Conjuntivite: o que é, tipos, sintomas e como preveni-la
Olhos vermelhos e inchados, secreção ocular — que pode ser clarinha e líquida ou então amarelada ou esverdeada e espessa —, coceira e sensação de areia nos olhos. Todos os sintomas citados anteriormente estão associados a conjuntivite.
Recebe-se esse nome a inflamação da conjuntiva, membrana mucosa fina e transparente, que reveste a parte da frente do globo ocular (o branco dos olhos) e o interior das pálpebras. Normalmente, ela atinge os dois olhos e o quadro pode durar de uma semana a 15 dias. Todavia, a conjuntivite não costuma deixar sequelas.
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Causas da conjuntivite
De acordo com Hallim Féres Neto, médico oftalmologista, a condição ocorre devido a presença de agentes causadores. Entre eles, citam-se vírus, bactérias e circunstâncias que disparam o gatilho da alergia e, consequentemente, da conjuntivite. E, para cada tipo da doença, existe uma medicação indicada.
O especialista ainda explica que, então, não se pode afirmar que o aparecimento do quadro está relacionado a uma estação do ano específica – informação que se disseminou erroneamente na sociedade.
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Tipos da doença
Resumidamente, a conjuntivite pode ser dividida em três tipos:
1. Viral
Esta é a forma mais comum bem como a mais contagiosa da doença. De acordo com Dr. Hallim, tende-se a ter mais casos desse tipo durante o inverno. “Isso porque muitos dos vírus que causam doenças respiratórias também levam à conjuntivite”, completa o oftalmologista.
O quadro costuma durar de quatro a sete dias e não tem um tratamento exclusivo. O que o especialista costuma recomendar é colírio para hidratar os olhos e higienizá-los com frequência ao longo do dia. Compressas frias também podem contribuir para aliviar o desconforto causado pela condição.
2. Bacteriana
Como o próprio nome dá a entender, este tipo de conjuntivite é causado por bactérias. Por isso, o tratamento tende a ser com colírios e pomadas antibióticos. Normalmente, a duração dessa forma de inflamação é de uma semana.
Apesar da bacteriana ser menos comum, ela é transmitida do mesmo modo que a viral, ou seja, por contato com secreções contaminadas.
3. Alérgica
Diferente dos dois tipos anteriores, que são contagiosos, a conjuntivite alérgica não é transmitida de uma pessoa para outra. Ela é causada pelo contato dos olhos com alguma substância presente no ar que causa irritação – como poeira, mofo, pelos de animais e até mesmo produtos químicos.
O tipo mais comum da conjuntivite alérgica é o chamado primaveril ou febre do feno. Ele é causado principalmente pela aversão do indivíduo ao pólen que se espalha pelo ar.
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Sintomas da conjuntivite
De modo geral, o quadro de inflamação da conjuntiva tende a ser diagnosticado por meio dos seguintes sintomas:
- Olhos vermelhos e lacrimejantes;
- Pálpebras inchadas;
- Sensação de areia ou de cisco nos olhos;
- Coceira ocular;
- Pálpebras grudadas quando a pessoa acorda;
- Dor ao olhar para a luz;
- Visão borrada;
- Secreção amarelada caso seja conjuntivite bacteriana;
- Secreção esbranquiçada caso seja conjuntivite viral.
Somado a esses sintomas, o paciente ainda pode vir a ter febre e dor de garganta caso o diagnóstico seja um quadro de infecção por vírus.
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Como é feito o diagnóstico da doença?
Embora a checagem dos sintomas possa ajudar no autodiagnóstico, é fundamental que, diante dos sinais da doença, procure-se por um oftalmologista de confiança. Ele fará a avaliação correta dos olhos e poderá orientar o paciente corretamente diante do laudo da doença.
Normalmente, essa consulta envolve apenas um exame clínico da pessoa. Todavia, o médico também pode vir a pedir a coleta e análise da secreção expelida pelos olhos.
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Principais tratamentos para a condição
Como já dito anteriormente, cada tipo de conjuntivite pede uma forma de tratamento. Todavia, em linhas gerais, três recomendações são feitas para quem recebeu o diagnóstico da doença:
- Lavar o rosto e os olhos com água mineral ou filtrada fria;
- Usar colírios lubrificantes, de preferência sem conservantes;
- Fazer compressas frias, sempre com materiais descartáveis (algodão, por exemplo);
A conjuntivite bacteriana ainda pede pelo uso de colírios e/ou pomadas que tenham antibiótico. No entanto, eles devem ser prescritos exclusivamente por um especialista.
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Como prevenir a conjuntivite
Para evitar a inflamação na conjuntiva, o Ministério da Saúde recomenda evitar aglomerações sempre que possível bem como evitar a ida em piscinas de clubes e academias. Caso deseje ir, é fundamental verificar a higiene do local.
Além disso, não se deve coçar os olhos com frequência e nem compartilhar itens de maquiagem, como esponjas, máscaras de cílios e delineadores para evitar a conjuntivite.
Por fim, não se esqueça também de lavar as mãos com frequência, principalmente ao tocar os olhos, bem como trocar com frequência as fronhas dos travesseiros. Enquanto durar a crise de conjuntivite, indica-se que elas sejam substituídas diariamente.
Fonte: Dr. Hallim Feres Neto, médico oftalmologista membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, da Associação Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa, da International Society of Refractive Surgery e da American Academy of Ophthalmology.
Referências