Usar folha de repolho nos seios ajuda no ingurgitamento mamário?

Gravidez e maternidade Saúde
23 de Junho, 2022
Usar folha de repolho nos seios ajuda no ingurgitamento mamário?

Não é novidade que as redes sociais se tornaram parte da rede de apoio de diferentes mulheres, inclusive das famosas. De tempos em tempos, os perfis são meios para elas compartilharem dicas que contribuíram com o seu maternar. Não foi diferente com a apresentadora Rafa Brites, que utilizou o seu Instagram para falar sobre o uso da folha de repolho nos seios para aliviar o ingurgitamento mamário, ou seja, o inchaço excessivo das mamas. No entanto, a dúvida que surge é: a prática realmente ameniza o incômodo?

De acordo com Cinthia Calsinski, enfermeira obstetra e consultora de amamentação, sim. A sua justificativa é que a folha de repolho tem componentes anti-inflamatórios e antioxidantes importantes, como indóis, bioflavonoides e genisteína. “Ao entrarem em contato com os seios, eles atuam na dor decorrente da pressão aumentada dentro dos alvéolos e nas sensações desagradáveis da mama excessivamente cheia”, detalha a especialista.

Já o segundo motivo da eficácia está relacionado a quando a folha de repolho é usada gelada. Dessa forma, ela se torna uma compressa fria e faz uma vasoconstrição do local, ou seja, reduz o diâmetro dos vasos sanguíneos. Como resultado, há diminuição do fluxo de sangue na região, melhora na drenagem linfática e redução do inchaço das mamas.

Leia mais: Problemas comuns durante a amamentação e como corrigir

Mas afinal, o que causa o ingurgitamento mamário?

Inicialmente, logo após o parto, o ingurgitamento mamário pode acontecer em decorrência da apojadura do leite, isto é, na descida do alimento materno por volta de três a cinco dias depois do nascimento do bebê. Já no decorrer da amamentação, o inchaço excessivo das mamas tende a ocorrer quando elas não estão sendo esvaziadas corretamente.

Essa vazão incorreta pode acontecer devido a uma série de fatores, como:

  • Pega incorreta do bebê;
  • Mamadas com intervalos grandes;
  • Amamentação sem livre demanda;
  • Uso de bicos artificiais, como chupeta e mamadeira;
  • Abundância de leite;
  • Demora para iniciar o aleitamento materno.

Como resultado deste ingurgitamento mamário, a lactante pode vir a desenvolver mastite. Este quadro ocorre porque há a inflamação da glândula mamária devido ao acúmulo de leite nos seios, impedindo o fluxo natural do alimento materno. Além disso, o processo pode vir associado a uma infecção bacteriana, em que o uso de antibiótico será necessário.

Leia mais: 6 cuidados com os seios durante a amamentação

Além da folha de repolho nos seios: o que alivia este quadro?

De acordo com o Dr. Pedro Cavalcante, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o ingurgitamento mamário pode ser amenizado de diferentes formas, como:

  • Ordenha manual para esvaziar as mamas;
  • Amamentação em livre demanda;
  • Massagem por todo o seio com movimentos circulares;
  • Uso de sutiã adequado, com boa sustentação;
  • Compressas frias após ou entre as mamadas.

“Por fim, o uso de analgésicos e anti-inflamatórios são dados em último caso. Além disso, compressas mornas não são recomendadas, pois podem piorar o caso ao ser um estímulo para aumentar a produção de leite”, completa o especialista.

Fontes: Cinthia Calsinski, enfermeira obstetra e consultora de amamentação, e Dr. Pedro Cavalcante, especializado em pediatria pelo Instituto da Criança da USP, médico de família e membro da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

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