Fadiga e cansaço: qual a diferença? Especialista explica
Sentir cansaço após um treino intenso ou dia atribulado de tarefas é normal e faz parte da nossa vida. Porém, há quem diga que está com fadiga, sobretudo nos últimos anos marcados pela pandemia. Afinal, qual a diferença entre fadiga e cansaço? Os dois termos geram confusão entre as pessoas, mas cada um tem seus sintomas e motivações.
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Fadiga e cansaço: aprenda a diferenciá-los
Segundo Thiago Piccirillo, clínico geral da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo (SP), o cansaço está ligado ao esforço que fazemos no dia a dia. “Esse esforço é tanto físico quanto mental. É aquela sensação de desconforto que se sente ao realizar uma tarefa cotidiana”, explica. Por exemplo, nos sentimos cansados ao realizar um trabalho que exige concentração, fazer uma faxina, brincar com as crianças e por aí vai. Porém, o cansaço costuma ser tratado com o descanso, exercendo atividades mais leves ou dormindo.
Mas e a fadiga? Esse estado vai além do cansaço. Sabe quando você não tem energia para nada, inclusive para executar tarefas simples? Pois a fadiga é um sintoma persistente dessa indisposição e não desaparece facilmente com uma boa noite de sono ou com uma rotina mais tranquila. Portanto, basicamente a diferença que separa fadiga de cansaço é a sua duração.
Tipos de fadiga
Existem três perfis de fadiga: recente, prolongada e a crônica ou pós-viral. De acordo com Piccirillo, a fadiga recente é aquela que dura menos de um mês, “tem muitas causas, mas as mais comuns são anemia, estresse e depressão”. Por sua vez, a prolongada dura entre 1 e 6 meses, e suas principais causas são diabetes, hipotireoidismo, distúrbios do sono (apneia do sono) e câncer.
Já a mais recente, chamada fadiga pós-viral, pode extrapolar os 6 meses, geralmente associada a casos de Covid-19 com tempo prolongado dos sintomas, conhecido por “Covid longa”. Por também ser crônica, esse tipo de fadiga tem como causas prováveis doenças com esse perfil, como a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e obesidade.
Fatores gerais que provocam fadiga e cansaço
Apesar de serem diferentes sobretudo pela duração dos sintomas, as razões responsáveis pela fadiga e pelo cansaço são semelhantes. De acordo com Piccirillo, são três os grandes fatores que podem provocar o cansaço e a fadiga: estilo de vida, condições de saúde e problemas psicológicos.
Estilo de vida: consumo excessivo de bebidas alcóolicas e de cafeína, uso e abuso de drogas, excesso de atividade física, falta de atividade física e noites mal dormidas. Alguns medicamentos como anti-histamínicos (para alergias), antidepressivos, remédios para pressão e alimentação inadequada também desencadeiam ambas.
Condições de saúde: anemia, câncer, síndrome da fadiga crônica, doença renal crônica, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), insuficiência cardíaca, hipertireoidismo, hipotireoidismo, obesidade, diabetes, doenças autoimunes, como lúpus, distúrbios do sono, como insônia, apneia do sono, desnutrição, doenças renais e hepáticas.
Distúrbios psicológicos: estresse, depressão, ansiedade e outros problemas relacionados à saúde mental são gatilhos para a fadiga e o estresse.
Como tratar a fadiga e o cansaço?
A princípio, o cansaço é mais simples de ser tratado: melhorar a alimentação, equilibrar a rotina e priorizar o descanso são algumas medidas que normalmente auxiliam a dar mais disposição.
“Por outro lado, se a fadiga estiver relacionada a alguma enfermidade, deve-se tratar a causa. Por exemplo, se houver hipertireoidismo, não vai adiantar mudar o estilo de vida sem tratar a doença. Mas é claro que essas medidas devem ser tomadas por todos que têm sua vida impactada pelo cansaço e pela fadiga”, ressalta o clínico geral.
Veja algumas recomendações úteis do especialista:
- Durma horas suficientes todas as noites — entre 7 e 9 horas por dia.
- Siga uma dieta saudável e balanceada.
- Beba bastante água, mesmo nos dias frios.
- Faça exercícios regularmente e sem exageros.
- Adote técnicas de relaxamento, como yoga e meditação.
- Mantenha a agenda pessoal e profissional equilibrada para evitar estresse em seu cotidiano.
- Evite o consumo exagerado de álcool e elimine o cigarro e o uso de drogas.
- Por fim, evite estimulantes em excesso como a cafeína, pois tendem a piorar a fadiga no longo prazo.
Fonte: Thiago Piccirillo, clínico geral da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo (SP).