Sasha revelou bulimia na adolescência; o que é o transtorno alimentar?

De acordo com o Ministério da Saúde, 70 milhões de pessoas no mundo enfrentam algum tipo de transtorno alimentar. Sasha Meneghel já fez parte dessa estatística: recentemente, ela revelou que desenvolveu bulimia na adolescência.

Nascida sob os holofotes, a filha de Xuxa lida desde sempre com as pessoas criticando seu corpo, aparência e atitudes.

“Quando comecei a usar a internet, e pesquisava ‘Sasha’, para ver o que estavam falando de mim. Vi uns comentários que me marcaram, eu sempre tive muita bochecha, tenho o rosto quadrado. Então, um comentário que ficou muito na minha cabeça foi quando me chamaram de ‘rosto de trakinas’ [uma marca de bolacha recheada]”, disse a estilista ao podcast Pod Delas.

Em um papo sobre autocuidado e o desafio de se olhar com mais carinho, Sasha revelou que não sabia o que era bulimia, tampouco o que estava fazendo.

“Tive um papo com a minha mãe e com as pessoas ao meu redor. Recebi um acolhimento muito grande, nem tive julgamentos como ‘ah, mas você tem tudo’. Mesmo com o entendimento, percebi que a doença te faz olhar de forma diferente. Um tempo depois, dei ouvidos a uma pessoa errada e o problema voltou, mas por um curto período”, contou.

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Sasha não está sozinha: bulimia afeta mais os adolescentes

Embora o transtorno alimentar atinja pessoas de diversas faixas etárias, os adolescentes e mulheres são mais suscetíveis ao quadro. O motivo geralmente resulta de influências externas, com pessoas comentando sobre o corpo alheio, e a própria sociedade, que impõe um padrão de silhueta específico.

Além disso, a internet potencializou essas inseguranças, pois aumentou a exposição e a comparação com outros indivíduos. Como resultado, a pessoa se sente insatisfeita e começa a desenvolver um relacionamento insalubre com a alimentação.

No caso da bulimia, o distúrbio faz com que a vítima consuma uma grande quantidade de comida, de maneira compulsiva. Contudo, na sequência vem o sentimento de culpa e vergonha, criando um mecanismo compensatório. Ou seja, o indivíduo pode induzir o vômito, utilizar laxantes e outros produtos para emagrecer e minimizar o excesso de comida.

Associado a isso, a pessoa pode ficar obsessiva com a prática de exercícios e se preocupar a todo momento com a balança. Outro hábito é aderir à restrição de alimentos por um determinado período, que se intercala com episódios de compulsão.

Por esse motivo, existe o risco da bulimia motivar a anorexia, que consiste na privação de alimentos, calorias por meio de dietas perigosas e longos ciclos de jejum e vice-versa.

Como identificar um transtorno como a bulimia?

No primeiro estágio do transtorno, os sinais podem parecer imperceptíveis para os pais, familiares e pessoas do convívio próximo. Entretanto, é importante observar se a pessoa se cobra demais para emagrecer, ou deixa de comer os alimentos que gosta, e se vai ao banheiro depois de uma refeição.

O interesse repentino por atividade física, assim como passar muito tempo se exercitando, também é um alerta para o diálogo. Por isso, prestar atenção ao comportamento é o primeiro passo para prestar auxílio.

Entender o que está acontecendo, porque a pessoa está agindo dessa forma e conscientizá-la de que algo está errado é fundamental para a etapa seguinte — o apoio psicológico. Afinal, o julgamento pode afugentar a vítima, já que é comum negar o problema.

Se houver dificuldade nesse sentido, a ajuda psicológica precisa ser imediata. Com a terapia, é possível entender a gravidade da situação, os motivos e como aprender a cuidar da autoestima para tratar o transtorno.