Gestação química ocorre quando o embrião não é implantado. Entenda
A menstruação atrasa, o teste de farmácia dá positivo. Na confirmação da gestação por um exame de sangue, porém, o nível de beta hCG, o hormônio da gravidez, está baixo, mas mesmo assim indica que a mulher está grávida. E, fazendo um ultrassom, não existe embrião. O que aconteceu? Provavelmente, uma gestação química. Entenda.
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Afinal, o que é gestação química?
“Chamamos de gravidez química o fato de um óvulo ser fecundado pelo espermatozoide, mas não se implantar devidamente no útero e, assim, não se desenvolver. Quando o óvulo é fecundado, a menstruação atrasa e o hormônio beta hCG aumenta. Então, o teste de farmácia, que é feito pela dosagem da quantidade desse hormônio no sangue, aponta que existe gravidez. Mas, o nível hormonal cai assim que o organismo detecta que não há a implantação do óvulo fecundado no útero”, explica a Dra. Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista.
Portanto, a gestação química é um aborto bem no comecinho da gestação – algo que muitas mulheres nem sequer percebem, porque elas menstruam logo depois e acreditam que o fenômeno constou apenas de um atraso menstrual.
Causas e preparo para a gestação
As prováveis causas da gestação química podem ser problemas metabólicos, como alterações na glicemia, no colesterol e na tireoide, por exemplo; baixa no sistema imunológico; doenças autoimunes e questões como a endometriose. “Por isso, é imprescindível que as mulheres se preparem para a gestação”, alerta a médica.
Dra. Mariana Rosario diz que, atualmente, o consenso médico prega o ‘one year pregnancy’, que é o preparo do casal por um ano antes da gestação. “A suplementação adequada, a adoção de novo estilo de vida – com dieta equilibrada, adoção de exercício físico constante e eficiente e sono reparador -, além da cura ou controle de doenças que interfiram na gestação é fundamental tanto para a concepção quanto para o desenvolvimento de uma gravidez tranquila”, ensina.
A médica diz, por exemplo, que a Síndrome Metabólica – que inclui resistência à insulina – é muito comum nas mulheres em idade fértil e pode levar ao diabetes gestacional. A hipertensão arterial, por sua vez, pode evoluir para casos de pré-eclâmpsia, assim como a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) e a endometriose podem prejudicar na ovulação e implantação do embrião.
“A gestação química é um problema que pode ser recorrente e, como citado, as mulheres podem nem sequer se dar conta dele, porque muitas não chegam a perceber que houve a concepção. Mas, é uma questão que precisa ser investigada, ainda mais quando a mulher deseja engravidar e acredita que não consegue. Por isso e tantos outros motivos, é fundamental preparar-se previamente para a gestação”, finaliza a médica.
Fonte: Dra. Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista, membro do corpo clínico do hospital Albert Einstein.