Reumatismo: conheça as causas, sintomas e tratamentos

Saúde
14 de Junho, 2022
Reumatismo: conheça as causas, sintomas e tratamentos

O reumatismo se refere a uma série de patologias reumáticas. Ou seja, doenças que têm como sintomas dores e inflamações nas articulações que impedem ou dificultam movimentos do dia a dia. Atualmente, o termo reumatismo é pouco utilizado — a medicina prefere a expressão “doença reumática” para classificar uma enfermidade desse tipo. Afinal, com o passar do tempo, a reumatologia expandiu a atuação e hoje abrange o cuidado e o estudo do tecido conjuntivo, que une, sustenta e integra as demais partes do corpo. Músculos, vasos sanguíneos, tendões, articulações, ossos, cartilagens, gordura etc, fazem parte da reumatologia e, portanto, da investigação de doenças reumáticas.

Veja também: O que são doenças crônicas não transmissíveis? Saiba quais são

Doenças que englobam o reumatismo

Segundo Cláudia Goldenstein Schaiberg, médica especialista em Reumatologia e Reumatologia Pediátrica, o reumatismo enquadra mais de 200 doenças distintas. Por exemplo:

  • Artrite reumatoide.
  • Artrose ou osteoartrite.
  • Espondilite anquilosante.
  • Doenças autoimunes, como o Lúpus.
  • Fibromialgia e osteoporose.
  • Febre reumática e gota.
  • Tendinites e bursites.

As causas do reumatismo

De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, cerca de 15 milhões de pessoas de todas as faixas etárias sofrem algum tipo de reumatismo. Frequentemente, as doenças reumáticas são as principais causas de afastamento e aposentadoria precoce por doença. Por sua vez, as causas da doença estão relacionadas a fatores genéticos, sendo que as mulheres são afetadas três vezes mais do que homens, além de excesso de peso, tabagismo, dentre outros.

Diagnóstico do reumatismo

A princípio, a melhor forma de identificar uma doença reumática é por meio da avaliação dos sintomas e exames variados:

  • Marcadores de inflamação ou anticorpos.
  • Ressonância magnética e tomografia computadorizada.
  • Raio-X e ultrassom.
  • Testes físicos em consultório, dependendo da suspeita.

Sintomas e tratamento

Primeiramente, o reumatismo apresenta dores persistentes e inchaço nas articulações. Tais sintomas são similares à fisgadas e surgem sempre ao realizar movimentos simples, como subir escadas ou segurar algum objeto. Então, se esses episódios acontecem com frequência, é hora de procurar um reumatologista para diagnosticar o problema e iniciar o tratamento adequado.

Além disso, “a melhor forma de tratar o reumatismo é reconhecer a presença da dor nas articulações e como ela se comporta ao longo do dia”, explica e médica. Associado ao diagnóstico, o tratamento inclui uso de medicamentos, fisioterapia, acompanhamento periódico e mudanças no estilo de vida. “Em suma, pratique exercícios físicos, mantenha uma alimentação leve e colorida, além de levar um estilo de vida saudável”, completa a especialista.

Exercícios para reumatismo

De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, muitas pessoas com artrite ou outro tipo de doenças reumáticas podem se beneficiar de modalidades que trabalham o sistema cardiovascular, a musculatura e a flexibilidade. Assim, com o treinamento progressivo e assistido por um profissional, é possível melhorar a aptidão física e reduzir o quadro inflamatório da enfermidade. Veja exemplos:

Alongamentos

São exercícios suaves que podem ser praticados todos os dia. Segundo a Sociedade, “promovem uma melhora da qualidade muscular, aumento da flexibilidade e, se feitos corretamente, reduzem as lesões provocadas pelo esforço do dia a dia. São a base de qualquer programa de reabilitação”.

Condicionamento muscular (força e resistência)

São ideais para a realização em dias alternados. Se o treinamento estiver voltado para hipertrofia, a pessoa terá aumento da massa muscular, sobretudo se incluir exercícios funcionais na rotina.

Condicionamento aeróbico

Essas atividades usam os músculos do corpo de modo rítmico e repetitivo, e aceleram o batimentos cardíacos para melhorar a condição cardiorrespiratória. Bons exemplos são corrida, ciclismo, HIIT e natação. Porém, é importante checar com o médico o que fazer, pois algumas modalidades são de alto impacto e podem prejudicar o tratamento e a condição do paciente.

Perguntas frequentes sobre reumatismo

Qual a diferença entre artrite e reumatismo?

A artrite faz parte do rol de doenças reumáticas e tem a inflamação articular como principal característica. Além disso, a artrite pode ser sinal de outros problemas de saúde, como a osteoartrite e gota. Assim como todas as enfermidades desse grupo, precisa de boa avaliação médica para o diagnóstico assertivo. Afinal, muitas pessoas se queixam de dor nas articulações, mas não apresentam um quadro inflamatório para a artrite — nesse caso, a dor isolada é chamada artralgia.

Qual especialidade cuida de doenças reumáticas?

O médico reumatologista é o melhor profissional para identificar e recomendar tratamentos para o reumatismo. Contudo, uma equipe multidisciplinar é uma grande aliada dos cuidados em geral, como fisioterapeutas, profissionais de educação física e ortopedistas.

O reumatismo é doença de idosos?

Um mito comum quando o assunto é reumatismo é que a doença atinge apenas pessoas idosas. Na verdade, a doença pessoas de qualquer idade e gênero. “Existem doenças que são mais comuns e específicas para cada idade. Crianças pequenas podem sofrer de atrite ou inflamação nas articulações.

Entretanto, o nome da doença dependerá da faixa etária”, comenta Schainberg. Por fim, doenças que afetam a coluna lombar, como a espondiloartrite, são mais comuns em homens jovens. Já as mulheres jovens são mais acometidas por doenças autoimunes, como o lúpus, condição que pode afetar desde a pele até órgãos principais como rins, pulmões e as articulações. Por outro lado, mulheres mais idosas ou na fase pós-menopausa, devem redobrar os cuidados com os ossos, evitando a osteoporose e outras doenças reumáticas.

É possível prevenir o reumatismo?

Infelizmente, muitas doenças reumáticas não são passíveis de prevenção. Afinal, as causas podem ser genéticas e autoimunes. Mas a boa notícia é que o estilo de vida saudável pode minimizar as chances de acometimento e os sintomas.

Fonte: Cláudia Goldenstein Schainberg, especialista em Reumatologia e Reumatologia Pediátrica com graduação em Medicina pela Universidade Federal da Bahia, mestrado e doutorado em Medicina (Reumatologia) pela Universidade de São Paulo.

Sobre o autor

Fernanda Lima
Jornalista e Subeditora da Vitat. Especialista em saúde

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