Exames de rotina: entenda quais são, quando fazê-los e para que servem
Com o avanço da ciência e tecnologia, os exames de rotina são cada vez mais decisivos na aplicação da mais adequada conduta médica de diversas patologias. Atualmente, as análises laboratoriais contemplam um amplo leque de possibilidades que apoiam os profissionais médicos para detectar alterações metabólicas, diagnosticar doenças em estágios iniciais e analisar a necessidade de investigação complementar e/ou de tratamento. Por isso, sua utilização de acordo com diretrizes médicas mais atualizadas, traz inúmeros benefícios aos pacientes.
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Exames de rotina: afinal, quando fazer?
De acordo com o Dr. Alberto Duarte, líder médico do Laboratório e Patologista Clínico do Hcor, dependendo do estado de saúde do paciente, podem haver mudanças nos exames de rotina solicitados e na frequência com que são realizados. No entanto, de maneira geral, o ideal é que sejam feitos, pelo menos, seis grupos de testes, uma vez ao ano. Confira os principais.
Principais exames de rotina
Hemograma completo
“Primeiramente, é o hemograma completo, que quantifica as células do sangue, ou seja, glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e plaquetas. Níveis anormais desses componentes podem indicar deficiência nutricional, problemas de coagulação, infecções, distúrbios do sistema imunológico e até leucemia“, explica o médico.
Painel metabólico básico
Trata-se de um exame que analisa cálcio, glicose, sódio, potássio, ureia e creatinina, por exemplo. Dessa forma, alterações podem indicar doença renal, diabetes ou desequilíbrios hormonais. Além disso, uma análise mais completa também pode ser considerada através de um painel metabólico abrangente, ou seja, que conta com medições das proteínas séricas através de uma eletroforese, fosfatase alcalina (ALP), alanina aminotransferase (ALT), aspartato aminotransferase (AST) e bilirrubina. “Altos níveis dessas últimas enzimas podem indicar disfunções hepáticas, como cirrose, hepatite e câncer no fígado”, completa.
Lipídeos
Na sequência, esse exame verifica o “colesterol bom” e o “colesterol ruim”. “A lipoproteína de alta densidade (HDL) é ‘boa’ porque remove substâncias nocivas do sangue e ajuda o fígado a transformá-las em resíduos. Já a lipoproteína de baixa densidade (LDL) é ‘ruim’ porque pode causar o desenvolvimento de placas nas artérias, aumentando o risco de doenças cardíacas. Como complemento se impõem cuidados cardiológicos avaliados através de biomarcadores que indicam lesões cardíacas e insuficiência cardíaca, respectivamente”, esclarece o Dr. Alberto.
Hormonais
“Níveis anormais de tiroxina livre (T4 livre) e hormônio estimulante da tireoide (TSH) podem indicar hipotiroidismo, que pode prejudicar importantes funções corporais, como humor, nível de energia e metabolismo geral”, exemplifica o Dr. Duarte. Vale ainda acrescentar, no caso de um check up de mulheres, os hormônios femininos, como o estrógeno e a progesterona.
Além disso, no check-up masculino é importante verificar a testosterona e fazer uma análise da próstata por meio do PSA livre e total, principalmente após os 50 anos de idade.
IgG, IgA e IgM
Após a pandemia de SARS-CoV-2, houve um aumento na frequência de outras infecções virais. Como consequência, aumentou o número de casos de câncer. Por isso, passou a ser importante no check-up anual um sexto grupo de exames para avaliar o sistema imunológico.
“Parte desta análise já está inserida na contagem de células brancas do hemograma, mas a quantificação dos níveis de IgG, IgA e IgM séricos se mostram importantes para a avaliação da resposta humoral. Da mesma forma, podemos analisar a memória imunológica com a pesquisa de anticorpos a infecções frequentes, que passam muitas vezes despercebidas, como mononucleose infecciosa (EBV), citomegaloviroses (CMV), toxoplasmoses, hepatites A, B e C. A avaliação da resposta imunológica humoral recente pode ser aferida por meio da pesquisa de anticorpos antipneumococos e anti-hepatite B pós-vacinação específica”, detalha o Dr. Duarte.
Exames de rotina para detectar infecções sexualmente transmissíveis (IST)
Por fim, recomenda-se, ainda, a realização de testes para infecções sexualmente transmissíveis (IST), como hepatites, HIV e sífilis, por exemplo. “Aqui, vale ressaltar que existe uma ‘janela’ para detecção do vírus HIV na análise laboratorial. Havendo suspeita de infecção e se o teste inicial for negativo, deve ser indicada a repetição do exame após 30 dias”, completa.
Fonte: Dr. Alberto Duarte, líder médico do Laboratório e Patologista Clínico do Hcor.