Hipófise: entenda a importância da glândula para a nossa saúde
Equivalente ao tamanho de uma ervilha, a hipófise desempenha um papel estratégico em nosso corpo. Ou seja, ela é a glândula “mestra” do sistema endócrino, responsável pela produção de inúmeros hormônios.
“A hipófise é a glândula endócrina mais importante do nosso organismo. Afinal, ela produz os hormônios como o TSH, ACTH, GH, prolactina, LH e FSH. Todos eles possuem uma atuação diferente e fundamental para o funcionamento de outras glândulas e órgãos”, afirma Bárbara Scalon Magro, médica endocrinologista da Care Club, em São Paulo (SP).
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Também chamada glândula pituitária, a hipófise está localizada na base do nosso cérebro, em uma cavidade do osso esfenoide. “Os hormônios produzidos pela hipófise darão o estímulo ou inibirão a produção de outros hormônios, como o cortisol, a testosterona e o estradiol, de modo que todos esses estejam em equilíbrio”, explica Magro.
Além disso, a glândula está ligada a outra chamada hipotálamo, a qual exerce grande influência sobre a hipófise e com outras funções importantes. Por exemplo, ajuda a regular o ciclo do sono, apetite, sede e o sistema nervoso autônomo.
As partes da hipófise
Embora seja pequenina, a glândula é dividida em duas partes. São elas a adeno-hipófise e neuro-hipófise. A função da primeira parte é secretar os hormônios que impactam outras glândulas e atividades do organismo. Por sua vez, a neuro-hipófise é a parte que está ligada ao hipotálamo, e auxilia na produção de hormônios destinados ao funcionamento do sistema nervoso.
Hormônios produzidos
ADH, antidiurético ou vasopressina
Possui o papel de regular o sistema renal e melhorar a absorção de água pelos rins.
Ocitocina (“hormônio do amor”)
É excretado para facilitar o parto durante as contrações. Assim, a ocitocina auxilia a mãe a relaxa após o parto, aliviando um pouco as dores, e facilita a conexão com o bebê. Além disso, o hormônio atua durante a amamentação e proporciona mais ternura entre mãe e bebê. Outra função interessante do hormônio é a de neurotransmissor que melhora as interações sociais e sexuais, tanto em homens quanto em mulheres.
Prolactina
Participa do crescimento da glândula mamária e da produção do leite durante a amamentação. Nos homens, a prolactina age como uma espécie de relaxante depois do orgasmo.
GH (hormônio do crescimento)
Também conhecido por HGH ou somatropina, o hormônio do crescimento é fundamental durante a fase de desenvolvimento do ser humano. Ainda nas fases de crescimento do indivíduo, pois trabalha na construção da estrutura óssea, dos processos metabólicos e do crescimento de diversos tecidos, como o muscular. Inclusive o GH é importantíssimo para quem treina com foco em hipertrofia, pois participa do ganho de massa muscular. No entanto, sua produção torna-se mais limitada durante a fase adulta, mas é igualmente relevante na manutenção da estrutura óssea, da qualidade do sono e na facilidade em queimar gordura.
Outros hormônios produzidos pela hipófise
- MSH ou melanócitos: estimula a produção de melanina.
- TSH: atua sobre a tireoide para viabilizar a síntese e produção dos hormônios secretados por essa glândula.
- ACTH: aciona o córtex da suprarrenal para produzir seus próprios hormônios.
- FSH ou hormônio folículo-estimulante: possui dois papéis importantes. Entre as mulheres, estimula o desenvolvimento dos folículos ovarianos e a secreção de estrógeno. Nos homens, promove a espermatogênese.
- LH: hormônio luteinizante: é responsável pela secreção da progesterona e pela ovulação nas mulheres. Já entre os homens, auxilia a secreção de andrógenos, que são os hormônios masculinos.
Sintomas de problemas na hipófise
De acordo com a SBEM – Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, é importante estar de olho no bom funcionamento da hipófise. Afinal, qual seria a melhor forma de perceber que algo não vai bem?
A princípio, os sintomas não estão diretamente associados à glândula, mas a alterações no sistema endócrino. Ao passo que está ligada a diversas outras glândulas e funções, é fundamental buscar um endocrinologista para identificar possíveis problemas. Portanto, fique de olho em sintomas gerais, tais como:
- Aumento da produção de pelos, sobretudo entre mulheres.
- Excesso de transpiração, mesmo sem um estímulo específico (calor e atividade física intensa, por exemplo).
- Amenorreia ou alterações no período menstrual.
- Dores de cabeça frequentes.
- Arritmias (batimentos cardíacos descompassados).
- Falta de disposição.
- Súbito ganho ou perda de peso.
Fontes: Bárbara Scalon Magro, médica endocrinologista da Care Club – unidades Itaim, Parque do Povo e Villa Lobos (São Paulo/SP). CRM 182985; e Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).