Novo sintoma da Covid já atinge cerca de dois terços dos infectados

Saúde
06 de Outubro, 2022
Novo sintoma da Covid já atinge cerca de dois terços dos infectados

Se antes a perda de olfato e paladar era o principal indicativo do coronavirus, um novo sintoma da Covid-19 tem chamado mais atenção, que é a dor de garganta. Ela já atinge cerca de dois terços dos infectados pela doença. O assunto foi comentado recentemente por Tim Spector, professor de epidemiologia genética do King’s College London, ao jornal britânico, The Independent.

“Muitas pessoas ainda estão usando as diretrizes sobre os sintomas, do governo, que estão erradas. Agora, os casos começam com uma dor de garganta. Logo, febre e perda de olfato são realmente raras. Dessa forma, muitos idosos podem não pensar que têm Covid. Eles diriam que é um resfriado e não seriam testados”, explica o especialista.

Assim, Ana Karolina Barreto Marinho, membro do Departamento Científico de Imunização da ASBAI – Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, explica que essa diferença é vista ao comparar as últimas variantes mais marcantes da doença.

“Um estudo publicado, na revista The Lancet, mostrou que a dor de garganta (odinofagia) foi mais presente entre pacientes infectados com a variante ômicron do que com a delta”, lembra a especialista. De acordo com a médica, essa descrição foi inclusive feita por profissionais de saúde brasileiros.

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Novo sintoma da Covid: afinal, como está o cenário no Brasil?

De acordo com Ingrid Cotta, infectologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, o que se pode afirmar no momento é que o Brasil tem apresentado menos notificações da Covid-19. “Consequentemente, há mais dificuldade de conhecermos o real número de casos e seus sintomas na nossa sociedade”, completa a especialista.

Ao mesmo tempo, há o constante surgimento de variantes da doença que acabam influenciando nos sintomas da Covid-19. Combinado a isso, há também as vacinas que impactam nos sinais da enfermidade pandêmica.

“Assim, o desafio atual é continuarmos estudando as cepas circulantes e seu comportamento na sociedade uma vez que com sintomas mais brandos, poucos casos são notificados e conhecidos”, esclarece Dra. Ingrid.

O mesmo é pontuado pela Dra. Ana Karolina. “A falta de percepção de que determinado sintoma, incluindo dor de garganta, pode ser Covid-19, e pode levar a falta de identificação de casos. E não termos o diagnóstico adequado e preciso da doença, poderá impactar negativamente nos seus números reais. Portanto, a informação adequada e eficaz sobre os sintomas do coronavírus e a testagem dos casos suspeitos é muito importante”, enfatiza a especialista.

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O que pode ser feito para combater os sintomas da doença

Dessa forma, os cuidados em relação à Covid-19 precisam continuar. Por exemplo, a lavagem de mãos e o uso de máscaras em ambientes fechados podem contribuir para menor incidência dos casos da doença. No entanto, a medida mais eficaz para o combate do coronavírus é completar o esquema vacinal. Dessa forma, os desfechos da enfermidade tendem a ser menos graves.

Fontes:

  • Dra. Ana Karolina Barreto Marinho, membro do Departamento Científico de Imunização da ASBAI – Associação Brasileira de Alergia e Imunologia
  • Dra. Ingrid Cotta, infectologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

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