Por quanto tempo devo tomar ferro?

Alimentação Bem-estar Saúde
09 de Agosto, 2023
Por quanto tempo devo tomar ferro?

Embora o ferro seja amplamente reconhecido por sua ação no tratamento da anemia, sua importância para a saúde vai muito além dessa condição. O nutriente desempenha um papel fundamental nas funções biológicas, como produção de energia e transporte vital de oxigênio para todas as células do organismo. Além disso, é importante destacar que a necessidade de suplementação de ferro é recorrente em fases específicas da vida, como durante a gestação, lactação e na infância. A seguir, saiba por quanto tempo tomar ferro, de acordo com os especialistas ouvidos pela Vitat.

Leia também: Como melhorar a absorção de ferro pelo corpo? 7 dicas

Quando é necessário tomar ferro?

O ferro é um mineral essencial que pode ser dividido em duas categorias: heme, que pode ser encontrado em fontes animais, como carnes e ovos, e não-heme, disponível em vegetais, cereais, sementes e leguminosas.  Portanto, de forma geral, os níveis de ferro podem ser alcançados via alimentação. 

“A suplementação de ferro só deve ser iniciada caso exista uma deficiência instalada”, aponta o nutricionista Lucas Peralles. A seguir, veja quais são as situações que a suplementação é indicada:

  • Prevenção e tratamento de anemia;
  • Hemorragia;
  • Gestantes;
  • Deficiência de ferro via alimentação;
  • Doenças crônicas ou gastrointestinais que impedem a absorção de ferro;
  • Bebês, abaixo do peso ou em níveis normais, de 6 meses a 2 anos; 
  • Atletas profissionais;
  • Dietas restritivas;
  • Demais condições prescritas por médicos.

Porém, antes de suplementar, o primeiro passo é realizar exames para identificar a carência de ferro através de exames. Os principais sintomas são: fraqueza, falta de ar, tontura, palidez, vertigem, unhas fracas ou até mesmo perda de cabelo. 

E por quanto tempo tomar ferro?

A suplementação dependerá da gravidade da deficiência em específico, explica o nutricionista. Para fixar o tempo de reposição, cada paciente deve passar por uma análise individual, sendo que a suplementação pode durar meses. 

Segundo a médica nutróloga Liliane Oppermann, outro ponto que deve ser analisado é o tipo de ferro a ser suplementado. “Na administração de ferro via oral, a absorção é relativa e muitas vezes tem um tempo maior de tratamento. No entanto, a  via endovenosa é mais rápida e pode representar um tratamento mais curto”, afirma. 

Mas, em resumo, vai depender dos valores do exame que indicam deficiência, que podem ser identificados através do exame de sangue. 

Qual a quantidade ideal de consumo de ferro?

A necessidade de suplementação pode variar de acordo com a idade, sexo, peso e outras deficiências envolvidas, como aponta a Dra. Liliane. A seguir, confira as recomendações gerais para suplementação:

  • Crianças: 3 a 6 mg/kg por dia;
  • Gestantes: 60 a 120 mg de ferro associado;
  • Adultos: 120 mg por dia;
  • Idosos: 15 mg de ferro por dia.

Mas lembre-se, a quantidade pode ser modificada de acordo com a necessidade individual de cada pessoa. Por isso, o acompanhamento médico ou nutricional é fundamental para a prescrição da dosagem correta e acompanhamento do paciente.

Contraindicações

No geral, a suplementação de ferro não apresenta grandes contraindicações, mas só se deve iniciá-la quando houver necessidade prescrita por médico. Mas atenção aos componentes da fórmula com relação a possíveis alergias. 

O nutricionista alerta sobre os perigos do excesso de suplementação de ferro: 

“A suplementação e excesso pode causar a toxicidade de ferro ou hemocromatose, ou seja causar uma infecção no organismo causando danos a fígado, coração e pâncreas. Assim como a suplementação também pode ocasionar interações medicamentosas alterando a absorção de certos medicamentos como medicações específicas para tireoide ou osteoporose, além de possibilitar problemas gastrointestinais, prejuízos na absorção de outros nutrientes que competem pelos mesmos receptores absortivos, riscos cardiovasculares e reações alérgicas”. 

Veja também:

Fonte: 

– Dra. Liliane Oppperman, Nutróloga pela Associação Brasileira de Nutrologia, Pós em Psiquiatria Einstein, Escritora e Palestrante.

– Lucas Peralles, nutricionista do Instituto Rana Saleh e especialista em Bodybuilding Coach e Nutrição Comportamental.

Sobre o autor

Tayna Farias
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em gravidez e maternidade

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