Neurocosméticos: o que são, benefícios e como usar
Não é de hoje que a indústria da beleza segue se renovando e trazendo lançamentos que prometem cada vez mais benefícios, como é o caso dos neurocosméticos.
De acordo com a ANVISA, se trata de produtos que agem de forma parecida aos neuromediadores endógenos. Estes, por sua vez, são as substâncias necessárias para que haja uma boa comunicação entre o neurônio e as células-alvo.
Mas, afinal, como eles funcionam, para que servem e quais são os seus benefícios? Saiba tudo a seguir!
Leia também: Quais são os riscos em usar cosméticos vencidos? Veja o que eles podem causar na pele
O que são neurocosméticos
De acordo com o dermatologista Lucas Miranda, os neurocosméticos são produtos desenvolvidos para oferecerem não só benefícios estéticos, mas também melhoras no bem-estar e na saúde mental.
“A neurocosmética trabalha com substâncias que visam produzir uma ação semelhante à das endorfinas”, ele explica.
Leia também: Cosméticos fermentados: saiba tudo sobre a nova tendência de 2022
A indústria destes produtos afirma que a pele e o cérebro estão sempre ligados, pois os dois têm a mesma origem embrionária. Contudo, em contrapartida, o médico explica que os produtos de uso tópico – ou seja, aqueles que são usados na superfície da pele, como cremes – só agem na área em que foram aplicados.
A pergunta que fica, então, é como eles agem no cérebro e na pele ao mesmo tempo.
O dermatologista explica:
“Os neurocosméticos são feitos para interagir com as terminações nervosas da pele, que estão ligadas ao sistema nervoso como um todo. O efeito no cérebro, por sua vez, acontece junto à nossa rede sensorial, ativando a percepção de frio ou de calor ou, então, estimulando a liberação da endorfina por meio dos aromas, por exemplo.”
Para ficar mais claro, o médico dá uma explicação mais simples:
“Se comermos o cacau, que é um ativo usado em alguns neurocosméticos, ele terá uma ação sistêmica, participando diretamente de processos bioquímicos conduzidos pelo cérebro, diferente do que acontece ao usar um produto de beleza que tenha o cacau em sua composição.”
Leia também: Máscara de cacau: receita caseira e benefícios para a pele do rosto
Ativos com ação neurocosmética
Abaixo, o dermatologista lista os ativos mais populares:
- Polifenóis: cacau, chá-verde, uva, acerola, abacaxi e café;
- DMAE (dimetilaminoetanol);
- Retinol;
- Peptídeos (hibisco, trigo e aveia);
- Óleos essenciais.
Leia também: Biocosméticos: o que são, tipos, diferenças e porque usar
Ativos que estimulam o bem-estar e a calma
Dentro do universo dos neurocosméticos, segundo o especialista, a indústria da beleza tem investido nas fitoendorfinas a fim de estimular o bem-estar e a calma.
“É importante dizer, no entanto, que o estilo de vida que a pessoa leva é essencial, independente do uso dos produtos. Isso porque os hábitos saudáveis, como a ingestão adequada de água, os cuidados diários com a pele, o acompanhamento com dermatologista e o uso de protetor solar são a base para uma pele bonita e saudável”, ressalta o profissional.
Leia também: Nutricosméticos: Afinal, o que são e como funcionam esses produtos?
Produtos para a pele
De acordo com Miranda, os neurocosméticos para a pele servem para estimular o organismo para liberar hormônios ligados ao prazer que, em tese, seriam capazes de favorecer o aspecto da pele.
“Existem várias formas de usar os produtos para a pele, como máscaras de argila quente, sérum de hidratação, entre outros”, afirma ele.
“O bem-estar causado ao corpo atuaria, portanto, em conjunto com os ativos do cosmético, contribuindo com o resultado da ação do produto. No entanto, os estudos ainda não são conclusivos em relação à real contribuição do sistema sensorial para a pele ou para os cabelos”, completa.
Leia também: Uso de cosméticos na gravidez: afinal, o que é importante saber?
Produtos para o cabelo
O especialista diz que a ação dos neurocosméticos para o cabelo é a mesma da pele.
Já sobre o modo de uso dos produtos, ele afirma que depende de cada um, ou seja, cada embalagem terá as instruções específicas para o uso correto.
Quais os benefícios?
Miranda cita alguns benefícios já conhecidos do uso dos neurocosméticos para a pele e o cabelo:
- Ajuda a diminuir as linhas de expressão e as manchas de pele, sendo uma ótima opção para pessoas com mais idade;
- Diminui a queda de cabelo;
- Melhora da condição mental por estimular a sensação de bem-estar e autoestima;
- Diminui os cravos e as espinhas;
- Retarda sinais de envelhecimento e recupera os tecidos da pele;
- Aumenta a hidratação e brilho dos cabelos e da pele;
- Mantém o cabelo e a pele mais luminosos, saudáveis e brilhosos.
Para finalizar, o dermatologista ressalta que, mesmo com todos os benefícios do uso dos neurocosméticos, o cuidado mental com especialista não deve ser abandonado. As consultas regulares com profissionais de cada área, portanto, devem ser mantidas.