Sequelas do Ozempic podem ser graves se não houver prescrição

Saúde
23 de Fevereiro, 2023
Sequelas do Ozempic podem ser graves se não houver prescrição

O Ozempic, nome comercial do medicamento para controle do diabetes, se tornou uma espécie de “febre” no Brasil e nos Estados Unidos. Basta buscar o termo na internet para ver milhares de pessoas usando o fármaco sem prescrição médica, para emagrecer. No entanto, a administração indiscriminada pode gerar problemas à saúde (falaremos mais deles daqui a pouco). Um dos mais recentes recebeu o apelido de “rosto de Ozempic”, para se referir à suposta flacidez relacionada ao uso da semaglutida.

Veja também: Exercício depois da bariátrica pode diminuir fome, diz estudo

Será que o Ozempic pode causar flacidez no rosto?

Antes de mais nada, não existem estudos que comprovem que o medicamento causa flacidez como efeito colateral. No entanto, algumas pessoas que estão consumindo o Ozempic para emagrecer estão se queixando da aparência da pele do rosto. O “fenômeno” foi relatado por usuários americanos. Ao The New York Times, indivíduos observaram que o rosto parecia “exausto e velho”.

Embora falte respaldo científico, especialistas estão discutindo algumas hipóteses. Como o Ozempic ajuda a emagrecer, pois atua na inibição da fome, a explicação pode estar justamente na perda de peso. Afinal, quando emagrecemos — sobretudo de forma rápida — o rosto também perde gordura. Contudo, dependendo do formato do rosto, a pessoa pode parecer mais velha.

Além disso, o emagrecimento pode interferir no colágeno e na elastina da pele, principalmente se a perda de gordura for expressiva.

Ozempic emagrece, mas…

O Ozempic é um medicamento de uso controlado. Ou seja, precisa de indicação médica, que no Brasil é para o tratamento do diabetes tipo 2. Todavia, a semaglutida possui autorização nos Estados Unidos para auxiliar no emagrecimento sob alguns critérios.

Além do diagnóstico de obesidade ou sobrepeso, a pessoa precisa ter uma das três condições: diabetes tipo 2, hipertensão ou colesterol alto. Só que a população começou a aderir ao medicamento por conta própria, com a esperança de perder peso. Prova disso são os inúmeros relatos de pessoas — inclusive no Brasil — que tecem elogios aos resultados do Ozempic.

Apesar de facilitar o processo, o uso requer atenção. No caso do emagrecimento, reduzir o apetite pode não ser a única solução. O motivo é que podem existir outros problemas de saúde (alterações hormonais, por exemplo), que atrapalham a perda de peso. Logo, sem saber a causa exata, o medicamento não trará benefício algum.

Sem falar que seu custo é alto: uma canetinha de Ozempic pode valer mais de R$ 1 mil.

Riscos à saúde

De maneira geral, os efeitos colaterais comprovados não costumam ser severos. Por exemplo, náusea, vômito, constipação e desidratação são os mais comuns no período de adaptação ao fármaco. Porém, alguns indivíduos não podem consumir o Ozempic: quem tem diabetes tipo 1, distúrbios psiquiátricos, hepáticos ou está gestante ou amamentando, deve passar longe.

Vale dizer que, mesmo com prescrição médica, o Ozempic pode provocar os desconfortos acima. Por isso, não arrisque a saúde tomando uma medicação só porque viu relatos interessantes no TikTok.

E por falar nessa rede social, a usuária Fernanda Guimarães compartilhou sua experiência com o fármaco, que serve de alerta nesse sentido.

Com o desejo de emagrecer rápido e convencida pelos testemunhos do TikTok, Fernanda aplicou o medicamento, mas não seguiu as instruções da bula e ministrou dosagens acima da recomendação. Como resultado, começou a vomitar em excesso, ter dores de cabeça e foi ao pronto-socorro.

“Eu recebi medicação para não vomitar no pronto-socorro, mas quando cheguei em casa, voltava [o vômito] tudo de novo. Também comecei a ter cólicas que nunca tinha sentido na vida”, falou a usuária em seu perfil da rede social.

Em resumo, Fernanda ficou 15 dias entre idas e vindas no hospital, recebendo tratamentos que não amenizavam seu quadro. Até que em uma das visitas descobriu que as enzimas hepáticas, um indicador de saúde do fígado, estavam extremamente altas.

Então, precisou de internação para controlar o problema, já que a sobrecarga do fígado poderia resultar em um transplante. Quanto às cólicas, eram sintoma de pedra na vesícula, quadro até então desconhecido para ela.

“Se eu tivesse feito exames antes e passado com um especialista, saberia que quem tem pedra na vesícula não pode tomar Ozempic. Então o remédio só piorou a minha situação e ainda afetou o meu fígado”, finalizou.

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