Dor de dente: conheça as causas, tratamentos e como evitar

Saúde
19 de Setembro, 2022
Dor de dente: conheça as causas, tratamentos e como evitar

A dor de dente é uma dor incômoda que necessita, muitas vezes, de uma visita ao consultório do dentista. Suas causas são diversas: envolvem desde cáries simples até pulpites, isto é, uma inflamação bastante dolorosa que surge na polpa do dente. Por isso, é importante o diagnóstico feito por um especialista, que poderá, então, indicar o melhor tipo de tratamento. No caso da pulpite, por exemplo, pode ser necessária uma cirurgia de extração dentária. No entanto, se for uma cárie ainda no início, é mais simples e, em geral, pode ser resolvido com uma boa higiene bucal. Entenda agora mais sobre a dor de dente e como prevenir essa condição incômoda.

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Existem diferentes tipos de dor de dente?

De acordo com Talita Dantas, cirurgiã dentista e doutora em reabilitação oral, existem sim tipos diferentes de dor de dente. “Quando avaliamos o paciente, a principal pergunta que fazemos é: ‘como é essa dor? É uma dor constante ou que vai e volta? É uma dor que pulsa ou é aguda? Ela é estimulada, provocada ou é espontânea? Acontece com alimentos quentes ou frios?’. Enfim, existem algumas possibilidades e características clínicas da dor que precisamos investigar”, completa.

Além disso, a dor de dente muda de acordo com a idade. Pessoas mais idosas, por exemplo, estão mais propensas a cáries na superfície da raiz, geralmente por causa da recessão da gengiva e boca seca causada por medicamentos. Dessa forma, se não tratada, a dor e a perda do dente acabam sendo condições comuns na velhice.

Quais são as principais causas de dor de dente?

Normalmente, a dor de dente está relacionada a algum processo inflamatório ou infeccioso localizado na polpa do dente, ou seja, na parte “viva” do dente. “Esse processo inflamatório ou infeccioso pode ter sido desencadeado por uma cárie, uma lesão cervical não cariosa ou por um problema periodontal”, explica a dentista. Além disso, outros motivos também pode levar à dor de dente:

  • Pulpite
  • Trauma (dente quebrado ou frouxo)
  • Abscesso periapical (acúmulo de pus ao redor da raiz do dente)
  • O dente do siso empurrando o tecido da gengiva (causando a pericoronite, que é a inflamação e infecção da gengiva ao redor da coroa do dente).

Vale destacar que, tanto a pulpite quanto o abcesso, são consequências das cáries dentais. A dor geralmente ocorre apenas após o estímulo do frio, calor, comida ou bebida doce ou a escovação. A pulpite (inflamação da polpa do dente), por sua vez, ocorre em cáries avançadas, mas também pode ser devido aos danos da polpa por trabalho odontológico prolongado ou defeituoso ou trauma anteriores.

Além disso, completa a especialista, dependendo do tipo da dor, pode haver, também, sensação de dente crescido, por exemplo. Infecções em estágio avançado podem ser acompanhadas de secreções purulentas, e, em casos de alterações periodontais ou cavidades, podem haver sangramentos. 

Sintomas de dor de dente

Além da incômoda dor no dente, outros sinais podem surgir:

  • Dor de cabeça e/ou tontura
  • Febre
  • Inchaço ou sensibilidade do assoalho da boca.
  • Dificuldade em ver ou visão dupla
  • Inchaço ao redor dos olhos

Tais sintomas podem revelar que a infecção bucal se espalhou, por isso é necessário atendimento odontológico imediato.

Como diagnosticar a dor de dente?

A princípio, pessoas com dor de dente acompanhados dos sinais mencionados acima devem visitar um dentista imediatamente. O especialista irá examinar o rosto, a boca e os dentes. A necessidade de testes, no entanto, depende do que o dentista ou o médico encontrarem durante o histórico e o exame físico, sobretudo se houver sinais de alerta. Além disso, geralmente são feitas radiografias dentárias. Outros exames de imagem também podem ajudar no diagnóstico, como a tomografia computadorizada ou ressonância magnética.

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Tratamento

De acordo com a dentista, o tratamento depende da causa da dor. Se a dor está sendo causada por uma lesão cariosa, o tratamento consiste em removê-la e prosseguir para a restauração do dente. No entanto, se a dor é causada por sensibilidade ou por lesão cervical não cariosa, ou seja, alguma alteração que não é cárie, normalmente também é necessária a restauração.

Por outro lado, completa a especialista, quando há exposição da raiz do dente, o ideal é que um especialista em periodontia faça um tratamento denominado recobrimento radicular, utilizado para restaurar a gengiva. “Agora, se essa cárie ou lesão for tão profunda e agressiva a ponto de atingir a polpa dental, então é indicado o canal, tratamento feito pelo endodontista”, afirma.

“Às vezes não tem cárie, nem sensibilidade, nem exposição de raiz, mas tem dor porque o paciente tem uma oclusão inadequada ou tem hábito parafuncional, como o bruxismo, e isso gera um processo inflamatório no dente por trauma. Então, a abordagem vai ser totalmente diferente”, completa a especialista.

Medicamentos

Apesar de ser um hábito frequente, a dentista faz um alerta sobre a automedicação: os medicamentos não tratam a causa do problema, apenas os sintomas. “Inicialmente, precisamos tratar a causa. Analgésicos, antiinflamatórios e antibióticos podem auxiliar no tratamento, mas precisamos que o paciente entenda que é preciso remover a causa da dor”, explica Talita.

Mas afinal, como aliviar a dor até a consulta odontológica?

A dentista alerta para o fato de que o que alivia a dor de dente é o tratamento adequado e a medicação prescrita por um especialista. No entanto, a automedicação não é algo indicado. “É importante que o dentista avalie. Em geral, o paciente vai tentar fazer algum tratamento com analgésico comum do dia a dia, mas com certeza o cirurgião dentista vai identificar a causa dessa dor e prescrever a medicação adequada, normalmente um antiinflamatório associado com analgésicos e, em alguns momentos, antibióticos também”, sugere.

Perguntas para o especialista

O que fazer quando a criança está com dor de dente?

Quando as crianças estão com dor de dente os cuidados são os mesmos, já que as causas da dor de dente normalmente são as mesmas e estão relacionadas às cáries. A única diferença, explica a dentista, é que o profissional adequado para atender uma criança com dor de dente é o odontopediatra.

O que não fazer para aliviar o desconforto?

As receitas caseiras e milagrosas não são indicadas. Assim, seguir receitas de internet pode piorar o quadro do paciente e até desenvolver um problema sistêmico em algo que antes era local.

Algumas pessoas sentem dor de dente ao comer alimentos quentes ou frios. Esta sensibilidade pode ter a ver com algum problema bucal?

De acordo com a dentista, a sensibilidade tem sim a ver com problemas bucais. Elas estão, normalmente, relacionadas às lesões cervicais não cariosas, isto é, lesões dentárias e desgastes que não são causadas por cáries (bactérias), mas sim por hábitos alimentares ou hábitos de escovação, por exemplo. “Costumo dizer que essas alterações são as doenças da vez, porque temos tratado cada vez menos cáries e cada vez mais doenças e alterações não cariosas que são, talvez, as grandes causadoras dessa sensibilidade que temos nos dentes. Então, quando sentimos a sensibilidade, normalmente ela está relacionada a alguma alteração dental. Por isso é importante ter ajuda do profissional para identificar as causas e atuar de maneira multidisciplinar e interdisciplinar para resolver esses problemas”, completa.

Quais os hábitos mais eficientes para prevenir a dor de dente?

Para prevenir a cárie dentária, uma das principais causas da dor de dente, é fundamental manter uma boa higiene oral, que ajuda a remover a placa. A remoção da placa ajuda porque as bactérias na placa produzem ácidos que podem danificar o esmalte do dente e a dentina. Assim, segundo a dentista, o melhor hábito para prevenir a dor dente continua o uso da dupla escova de dentes e fio dental. “Não tem nada mais eficiente do que uma escovação bem realizada e o uso de fio dental”, diz Talita.

Além disso, é fundamental procurar ajuda. “Dor nunca é sinal de algo bom, a dor é um alerta. Infelizmente, quando a gente procura apenas com dor, o que é comum, às vezes a situação já está um pouco avançada. O ideal é visitar o dentista a cada seis meses para evitar esse momento de dor, que além de ser totalmente desconfortável, pode ser um aviso muito tarde de algo que poderia ter sido resolvido de maneira simples ou até precoce”, completa.

Fonte: Dra. Talita Dantas, cirurgiã dentista e doutora em Reabilitação Oral.

Referências:

Sobre o autor

Fernanda Lima
Jornalista e Subeditora da Vitat. Especialista em saúde

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