Doença renal na infância: Como prevenir e identificar

Saúde
07 de Outubro, 2021
Doença renal na infância: Como prevenir e identificar

Se você acha que doença renal é apenas papo de adulto, se enganou: ela pode ocorrer na infância também. Além disso, a prevenção deve começar já nos primeiros anos de vida, com o acompanhamento médico.

Doença renal na infância

Assim como nos adultos, as doenças renais na infância são muito sutis e apresentam poucos sintomas específicos. “Se houver histórico familiar ou anormalidades detectadas na gestação, a avaliação deve ser mais rigorosa e em intervalos menores”, explica o médico nefropediatra Artur Ricardo Wendhausen, da Fundação Pró-Rim.

“Fora isso, o acompanhamento periódico dos rins deve ocorrer geralmente a partir do terceiro ano de vida”, complementa. De acordo com ele, os pais devem solicitar nas consultas com o pediatra a medição da pressão arterial da criança — afinal, ela pode indicar o desenvolvimento da doença.

“Algumas doenças, ocasionadas principalmente por rins policísticos, apresentam um risco aumentado de 25% de transmissão genética. Nesse caso, o tecido normal do rim que faz a filtração é substituído por vários cistos (bolinhas contendo líquidos). Isso pode representar, ao longo dos anos, a perda da função renal”, alerta o médico.

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Diagnóstico

A doença renal crônica muitas vezes só é diagnosticada quando está em estágio avançado. Isso porque não há a presença de sinais claros. “É silenciosa e geralmente não apresenta sintomas. Só vai se manifestar depois que estiver em estágio bem avançado. Por isso, é importante detectá-la precocemente”, reforça Arthur.

Ele acrescenta que os pais devem prestar atenção aos sinais que podem indicar algum problema renal. Como inchaço, vômitos frequentes, infecções urinárias, atraso no crescimento, problemas ósseos e anemias de difícil cura.

Tratamentos disponíveis

O tratamento para a doença renal na infância pode ser conservador, com o uso de medicamentos, ou por meio da hemodiálise e da diálise peritoneal. Quadros mais graves, entretanto, exigem o transplante.

De acordo com o médico, tanto a hemodiálise como a diálise peritoneal são tratamentos seguros. “Preferencialmente, o médico é mais favorável à diálise peritoneal, tratamento em que as trocas de bolsas ocorrem em casa e a criança consegue manter a sua rotina escolar e familiar de maneira mais apropriada”, explica.

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A doença renal na infância pode comprometer o crescimento?

Se tratada adequadamente, não. “A diálise possibilita o crescimento gradativo, só que mais lento, por conta da doença. O que afeta o desenvolvimento físico é a insuficiência renal crônica, que faz com que o paciente tenha dificuldade em ganhar peso e crescer. Para isso, existem terapias — como hormônios de crescimento e vitaminas”.

Além disso, o médico reforça a importância da prevenção. “É fundamental estimular na criança a beber água regularmente, mesmo sem estar com sede, a controlar a obesidade e a diminuir consideravelmente o consumo de sal e de alimentos industrializados.”

Atenção aos adolescentes

É preciso alertar os adolescentes sobre o uso de anabolizantes, álcool, tabagismo e outras drogas. É fundamental, além disso, orientar seus filhos sobre a automedicação, especialmente com analgésicos e anti-inflamatórios que são nocivos aos rins”, conclui o médico.

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Fonte: Artur Ricardo Wendhausen, médico nefropediatra da Fundação Pró-Rim.

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