Problemas de saúde mascarados pela ansiedade

Bem-estar Equilíbrio
10 de Setembro, 2019
Problemas de saúde mascarados pela ansiedade

Na cultura ocidental, é bastante comum separar os processos do corpo dos processos da mente como se fossem coisas distintas. Mas a verdade é que o ser humano é um conjunto integrado e não se pode dissociar essas duas instâncias. 

A partir dessa constatação, percebemos que aspectos emocionais e fisiológicos se relacionam e até se confundem o tempo todo. “A separação entre mente e corpo pode auxiliar muito no diagnóstico e tratamento de doenças, mas é válido lembrar que há uma interação inevitável entre eles, integrando o todo de cada pessoa”, explica a psicóloga Renata Garutti Rossafa, mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Mato Grosso. 

É por conta dessa interação que, muitas vezes, um sintoma físico acaba sendo desencadeado por um desequilíbrio emocional. O suor excessivo, por exemplo, pode ser resultado de nervosismo intenso. Já a respiração pesada e difícil costuma acompanhar episódios de ansiedade.   

Mas o oposto também acontece. Ou seja, sinais clássicos de ansiedade podem, na verdade, ser decorrentes de um problema de saúde. Como Renata acredita que há mais caminhos unindo mente e corpo do que os separando, é relevante questionar: o que a ansiedade está querendo te dizer? 

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“Estabelecer uma relação de proximidade consigo mesmo é o que confere à pessoa mais clareza para compreender seus próprios sintomas de ansiedade e também suas prováveis associações.” Por isso, o acompanhamento médico é imprescindível. Somente após consultas e exames é possível descobrir e diagnosticar, de fato, o que está havendo em cada caso.

Conheça agora 5 problemas de saúde que podem ser camuflados pelos sintomas da ansiedade. 

Hipo e hipertireoidismo

Com frequência, essas disfunções endócrinas – que alteram a produção de hormônios na tireoide -, apresentam sintomas similares aos da ansiedade e do transtorno de pânico. Por essa razão, o indicado para pacientes diagnosticados com depressão ou transtorno de ansiedade é que sempre façam exames para avaliar a saúde da glândula tireoide.

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Arritmia ou palpitações

Trata-se de uma alteração no ritmo cardíaco, que pode bater mais rápido ou mais devagar, causando até mesmo a sensação de que o coração parou de bater por um breve período. O sintoma, frequente em pacientes com ansiedade, geralmente não causa complicações. No entanto, é preciso ficar atento, pois pode esconder um quadro cardíaco mais grave. 

Asma

A asma é uma das doenças respiratórias mais comuns. Entre os sintomas, facilmente confundidos com ansiedade, estão a dificuldade de respirar e movimentos de respiração mais curtos e rápidos.  

Tumores

Dependendo do tipo de tumor, é possível desenvolver os mesmos sintomas da ansiedade, especialmente quando o problema ataca o sistema nervoso central. É o caso do feocromocitoma – tumor que surge no tecido de glândulas como as adrenais, logo acima dos rins -, que provoca irritabilidade e crises de ansiedade. O câncer no pâncreas também pode ocasionar sintomas emocionais antes de se manifestar fisicamente.

Artrite 

A artrite reumatoide é um processo inflamatório que afeta diferentes articulações. É desencadeada geneticamente, mas alterações hormonais também podem causar a doença. Seu sinal mais evidente é um inchaço doloroso no local onde se manifesta, que pode levar a sintomas depressivos e ansiosos.

Ouvindo os sintomas de ansiedade

A psicóloga Renata Garutti Rossafa ressalta a importância de olhar para dentro de si. “O autocuidado é a chave para o bem-estar. Independente dos sintomas, buscar se autoconhecer e realizar medidas preventivas de saúde são fundamentais para melhorar o relacionamento consigo mesmo, integrando mente e corpo cada vez mais para saber o que os sintomas estão querendo dizer.”

Ela dá algumas dicas para ajudar nesse processo:

  • Analisar como a ansiedade se manifesta em si mesmo, como você se sente e o que muda quando se compara ao seu estado natural não-ansioso.
  • Avaliar se os sintomas vêm acompanhados de alguma dor ou se há mais algum sinal envolvido.
  • Observar qual a frequência e se há algum padrão ou se são sintomas que ocorrem aleatoriamente, sem associação aparente.
  • Identificar qual a intensidade dos sintomas.

Via de regra, quanto mais intenso, dolorido ou frequente os sintomas, mais urgente deve ser a busca por ajuda especializada. A recomendação é procurar um médico em primeiro lugar. Depois, quando os problemas orgânicos forem identificados, pode haver um encaminhamento para tratamento psicológico. “Mas, caso os sintomas não sejam tão intensos, doloridos ou frequentes, é de fundamental importância buscar a prevenção e o autoconhecimento. Não é necessário esperar que um problema se agrave para tratá-lo. Quanto antes se começa um processo de autocuidado, muito melhor pode ser o reestabelecimento”, conclui. 

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