Elevação pélvica com a barra ou na máquina: qual é melhor?

Bem-estar Movimento
04 de Março, 2024
Elevação pélvica com a barra ou na máquina: qual é melhor?

Se você faz academia e tem como objetivo fortalecer (ou até definir) o bumbum, provavelmente faz o exercício de elevação pélvica. Realmente, ele é um dos queridinhos para a região, e em geral é feito de duas formas: elevação pélvica encostado em um banco e com a barra apoiada na altura do quadril, ou em uma máquina própria para o movimento.

Há quem prefira a primeira variação, defendendo que ela permite uma maior amplitude e exige mais controle e foco. Por outro lado, existem aqueles que preferem a segunda opção. Saiba mais sobre o que especialistas acham a seguir:

O que é a elevação pélvica?

De acordo com a fisioterapeuta pélvica Marisa Marin, trata-se basicamente de um exercício no qual a pessoa, de barriga para cima, apoia as solas dos pés no chão e aplica força nos calcanhares para elevar o quadril – isto é, tirar o bumbum do chão.

Atualmente, ele é mais ligado à musculação, mas a especialista lembra que outras modalidades também usam o movimento, como o pilates. “Nele, coloca-se uma bolinha no meio das pernas, e na hora de levantar o quadril, o bumbum é contraído e a bolinha apertada”, explica.

Seja qual for a prática, a verdade é que a elevação pélvica foi criada para acionar os músculos dos glúteos – principalmente o glúteo máximo e o glúteo médio. “Mas também trabalha os isquiotibiais [parte de trás da coxa]. Além disso, outras musculaturas participam do exercício para ajudar, como quadríceps e adutores de quadril”, complementa a personal Luciana Gusmão, profissional de educação física da Premiere Training Gym.

Marisa Marin destaca um benefício pouco comentado da elevação: o fortalecimento do assoalho pélvico. “Traz esse olhar para a região. Muitos instrutores orientam a ‘segurar o xixi’ durante a execução do movimento. Isso porque ao trabalhar os glúteos e toda essa linha do quadril e do abdômen, você também aciona a musculatura do assoalho pélvico, do canal vaginal, da parte urinária e da parte anal”, ela diz.

Leia também: Elevação pélvica: como fazer, benefícios e substituições

O que é melhor: elevação pélvica com a barra ou na máquina?

Mas voltando a falar da academia, normalmente encontramos dois tipos de variações: com a barra e um banco de supino, ou na máquina própria para o exercício. Será que existem diferenças?

Luciana Gusmão afirma que não, os dois movimentos são bem parecidos e costumam gerar os mesmos efeitos. “O que você consegue na máquina é uma graduação maior de carga do que na barra. Isso porque tende a ser mais seguro, uma vez que a biomecânica do aparelho torna o movimento mais eficaz (quando você faz um exercício com o corpo livre, você fica mais suscetível a lesões)”, conta.

Ou seja, se você é iniciante ou deseja progredir a carga, talvez seja interessante tentar primeiro na máquina. “Ela dá, por exemplo, um maior suporte para a coluna do que o banco ou o step. Então, se você puder fazer nela, você não corre tantos riscos”, complementa.

Por fim, muitas pessoas se queixam de incômodos na hora de fazer a elevação pélvica com a barra. “Tem que tomar cuidado para não machucar a região óssea do púbis. Há o risco de desenvolver uma pubalgia (dor no local) por conta de uma carga muito pesada, de a barra estar no lugar errado ou da falta de proteção adequada”, complementa a fisioterapeuta pélvica.

Leia também: Glúteos perfeitos em qualquer idade: veja dicas de um personal trainer

Elevação pélvica com a barra ou na máquina: principais erros

É importante lembrar, no entanto, que a elevação pélvica com a barra também é bastante segura e eficaz, desde que seja executada corretamente. “Eu costumo falar que não é sobre carga, mas sim sobre execução e ativação muscular. Tem muita gente que acha que precisa colocar 200kg para sentir o movimento. Mas se você vai fazer um exercício e não ativa a musculatura ou não alinha a postura, não vai ter o resultado desejado”, reforça a fisioterapeuta.

A personal elenca os principais erros que as pessoas cometem na hora de fazer a elevação pélvica:

  • Carga exagerada para a sua força muscular: além de não conseguir completar o exercício, você pode acabar sobrecarregando a sua lombar;
  • Pés em posições incorretas: se eles estiverem muito para frente ou muito para trás, irão sobrecarregar os joelhos;
  • Lombar pouco fortalecida ou sem estar neutra: também pode machucar a região, trazendo problemas sérios como hérnias;
  • Fazer força na ponta dos pés, e não nos calcanhares: assim, quem trabalha mais são os quadríceps, e não os glúteos.

“Por isso, é sempre bom contar com um instrutor para te orientar durante a execução do exercício. Se sentir desconforto, talvez você não esteja pronto para aquela carga ou movimento”, finaliza Luciana.

Leia também: Afundo ou passada: qual é o melhor exercício para os glúteos?

Todo mundo pode fazer?

É a mesma história: se feito da maneira correta, o exercício geralmente não tem contraindicações. Mas é claro que cada caso deve ser avaliado individualmente por um profissional.

“Precisa ver como está a coluna, por exemplo, e como é a pessoa. No caso de um idoso, por exemplo, será que ele vai conseguir deitar no chão e ficar bem, ou será que vai sentir desconforto ou tontura na hora de levantar? Será que um paciente com obesidade vai ter a sensação de falta de ar?”, questiona a fisioterapeuta.

Gestantes também devem evitar o exercício – até mesmo aquele feito no chão, somente com o peso do corpo. “A gente indica a elevação de quadril para a grávida se eu tenho um bebê que não está posicionado da forma correta. Mas se o feto está na posição certa e essa mulher quer um parto vaginal, posso deixar o bebê muito alto ao final da gestação”, explica Marisa Marin.

Fontes: Marisa Marin, fisioterapeuta dermatofuncional e pélvica; e Luciana Gusmão, personal e profissional de educação física da Premiere Training Gym.

Sobre o autor

Amanda Panteri
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em alimentação saudável.

Leia também:

mulher praticando atividade física ao ar livre e suando
Bem-estar Movimento

Suar emagrece? Entenda se a transpiração ajuda a perder calorias

Suar demais realmente significa que você está perdendo peso? Descubra

foto mostra uma xícara de chá vazia com paus de canela ao lado em cima de um prato
Alimentação Bem-estar

É termogênico e ajuda no equilíbrio da glicemia e do colesterol; veja benefícios do chá de canela

A bebida é uma ótima opção para esquentar o corpo — muitos afirmam, ainda, que ela emagrece

farinha de beterraba
Alimentação Bem-estar

Farinha de beterraba: benefícios e como incluir na dieta

Pode prevenir doenças cardiovasculares, melhorar o aporte de fibras e ainda ajudar a aumentar a performance esportiva