Hipertensão pulmonar: tudo sobre a doença que precisa de atenção
A hipertensão pulmonar é uma doença que exige rápido diagnóstico, pois seus sintomas são similares aos de outras doenças. Fadiga, dor no peito e dificuldade para respirar plenamente são os sintomas da doença que podem ser confundidos com asma, falta de condicionamento físico e até síndrome do pânico.
Por que se preocupar com a hipertensão pulmonar?
A doença é causada pelo aumento da resistência da parede das artérias pulmonares ou devido a alguma obstrução ocasionada por coágulos. Como consequência, ocorre o aumento da pressão interna dos vasos sanguíneos que chegam aos pulmões para fazer a oxigenação do sangue — além disso, não é possível captar o oxigênio com eficiência.
Desse modo, um problema leva a outro: com a redução da capacidade, o coração precisa de mais esforço para bombear o sangue e oxigenar todos os tecidos.
A hipertensão pulmonar possui 5 classificações de acordo com as diferentes causas. A hipertensão tromboembólica crônica, por exemplo, é a mais comum e tem mais chance de cura por meio de cirurgias e diversos tratamentos.
Todos os tipos da doença requerem atenção médica porque podem afetar pessoas em qualquer idade. Contudo, mulheres acima dos 30 anos e indivíduos com doenças cardíacas ou com predisposição são as vítimas mais frequentes.
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Os sintomas
No estágio inicial da doença, é possível que os sintomas não apareçam, por isso, o problema pode ficar silencioso por anos. Mas o principal sinal é a falta de ar durante a atividade física, que vai se tornando cada vez mais presente, inclusive em momentos de repouso.
Por isso, não hesite em procurar um médico pneumologista para investigar o que está acontecendo. Para se ter uma ideia do quão subestimado é o problema, a Associação Brasileira de Amigos e Familiares de Portadores de Hipertensão Pulmonar (Abraf) estima que existam cerca de 10 mil pessoas com hipertensão pulmonar. Entretanto, somente 20% estão diagnosticadas — o que significa que 80% dos indivíduos não procuram ajuda médica ou são tratados de outras formas.
Quando a hipertensão está mais avançada, os sintomas abaixo podem aparecer:
- Inchaço nas pernas, tornozelos e abdômen;
- Cansaço recorrente;
- Tontura;
- Desmaios;
- Batimentos acelerados com palpitação cardíaca;
- Dor no peito;
- Lábios e pele azulados.
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Possíveis causas e diagnóstico
A hipertensão pulmonar não tem idade, mas algumas características individuais podem favorecer o quadro. Além de doenças cardíacas e predisposição, doenças pulmonares crônicas, apneia do sono, alterações na tireoide e HIV podem estar associadas à hipertensão pulmonar.
Na visita ao pneumologista, o profissional fará um levantamento do seu histórico de doenças, do estilo de vida e das queixas do momento. O diagnóstico precisa ser minucioso e exige conhecimento do profissional, pois a doença pode ser confundida com outras.
Para investigar o problema, o especialista poderá solicitar uma série de exames, como teste ergométrico, eletrocardiograma, ecocardiograma, testes de função pulmonar, polissonografia, teste de ventilação, perfusão pulmonar, tomografia, entre outros. Outro recurso para identificar o problema é um cateter especial que mede a pressão dentro do coração e vasos pulmonares, chamado cateterismo cardíaco direito.
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Tratamento para a hipertensão pulmonar
De acordo com o tipo de hipertensão pulmonar, o médico indicará medicamentos e terapias para controlar a doença, aliviar os sintomas e tratar a causa, embora alguns casos não tenham cura, apenas controle. Os principais meios utilizados são:
- Medicamentos: vasodilatadores que ajudam a melhorar o fluxo de sangue dentro dos pulmões e reduzem a pressão interna dos pulmões; anti-hipertensivos; anticoagulantes, caso o problema da hipertensão pulmonar esteja relacionada à formação de coágulos sanguíneos; e diuréticos para reduzir o excesso de líquidos no organismo;
- Cirurgia: indicada quando os medicamentos não surtem efeito. Os procedimentos variam de acordo com o tipo de hipertensão pulmonar e com os sintomas. Por exemplo, se indivíduo apresenta coágulos de sangue nas artérias, é feita a endarterectomia pulmonar, que consiste na retirada desses corpos;
- Oxigenoterapia: para pessoas que apresentem baixa oxigenação sanguínea, é colocado um cateter de oxigênio no nariz e o indivíduo inala oxigênio em uma concentração maior do que a normal. Essa terapia ajuda a oxigenar melhor todos os tecidos do corpo e é personalizada de acordo com a taxa de oxigênio no sangue do paciente. Sua frequência também depende do tipo de hipertensão pulmonar e dos sintomas;
- Transplante de pulmão e/ou coração: última alternativa de tratamento. Devido aos riscos e às possíveis complicações (como rejeição e infecções), é mais viável em pessoas mais jovens que apresentam hipertensão arterial pulmonar idiopática. Não necessariamente inclui o transplante de ambos os órgãos — a decisão dependerá da avaliação médica.
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Fonte: Oliver Nascimento, médico pneumologista do Hospital Santa Catarina – Paulista, em São Paulo/SP.