Método BLW: Como aplicá-lo na introdução alimentar dos bebês

O método BLW é uma sigla para “baby led weaning”. Em tradução livre, desmame guiado pelo bebê. Sendo assim, essa é uma estratégia alimentar que aposta na autonomia da criança. Como o bebê saberá escolher seus alimentos? A partir da prova de alimentos in natura, como vegetais, legumes e frutas. Dessa forma, o paladar da criança também é melhor desenvolvido e, desde os primeiros anos de vida, ela estará mais inclinada a escolher se alimentar de alimentos naturais e nutritivos. 

Desmame: Quando é a hora certa?

O desmame gradual é uma das formas mais indicadas pelos profissionais da saúde de encerrar o ciclo de amamentação. Afinal, é uma experiência, muitas vezes, difícil para o bebê e para a mãe.

Geralmente, o processo inicia-se depois de a criança completar dois anos de idade. Isso porque, nesse momento, o leite materno não é mais protagonista na alimentação do filho e, assim, as ofertas de seio podem se tornar mais espaçadas. Mas vale lembrar que os primeiros seis meses são os de fato cruciais para o bebê alimentar-se do leite da mãe.

Existem algumas recomendações para que o desmame aconteça da forma mais tranquila possível. Primeiramente, é interessante reduzir o tempo da mamada. Assim, a criança tende a pedir menos o seio. Além disso, começar a substituir o momento do aleitamento por alguma alimentação sólida. 

Lembre-se de respeitar seus próprios limites e decisões e busque construir uma rede de apoio para lidar com esse processo.

Introdução alimentar

Segundo o “Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de Dois Anos”, oferecer alimentos sólidos antes dos seis meses aumenta o risco da criança adoecer bem como tende a interferir na absorção de nutrientes importantes presentes no leite materno, como ferro e zinco.

Assim, com a chegada do sexto mês de vida do pequeno, deve-se priorizar alimentos in natura ou tidos como minimamente processados durante a introdução alimentar, como é o caso de vegetais e frutas. Dessa forma, aqueles que são classificados como processados e ultraprocessados não são indicados para a introdução alimentar do bebê.

No caso do método BLW, os alimentos são ofertados em sua forma integral. Ou seja, eles não são amassados ou misturados com papinhas. Assim, a prática defende que os pequenos tenham mais independência na hora de escolher o que comer e quanto comer.

A introdução alimentar tradicional, por sua vez, recomenda que os pais ofereçam, pelo menos no início, a comida amassada com um garfo. Depois, os alimentos devem ser picados, raspados ou desfiados para que as crianças comecem o processo de mastigação.

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Benefícios de adotar o método BLW

• Estimula a autonomia da criança

Desde cedo, ao dar essa liberdade à criança pode refletir positivamente ao longo de toda a sua infância e vida. Ainda, por ter sido apresentado desde cedo a certos alimentos, o bebê provavelmente fará escolhas parecidas daqui pra frente em sua vida, dando preferência à uma dieta mais “limpa”, balanceada, variada e lotada de nutrientes. Há extensos estudos sobre os benefícios de ter uma dieta saudável desde a infância e como isso reflita na vida adulta.

• Redução da obesidade

O portal PEBMED revela, ainda, que o método BLW influencia no crescimento ideal e na redução da obesidade. Isso acontece porque as crianças passam a ter uma maior percepção de saciedade e satisfação. Assim, elas desenvolvem mais facilmente um controle e autorregulação do apetite.

• Maior valor nutricional e mais econômico

No processo de desmame, uma alternativa muito popular é alimentar a criança com as famosas “papinhas” prontas. Apesar de práticas, elas não são tão nutritivas quanto os alimentos naturais das quais são feitas. Além disso, é mais econômico preparar os alimentos em casa em vez de comprar alimentos industrializados como as papinhas.

• Melhora da coordenação motora

Deixar a criança mexer com os alimentos e oferecer uma maior autonomia para ela manuseá-los impacta diretamente na coordenação motora dos pequenos. Por isso, é possível perceber uma melhora no desenvolvimento motor do bebê.

• Melhora da fala

Além disso, a questão da fala também sofre influência do método BLW, uma vez que há um fortalecimento dos músculos da boca e da mandíbula.

O que a criança pode comer no método BLW

A princípio, o ideal é oferecer apenas alimentos naturais como legumes, vegetais, folhas e frutas. Além disso, lembre-se de cozinhar os vegetais e tubérculos para diminuir as chances de asfixia. Mas não deixe os alimentos cozinharem por muito tempo, pois se ficarem moles demais, as crianças terão dificuldade de manuseá-los. Veja alguns exemplos:

• Frutas: Banana, abacate e mamão;
• Vegetais cozidos: Cenoura, brócolis e beterraba;
• Raízes e tubérculos cozidos: Batata, inhame, mandioca;
• Leguminosas: Feijão, ervilha, grão-de-bico.

Quais alimentos evitar

Existem alguns alimentos que devem ser evitados. Alguns por conta da composição nutricional e outros pelo risco de engasgo que podem causar. Assim, veja o que não oferecer para o bebê:

• Alimentos industrializados;
• Nozes, 
• Uvas;
• Biscoitos;
• Maçã crua;
• Vegetais crus;
• Salsichas ou outros alimentos cortados em rodelas ou “moedas”.

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Método BLW na prática: Dicas

Para facilitar a introdução alimentar pelo método BLW, vale seguir algumas dicas e tomar alguns cuidados. Primeiramente, deixe a criança comer no seu próprio tempo. A ideia é deixá-la construir uma relação saudável e autônoma com a comida. Por isso, não é legal apressá-la ou interferir demais na velocidade com a qual ela come.

Além disso, inovar o cardápio diariamente é uma boa ideia. Assim, o seu filho consegue ter contato com diferentes texturas e sabores, conhecendo melhor o próprio paladar. 

Apesar da autonomia e independência ser estimulada nesse método, é imprescindível a supervisão de um adulto no momento em que a criança realiza a refeição. Além disso, lembre-se de deixar o bebê sentado de forma ereta na hora de comer.

Apesar de serem considerados coadjuvantes no método BLW, os pais têm um papel importante. Afinal, eles devem preparar o ambiente, o alimento e supervisionar a criança durante todo o processo de alimentação. 

É importante oferecer alimentos que a criança consiga esmagar com a língua no céu da boca. Justamente por isso, os vegetais devem ser cozidos antes de serem oferecidos para os pequenos. Lembre-se ainda de promover o consumo de alimentos ricos em ferro em todas as refeições. Também é importante manter-se atento aos sinais de fome e saciedade do bebê.

Riscos do método BLW

• Engasgo

Como qualquer método de introdução alimentar, o BLW pode oferecer riscos. A principal dúvidas dos pais sobre a técnica é justamente a possibilidade do engasgo.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, assim como a introdução alimentar comum, que utiliza papinhas e colheres, o BLW oferece riscos. Assim, a indicação é supervisionar o bebê enquanto ele come. Além disso, evitar alimentos preparados de uma forma que reduza o risco de engasgo.

• Ingestão insuficiente

Ao oferecer maior autonomia para a criança, há um risco de haver uma ingestão insuficiente de alimentos, afinal uma das prerrogativas do método é o pequeno decidir a quantidade que come. Tal quadro pode levar a um crescimento deficiente.

• Baixa ingestão de ferro

Outro prejuízo apontado pelo relatório do PEBMED é a baixa ingestão de ferro. Isso pode acontecer quando há um consumo limitado de carne e cereais fortificados com ferro.

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