Inteligência emocional: O que é e benefícios

Bem-estar Equilíbrio
15 de Julho, 2019
Inteligência emocional: O que é e benefícios

A inteligência emocional tem a ver com a capacidade do ser humano de aprender a lidar com as próprias emoções, identificá-las e usufruí-las em benefício próprio. Além disso, diz respeito a aprender a compreender os sentimentos e comportamentos do outro, agindo com empatia. Dessa forma, entenda melhor:

O que é inteligência emocional?

“Termo muito usado, mas pouco explicado, a inteligência emocional é uma expressão que tem ganhado destaque ao longo dos últimos anos, sobretudo no ambiente corporativo. Mas, que ainda permanece desconhecida para muita gente. Basicamente, ela se refere à aptidão humana de reconhecer, avaliar e administrar seus sentimentos e de perceber os sentimentos de outras pessoas com as quais se relaciona. Assim, é uma necessidade social”, explica a psicóloga Neisa Cunha, de São Paulo. 

Parece simples, mas apesar de fazer parte do dia a dia, não é uma tarefa fácil. E, mesmo sendo constatado que algumas pessoas têm essa habilidade despertada desde pequenas, a maioria de nós precisa trabalhar duro para fortalecê-la ao longo da vida para conseguir lidar com as emoções diárias.

Como surgiu o termo inteligência emocional?

O tema foi muito estudado e popularizado pelo psicólogo e escritor norte-americano Daniel Goleman, autor da obra Emotional Intelligence, de 1995. Foi o seu livro, aliás, que levou a discussão sobre o assunto para fora da academia, fazendo-o ficar conhecido por diversas camadas da sociedade.

Ademais, é nele que Goleman fala pela primeira vez em Quociente Emocional (QE), um complemento ao famoso QI (Quociente de Inteligência) — para ele, a capacidade que o ser humano tem de lidar com as suas emoções é muito mais importante do que a sua competência de processar informações. Ou seja, o sucesso de uma pessoa seria 80% gerado por meio do seu QE e apenas 20% por seu QI.

Por fim, ele definiu cinco habilidades principais de um indivíduo emocionalmente inteligente:

Autoconhecimento

Capacidade de reconhecer e compreender estados de espírito, emoções, impulsos, bem como o efeito desses aspectos sobre outras pessoas. Características:

  • Autoconfiança;
  • Autoavaliação realista;
  • Capacidade de rir de si mesmo.

Autocontrole

Possibilidade de controlar ou, então, de redirecionar impulsos e estados de espírito perturbadores. Além disso, propensão a não julgar e a pensar antes de agir. Características:

  • Confiança e integridade;
  • Bem-estar na ambiguidade;
  • Abertura a mudanças.

Automotivação 

Paixão pelo trabalho, por motivos que não dinheiro ou status. Além disso, propensão a perseguir objetivos com energia e persistência. Características:

  • Forte impulso para alcançar o objetivo;
  • Otimismo, mesmo diante do fracasso;
  • Comprometimento com a empresa.

Empatia

Capacidade de compreender a constituição emocional do outro. Ou seja, habilidade para tratar as pessoas de acordo com suas reações emocionais. Características:

  • Habilidade para formar e reter talentos;
  • Sensibilidade intercultural;
  • Atendimento a clientes.

Sociabilidade

Competência para administrar relacionamentos e criar redes. Características:

  • Eficácia para liderar a mudança;
  • Persuasão;
  • Experiência em construir equipes e liderá-las.

Leia também: Como desenvolver resistência mental para corridas longas?

Por que é importante desenvolver inteligência emocional?

De acordo com a psicóloga, a inteligência emocional faz toda a diferença quando se trata de pensar o ser humano em sua totalidade, por agregar inteligência às emoções e, em consequência, a seus atos. Com isso, tal habilidade pode ser desenvolvida a partir do autoconhecimento, que abrange: 

  • Conhecer as próprias emoções: Identificar o sentimento quando ele ocorre; 
  • Saber lidar com as emoções: Gerenciá-las, colocando-as sob controle;
  • Motivar-se: Usar as emoções positivamente, a serviço de um objetivo maior;
  • Reconhecer as emoções do outro: Desenvolver a empatia, colocando-se no lugar do outro;
  • Saber lidar com os relacionamentos: Ou seja, trabalhar em equipe, negociar.

Benefícios da inteligência emocional

“Um primeiro movimento que a inteligência emocional nos traz é percepção das nossas emoções. Pois, via de regra, a gente se manifesta emocionalmente e passa por determinadas situações sem conseguir descrevê-las”, adianta o psicólogo Luiz Francisco Jr, professor de psicologia da FADISP.

Da mesma maneira, a ideia de trabalhar no desenvolvimento da inteligência emocional é essencial para perceber qual o sentimento que se está experimentando e dar espaço para que ele se manifeste. “Portanto, quando a pessoa  lida bem com a emoção, ela desenvolve a inteligência emocional e consegue ter um pensamento muito mais fluido, ou seja, ela se torna mais resolutiva e criativa na vida social e no trabalho. Com isso, aprendemos a controlar as emoções, o que proporciona um crescimento pessoal”, conta. 

Portanto, quem tem uma inteligência emocional bem desenvolvida é uma pessoa madura, que sabe resistir e responder positivamente a frustrações. 

Como turbinar a inteligência emocional

A inteligência emocional é resultado de treino, assim como qualquer outra competência. Seu aprimoramento começa já na infância. Porém, pode acontecer mais tarde, na vida adulta, a qualquer tempo. 

Assim, estabeleça uma pequena meta de evolução pessoal por semana e veja como isso vai aumentar sua motivação e sua capacidade de lidar com suas emoções. 

“O autoconhecimento é o ponto de partida para o processo de mudança pessoal. Para que isso ocorra, as pessoas devem ser proativas e encarar os desafios dessa busca que nunca termina”, finaliza a psicóloga.  

Leia também: Maturidade emocional: O que é, benefícios e como desenvolver

Dicas para aumentar a inteligencia emocional

  • Não “cure” sua frustração com queixas;
  • Busque palavras para definir o que está sentindo;
  • Permita-se viver conflitos;
  • Abandone a postura de juiz;
  • Ofereça ajuda;
  • Ademais, planeje suas conversas;
  • Considere a ideia de que você não sabe de tudo;
  • Faça com que a frustração se transforme em uma oportunidade de ensino;
  • Observe as emoções alheias (e tente senti-las também);
  • Treine sua resistência às tentações;
  • Por fim, exercite a empatia. 

Como usar a inteligência emocional no trabalho

inteligência emocional

Torne-se mais consciente

Um dos primeiros passos para utilizar as habilidades de inteligência emocional no local de trabalho é praticar o reconhecimento de suas próprias emoções. Isso porque autoconsciência envolve estar ciente de diferentes aspectos de si mesmo, incluindo emoções e sentimentos — e é um dos componentes fundamentais da inteligência emocional.

Por isso, para reconhecer as emoções e entender o que está causando esses sentimentos, você precisa ter autoconsciência.

Preste atenção nos seus sentimentos

Pense em como essas emoções influenciam a maneira como responde, se as coisas que você sente afetam as decisões que toma. Assim, à medida que passa mais tempo refletindo sobre essas questões, pode perceber que fica muito mais consciente de suas próprias emoções.

Faça um balanço das forças e das fraquezas emocionais

Quão bem você se comunica com os outros? Além disso, você se vê impaciente, irritado ou aborrecido com frequência? Dessa maneira, reconhecer suas fraquezas podem permitir que você procure maneiras de lidar com essas deficiências.

Lembre-se que as emoções são passageiras

Você pode se irritar com algum colega de trabalho ou com o seu chefe o delegou uma tarefa frustrante. Contudo, antes de reagir, lembre-se de que essas coisas são temporárias. Portanto, tomar decisões precipitadas com base em emoções intensas pode prejudicar seus objetivos e sucesso a longo prazo.

Pense antes de tomar decisões

Por fim, as emoções podem sobrecarregá-lo no calor do momento, mas é possível fazer uma escolha mais calma e racional, considerando todas as possibilidades.

Leia também: Saúde mental e saúde emocional: As diferenças e semelhanças entre elas

Fontes: Neisa Cunha, psicóloga de São Paulo; e Luiz Francisco Jr, psicólogo e professor de psicologia da FADISP.

Referência: Daniel Goleman, Emotional Intelligence, 1995.

Sobre o autor

Amanda Figueiredo
Amanda Figueiredo é nutricionista clínica pela USP (Universidade de São Paulo), pós-graduada em Saúde da Mulher e Reprodução Humana pela PUC (Pontifícia Universidade Católica) e especialista em emagrecimento e nutrição estética CRN-3 77456 Também é jornalista e editora-chefe da Vitat.

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