Jejum intermitente é saudável? Veja os benefícios e cuidados
O jejum é uma prática milenar, com aproximadamente 5 mil anos de existência. A princípio, as pessoas jejuavam para fins religiosos, pois acreditavam ser um meio para ganhar forças e se conectar mais com Deus. De lá para cá, o jejum foi alvo de diversos estudos e se popularizou como uma estratégia alimentar para emagrecer e colher outros benefícios. Sobretudo o jejum intermitente, que consiste em concentrar a ingestão de calorias em um curto período, de algumas horas, no dia. Mas, será que o jejum intermitente é saudável a longo prazo?
Confira as principais dúvidas sobre o tema e dicas para aderir ao método de forma segura.
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Primeiro, como funciona o jejum intermitente?
Antes de saber se o jejum intermitente é realmente saudável, conheça as principais possibilidades da prática:
- 16/8: composta por duas refeições diárias com um intervalo de 8 horas (por exemplo, uma refeição às 12 h e a outra às 20h, totalizando 16 horas em jejum).
- Completo: jejum durante 24 horas, uma ou duas vezes por semana.
- Método 5:2: dois dias não consecutivos da semana, em que só se consome 500-600 calorias. Já nos outros 5 dias, a alimentação é habitual.
Mas, independentemente do método, todo jejum intermitente possui por três pilares que sustentam a eficácia do programa alimentar. São eles:
- Janelas de alimentação: ou seja, o período em que você não está em jejum.
- Consumo de líquidos sem calorias durante o jejum: água, café e chás sem açúcar ou adoçante.
- Evitar itens que não são exatamente alimentos, mas que contenham calorias — por exemplo, o whey protein.
Jejum intermitente é saudável, mas requer alguns cuidados
De maneira geral, o jejum intermitente é saudável, sim. No entanto, antes de experimentar a técnica, consulte um profissional de saúde, como o nutricionista. Afinal, sem o devido conhecimento, pode prejudicar o emagrecimento e causar desconfortos potencialmente nocivos:
Dor de cabeça e indisposição
Enquanto jejuamos, o corpo entra em estado de cetose. Em outras palavras, começa a produzir energia a partir de outros nutrientes que não o carboidrato, como a gordura e a proteína. Como resultado, o organismo libera os corpos cetônicos, que podem provocar dores de cabeça, redução de energia, dificuldade de concentração e mau humor.
Perda de massa muscular
A redução da massa muscular é outra possível consequência da cetose. Isso acontece porque o corpo pode utilizar as proteínas que iriam para a construção ou manutenção dos músculos. Outro motivo é a própria alimentação fora do período de jejum.
Se a dieta for rica em carboidratos refinados e com poucas proteínas, pode favorecer a diminuição do volume muscular.
Restrição de nutrientes essenciais para a saúde
Como a janela de alimentação é menor, é fundamental planejar as refeições para garantir a ingestão de todos os nutrientes. O jejum intermitente só é saudável se houver equilíbrio nesse sentido. Por isso que o acompanhamento profissional é tão importante para evitar deficiências nutricionais e outros problemas.
Pode gerar compulsão alimentar
Embora seja eficiente para muitas pessoas, o jejum intermitente não é para todos. É o caso de indivíduos que convivem ou já enfrentaram transtornos alimentares. Nesse contexto, muito tempo sem comer pode engatilhar a vontade de compensar o jejum com excessos na dieta.
Quais são os benefícios do jejum intermitente?
O emagrecimento é a primeira vantagem de seguir o jejum intermitente. Contudo, a estratégia pode beneficiar a saúde em outros aspectos. Por exemplo:
- Ajuda a melhorar a saúde cardiovascular.
- Reduz os processos inflamatórios do organismo.
- Diminui a incidência de resistência à insulina.
- Promove alterações hormonais sadias, atuando no controle do apetite.
- Estimula o aumento das mitocôndrias, responsáveis pela longevidade.
Entretanto, vale reforçar que o todos os pontos positivos acima ocorrem com o planejamento adequado da dieta e do tempo de jejum intermitente, que deve ser gradual.
Quem deve evitar
Além de indivíduos com histórico de transtornos alimentares, o jejum intermitente é desaconselhável para gestantes, lactantes, pessoas com diabetes, crianças, adolescentes, idosos e pacientes com doenças que afetam o sistema imunológico.
Portanto, não custa reforçar que qualquer dieta precisa de aconselhamento profissional para não comprometer sua saúde e bem-estar.