, limpeza da área afetada e retirada do tecido infectado. Além disso, algumas pessoas precisam de ajuda para respirar, geralmente com um ventilador mecânico.Por fim, absorventes internos, diafragmas e outros objetos estranhos são removidos imediatamente da vagina.

Os riscos de agravamento da síndrome são altos para quem não faz o tratamento adequado. Por exemplo, o paciente pode ter choque ou falências no fígado e nos rins. Em um cenário extremo, pode resultar em amputações de dedos, dedos dos pés, membros ou até mesmo a morte.

Prevenção da síndrome do choque tóxico

Por fim, mesmo que rara, mulheres que utilizam absorventes internos correm o risco de desenvolver a condição. Por isso, algumas medidas ajudam a preveni-la:

  • Alternar o uso de absorventes internos e absorventes externos
  • Buscar uma posição confortável para colocar os internos. Por exemplo: um jeito prático que costuma dar certo é colocar-se em pé, com uma das pernas um pouco flexionada e apoiada no vaso sanitário. Nessa posição, insira o absorvente com o dedo ou o aplicador. Além disso, é fundamental lavar as mãos antes de introduzi-lo.
  • Por fim, na hora de retirá-lo, deve-se puxar o fio ligado a ele, cuja extremidade fica para fora do corpo. Procure fazer isso o mais relaxada possível.
  • A troca deve ocorrer no intervalo de  2 a 4 horas, dependendo da intensidade do fluxo. Isso porque o sangue acumulado por muito tempo (mais de 6 horas) favorece o surgimento de fungos e bactérias, além de provocar odor desagradável. Quem tem fluxo intenso deve trocar o absorvente com ainda mais frequência.

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Referências: Manual MSD

Sobre o autor

Fernanda Lima
Jornalista e Subeditora da Vitat. Especialista em saúde

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