Fator reumatoide: o que é, como é feito e como entender o exame

Saúde
16 de Dezembro, 2022
Fator reumatoide: o que é, como é feito e como entender o exame

O fator reumatoide é um autoanticorpo, ou seja, um anticorpo que prejudica o nosso próprio organismo. Para ajudar no diagnóstico, existe o exame de sangue que oferece muitos detalhes, que podem ou não incluir alterações em seus níveis. Saiba mais sobre como ele pode ajudar no diagnóstico precoce e no tratamento de doenças. Confira logo abaixo!

Leia mais: Reumatismo: conheça as causas, sintomas e tratamentos

O que é fator reumatoide?

Para explicar tudo sobre o fator reumatoide, conversamos com o Dr. Rafael Andreusi, reumatologista do Hospital Santa Catarina – Paulista.

Segundo o especialista, o fator reumatoide é um autoanticorpo: “é uma proteína produzida pelo sistema imunológico que, em vez de proteger o corpo contra infecções, acaba por atacar tecidos saudáveis do nosso organismo, induzindo inflamação e prejudicando suas funções”.

Dessa forma, o fator reumatoide é um anticorpo contra outro anticorpo, de nome IgG. Geralmente, esse fator pode ser positivo em pessoas sadias acima de 60 anos. Portanto, costuma ser sinal de problema na maioria dos casos, mas não é específico para indicar qual o tipo de doença. 

Nesse sentido, quando há a identificação de fator reumatoide no sangue, é necessário investigar a presença de doenças autoimunes, como lúpus, artrite reumatoide ou síndrome de Sjögren, que normalmente apresentam valores elevados dessa proteína no exame de sangue.

Como é feito o exame?

É importante saber que a dosagem do fator reumatoide é feita a partir de uma pequena amostra de sangue coletado em laboratório para identificar a presença do anticorpo. 

No entanto, se o teste de sangue for positivo para o fator reumatoide, não significa necessariamente que se trata de artrite reumatoide.

Isso porque, de acordo com o reumatologista do Hospital Santa Catarina – Paulista, o exame de fator reumatoide auxilia na investigação de artrite reumatoide e de outras doenças autoimunes. 

“Entretanto, é pouco específico e pode estar presente em condições variadas como infecções crônicas, cânceres e cirrose hepática. Além disso, pessoas saudáveis também podem ter alterações no fator reumatoide e precisam ser avaliados com cautela”, ressalta.

Como entender os resultados do exame?

Mas, afinal, como entender os resultados do exame do fator reumatoide? O Dr. Rafael Andreusi comenta que o resultado varia conforme o laboratório onde foi realizado. 

“A depender da técnica de análise, o resultado é dado em forma de título (por exemplo, 1:40) ou, conforme o valor de referência, em reagente (positivo) ou não reagente (negativo)”, explica.

Sendo assim, a valorização do resultado depende da clínica apresentada pelo paciente e de seu histórico de saúde, por isso a avaliação pelo reumatologista é fundamental.

Apenas um profissional especializado nesse assunto irá entender os resultados apresentados por cada paciente, então é necessário buscar ajuda médica.

Valores de referência do exame de fator reumatoide

Apesar do exame de fator reumatoide variar de acordo com o teste de cada paciente, quando o exame é feito de forma automática, os valores de referência podem ajudar na realização de outros exames que permitam identificar a causa da alteração. São eles:

  • Normal ou não reagente: menor que 20 UI/mL;
  • Fracamente reagente ou fracamente positivo: entre 21 e 79 UI/mL;
  • Reagente ou positivo: igual ou maior que 80 UI/mL.

O que pode ser o fator reumatoide alterado?

Muitos pacientes se preocupam quando recebem o diagnóstico do fator reumatoide alterado, mas o que isso significa?

O especialista consultado informa que o fator reumatoide alterado pode indicar a presença de uma doença autoimune, como a artrite reumatoide. 

“Quanto maiores seus níveis no sangue, maior será a associação com o desenvolvimento destas doenças. Porém, ele também pode ser detectado em pessoas saudáveis, geralmente em baixas quantidades, e sua interpretação precisa ser criteriosa”, acrescenta. 

Por isso, os sintomas como dor ou inchaço nas juntas, sensação de rigidez prolongada nas articulações, fadiga, olho e boca secas, podem indicar a presença de doença reumática. 

Qual é o fator reumatoide normal?

Quando o exame do fator reumatoide é considerado normal? Segundo o reumatologista,  o fator reumatoide em baixos níveis no sangue (título de até 1:20 ou menor que 20UI/mL, a depender da referência do laboratório) pode ser interpretado como negativo ou normal, sobretudo em indivíduos acima de 60 anos. 

No entanto, mesmo quando o resultado for negativo, o Dr. Rafael Andreusi informa que apenas o teste não exclui a presença de uma doença reumática e o reumatologista precisa ser procurado na presença de sintomas. 

Portanto, o ideal é manter a rotina de exames em dia, ficar atento aos sinais e consultar um médico reumatologista para identificação da doença reumática.

Quando a artrite reumatoide é grave?

De acordo com o especialista, em doenças que afetam o aparelho locomotor, alguns achados na história e nos exames do paciente com artrite reumatoide indicam uma doença mais agressiva.

“Podem indicar o início da doença em idade jovem, exames de inflamação persistentemente elevados, altos níveis de fator reumatoide e de anti-CCP, outro anticorpo presente na doença, tabagismo e sinais de destruição das articulações nos exames de imagem”, informa. 

Por conta desses diagnósticos, pacientes com essas características de uma doença mais agressiva requerem maior atenção em seu tratamento. 

Quem tem artrite reumatoide pode virar câncer?

Muitas pessoas associam a artrite reumatoide com o câncer, por isso, o reumatologista explica que a artrite reumatoide pode aumentar o risco de o paciente desenvolver alguns cânceres, como linfomas e câncer de pulmão

“O risco aumentado de neoplasias nestes pacientes tem relação com a desregulação do sistema imunológico e com o processo inflamatório prolongado. O tipo de tratamento recebido também pode influenciar, por isso, a necessidade de manter acompanhamento regular com o reumatologista”, aconselha.

Fonte: Dr. Rafael Andreusi, reumatologista do Hospital Santa Catarina – Paulista.

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