Pressão por corpo perfeito pode prejudicar a saúde mental

Bem-estar Equilíbrio
19 de Janeiro, 2023
Pressão por corpo perfeito pode prejudicar a saúde mental

Recentemente, Paolla Oliveira usou o seu perfil do Instagram para desabafar sobre a pressão pelo corpo perfeito que vem sofrendo há alguns dias. Isso porque ao participar de um ensaio na quadra da Grande Rio, escola de samba carioca da qual é rainha de bateria, ela recebeu comentários sobre a sua forma física.

De acordo com os internautas, ela possivelmente estaria grávida por conta do formato de sua barriga.

“Vocês acharam que eu estava de barriga? Quer saber, com barriga ou sem barriga eu estava me achando linda, é isso que importa. E vem cá, gente, nem toda barriga é de bebê, não. Mas o que eu queria falar é que a gente tem que se cuidar, sim, isso faz parte, mas, principalmente, pra gente se sentir saudável, bem e linda. Não ficar linda. E o que eu quero para o meu Carnaval é ter disposição, ter animação. E fica um alerta aqui, falar do corpo do outro é uma coisa bem séria. Então, vamos tentar não fazer isso? E, para finalizar, eu queria mandar um beijo para todos vocês, agradecer os elogios. E dizer que: uma mulher com corpo real somos todas nós”, desabafou Paolla Oliveira.

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Ficar belo ou ficar saudável?

A resposta da atriz sobre os comentários levantou uma discussão importante: cada vez mais especialistas e órgãos internacionais destacam a importância dos cuidados com a saúde e o corpo como formas de viver mais — e melhor.

“O sedentarismo há muito deixou de ser um ‘estilo de vida alternativo’. As evidências produzidas pela ciência médica sugerem que pode ser pensado como uma patologia contemporânea e global”, explica o psicanalista Eduardo Sut.

Mas e quando a prática de exercícios físicos e a alimentação saudável tornam-se uma obsessão? A verdade é que a sociedade (e principalmente as redes sociais) nos pressionam cada vez mais para buscar resultados estéticos muitas vezes irreais.

“A internet, em geral, e as redes sociais, em particular, parecem atuar nesse caso como em todos os outros. Distorcem, potencializam e viralizam ilusões ou delírios que invariavelmente terminam consolidados como ‘verdade’.”

O resultado disso, de acordo com o profissional, é uma “expectativa hiperinflacionada”, ou seja, a ideia de que dá para alcançar um objetivo impossível se nos esforçarmos bastante. Assim, quanto isso não acontece, Eduardo Sut explica que podem surgir sentimentos de sofrimento, gerando prejuízos para a saúde mental da pessoa.

“Se um sujeito acredita genuinamente nessa ilusão de que existe o ‘corpo do verão’ e que todos podem alcançá-lo, a autoestima desse sujeito será invariavelmente impactada”, diz.

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Pressão pelo corpo perfeito: como lidar?

Construir um novo olhar em relação às imagens veiculadas nas redes sociais é um processo fundamental para evitar um impacto maior na saúde mental. Em alguns casos, o acompanhamento psicológico é importante para que a pessoa consiga reconstruir a autoestima e criar uma relação melhor com as mídias.

Fonte: Eduardo Sut, psicanalista, mestre e doutorando em Filosofia e professor universitário. Além disso, foi coordenador do projeto PEA-UNESCO da Universidade Castelo Branco (2000-2002) e diretor do colégio de aplicação da mesma instituição (2002-2007).

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