Mortalidade de pacientes com problemas no coração após Covid-19 é de 42%
Um estudo do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP aponta que a mortalidade de pacientes que tiveram problemas no coração após contrair Covid-19 é de 42%. Para chegar ao resultado, foram avaliados os prontuários médicos de 2.546 pacientes entre julho e outubro de 2020.
O professor Roberto Kalil Filho, cardiologista, presidente do InCor e responsável pelo estudo, conta que a Covid-19 é uma doença predominantemente pulmonar, mas afeta diversos órgãos, como o coração. “Existe a síndrome pós-Covid, que pode ter consequências no coração após a alta hospitalar”, acrescenta. Por conta desses fatores, Kalil ressalta a importância do acompanhamento clínico mesmo que o paciente tenha se recuperado da doença.
Os pesquisadores estabeleceram parâmetros para calcular a mortalidade dos pacientes. “É mais um dado e mais um instrumento para auxiliar o paciente na UTI a ter o melhor prognóstico”, diz Kalil.
De acordo com o professor, as pessoas que já têm complicações cardíacas podem ter seu quadro agravado pelo coronavírus. “Mas o mais interessante é que o vírus agride o coração mesmo nas pessoas que não tiveram problema.”
O estudo foi publicado na revista científica IJC Heart & Vasculature e pode ser acessado na íntegra no endereço https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S235290672100141X.
Relação da mortalidade após a Covid-19 e problemas no coração
Além disso, uma outra pesquisa pesquisa, desta vez realizada pela Universidade de Sydney (Austrália), e publicada no Internal Medicine Journal, revelou que pacientes que tiveram infecções respiratórias têm 17 vezes mais chance de ter um ataque cardíaco. No entanto, em casos mais fracos (que afetam somente o trato respiratório superior), o risco é 13 vezes maior.
O cirurgião cardiovascular Elcio Pires Junior confirma que as doenças respiratórias podem trazer sérias complicações para o coração. “Com a alta incidência de doenças (pneumonia, bronquite e gripe, por exemplo), o coração pode sofrer com impactos negativos em seu funcionamento”, informa o médico.
Fonte: Jornal da USP