Leucócitos: o que são e o que os resultados significam
O corpo humano possui um sistema imunológico capaz de nos defender de diversas doenças, infecções e alergias. Os leucócitos, por sua vez, são fundamentais na dinâmica desse sistema.
O que são leucócitos?
De acordo com o Dr. Flávio Naoum, médico hematologista e coordenador do Instituto Naoum de Hematologia, os leucócitos são glóbulos brancos do sangue, responsáveis pela defesa do nosso organismo contra agentes infecciosos.
O dicionário Preberam define o leucócito como célula sanguínea esbranquiçada, com origem na medula óssea, no baço e nos gânglios linfáticos, que desempenha um papel importante na defesa do organismo contra as infecções.
Tipos principais
Existem alguns tipos de leucócitos. Em condições normais, o hematologista confirma que os tipos mais frequentes são os neutrófilos e linfócitos, e, em menor frequência, os eosinófilos, monócitos e basófilos. Dessa forma, entenda melhor sobre eles, a seguir:
- Neutrófilos: estão envolvidos na defesa contra infecções bacterianas e outros pequenos processos inflamatórios. Também são chamados micrófagos e são o tipo mais abundante no sangue humano. Geralmente morrem após a fagocitose, dando origem ao pus.
- Linfócitos: são mais comuns no sistema linfático. Os cinco tipos principais são: Linfócitos B, Linfócitos T Auxiliares ou (CD4+), Linfócitos T citotóxicos (ou CD8+), Linfócitos Natural killers ou NK Linfócitos T inibidores.
- Eosinófilos: comuns na mucosa intestinal, atacam organismos grandes demais para serem fagocitados. Estão envolvidos nas infecções parasitárias e processos alérgicos. Têm um núcleo celular bilobulado. Além disso, participam de processos alérgicos.
- Monócitos: oriundo do monoblasto, diferenciam-se sempre que necessário em macrófagos, mas também fagocitam.
- Basófilos: Linfócitos são mais comuns no sistema linfático. Os cinco tipos principais são: Linfócitos B, Linfócitos T Auxiliares ou (CD4+), Linfócitos T citotóxicos (ou CD8+). Linfócitos Natural killers ou NK e Linfócitos T inibidores.
Características
Os leucócitos são células incolores que possuem diferentes tipos, distinguidos pela forma de seus núcleos e modo de atuação.
Esses glóbulos brancos atuam na defesa do organismo da seguinte forma:
- Fagocitose (defesa ativa): captura de partículas identificadas como antígenos (corpos estranhos). Assim, as células sanguíneas de defesa englobam, digerem e destroem os microrganismos invasores;
- Defesa passiva: fabricam anticorpos, proteínas especiais, para neutralizar os antígenos e as substâncias tóxicas produzidas pelos seres invasores ou presentes em alimentos e substâncias diversas;
- Diapedese: propriedade em atravessar os vasos sanguíneos, sair pelas paredes capilares e migrarem para os tecidos próximos.
Qual é a taxa normal de leucócitos no sangue?
Segundo o coordenador do Instituto Naoum de Hematologia, a taxa de leucócitos no sangue é considerada normal quando apresenta os valores de leucócitos entre 4.000 a 10.000/mm3.
Quando há um número muito elevado, acima do valor de referência, pode estar relacionado à leucocitose, e quando há um número mais baixo que o normal, pode ser um sinal de leucopenia.
Nos dois casos, é necessário iniciar uma investigação médica para descobrir a causa, que pode ser uma falha na medula óssea, por conta de processos inflamatórios ou outras causas menos comuns.
Leucócitos altos e baixo
O Dr. Flávio Naoum explica o que significa quando o leucócito está alto ou baixo. Portanto, confira abaixo:
- Aumento de leucócitos (leucocitose): é frequentemente visto nas infecções, principalmente bacterianas. Aumentos muito acentuados podem levantar a suspeita de leucemia.
- Diminuição dos leucócitos (leucopenia): é comum em infecções, principalmente virais (como a dengue) e por conta do uso de medicamentos que diminuem sua produção (ex. anti-inflamatórios e quimioterápicos).
“Leucopenias acentuadas que não melhoram com o tempo devem ser investigadas, pois podem ser o primeiro sinal de alguma doença mais séria do sangue”, alerta.
Como é realizado o exame?
O especialista entrevistado ressalta que a análise dos leucócitos é feita por meio do hemograma completo (exame de sangue simples).
Esse tipo de exame avalia as células sanguíneas de um paciente, ou seja, as da série branca e vermelha, contagem de plaquetas, reticulócitos e índices hematológicos.
Além disso, os resultados do exame demonstram o número de leucócitos na circulação sanguínea.
Assim, um hemograma pode ser solicitado para verificar o estado de saúde geral do paciente, para monitorar a recuperação de doenças, entre diversas outras razões.
Leia também: O que não fazer antes e depois do exame de sangue
Qual valor de leucócitos devo me preocupar?
Muitas pessoas que realizam o exame para saber os valores dos leucócitos ficam na dúvida sobre qual o valor que devem se preocupar.
Para o Dr. Flávio Naoum, todas as alterações no número ou na proporção entre os diferentes tipos de leucócitos devem ser analisadas por um médico, que saberá distinguir entre situações benignas e outras que mereceriam uma investigação mais especializada.
“Em geral, mais de 90% das alterações dos leucócitos são benignas e não oferecem risco à saúde”, tranquiliza.
O que pode ser leucócitos na urina?
Normalmente, o aumento do número de leucócitos no exame de urina pode ser um sinal de infecção urinária, de acordo com o Dr. Flávio Naoum.
Apesar de ser mais comum sugerir infecção urinária, os leucócitos na urina podem estar presente em várias outras situações, como traumas, uso de substâncias irritantes ou qualquer outra inflamação não causada por um agente infeccioso.
Além disso, o aumento de leucócitos na urina também podem ser sinal de gravidez, especialmente quando acompanhados de aumento no número de proteínas na urina. Portanto, para tirar a dúvida, é necessário fazer o teste de gravidez ou consultar o ginecologista para evitar falsos diagnósticos.
Qual o número de leucócitos para leucemia?
Quando o diagnóstico clínico indica leucemia, a produção totalmente desordenada dos leucócitos faz com que seu número aumente consideravelmente.
No entanto, não existe um número específico, segundo o especialista: “geralmente, acima de 40.000-50.000/mm3 a probabilidade de leucemia aumenta muito. Mas é possível detectar uma leucemia em fase inicial quando os leucócitos ainda não estão muito altos, especialmente se houver associação com anemia ou diminuição do número de plaquetas”, finaliza.
Fonte: Dr. Flávio Naoum, médico hematologista e coordenador do Instituto Naoum de Hematologia.